Será preciso Mais Habitação?

O governo apresentou um projecto chamado “Mais Habitação” reconhecendo que estamos com um problema grave que afecta, sobretudo, a classe média e os jovens. O Estado central e as autarquias locais fizeram, no passado, fortes investimentos em habitação social – nos anos 90 e início deste século entre reabilitação e construção nova a aposta foi clara. Depois parou. Entre a confusão dos últimos anos do governo Sócrates, os anos da Troika com o governo da PAFe os sucessivos governos de António Costa tudo parou.

Agora, perante o problema que afecta importantes sectores da sociedade, António Costa avançou com uma reforma. Ou melhor dito, com um power point…Recordo, porque não quero ser injusto, que a “coisa” está em discussão pública até meio de Março – como bem recordou o Orlando Sousa cada um de nós pode ir ler o documento e apresentar propostas/ideias através do site ConsultaLEX. O que tenciono fazer. Nomeadamente propondo que se aposte no modelo cooperativo que tanto sucesso e bons exemplos nos deu nos anos 80 e 90 (das várias que conheço realço a “Mãos à Obra” em Rio Tinto, ou a CooperMaia na Maia).

Contudo, permitam-me que a exemplo de outros nas redes sociais, sublinhe que o Estado deve dar o primeiro passo e colocar no mercado de habitação (devidamente recuperadas) as inúmeras casas, apartamentos e prédios de que é proprietário directa e indirectamente. Se vários dos prédios e demais edifícios do Estado (central, regional, local, etc.) cujas fotografias e identificação pululam pelas redes forem destinados, por exemplo, ao arrendamento a estudantes universitários (e ERASMUS) assim como para funcionários do Estado deslocados (professores, médicos, juízes, entre muitos outros) estou certo que iria, por um lado, diminuir o problema que atinge a classe média e, por outro, servir para a baixa do preço médio das rendas praticadas nas principais cidades fruto do aumento da oferta em relação à procura.

Uma coisa é certa: cá estaremos para no final tirar as devidas ilações. Como sempre. Desde 2009!

 

Comments

  1. Anonimo says:

    Quem constrói? Onde? Para quem? A que preço?

    É para as 2 zonas metropolitanas ou para o país? Abrange zonas urbanas ou aldeias vazias? Como articula com rede de transportes e serviços? Construir em altura? Recuperação ou novas urbanizações?

    O “plano” devia responder essencialmente a estas questões.

    Ou como um país com média-baixa densidade populacional e um crescimento demográfico pequeno tem de repente um grave problema de habitação.

    O AL é o bicho mau (os populismos são assim, há sempre um culpado), mas também foi pelo AL que muito imóvel foi recuperado.

    Ps: nada a ver, mas gostei do recente “debate” sobre como resistiria a construção em Portugal (Lisboa) a um sismo. Num país onde o isolamento térmico é uma piada. Como dizem os gringos, nós é mais o sabor do mês.

    • Paulo Marques says:

      Foi recuperado para ele próprio, de cima a baixo, com facilitismos que quem trabalha não tem. Nem ajudou nem prejudicou, excepto pela atracção de mais moscas, melgas, e sanguessugas. Que certamente resolverão o problema do terramoto como resolveram tão bem os outros.

  2. César P. Sousa says:


    https://polldaddy.com/js/rating/rating.jsFicamos assim a saber ,graças a este “sábio Moreira de Sá ” que os 10 milhões de portugueses são professores,médicos, juízes e estudantes universitários. Fica assim determinado superiormente por este sociólogo que é vedado a qualquer taxista,padeiro,electricista,cozinheiroalbardeiro ,contabilista e outros inúteis contribuintes aspirar a ser “classe média “. O Ventura tem muito que aprender com o Moreira de Sá!! Eu sei que sou burro como uma porta e não sei ler mas tinha de dizer estas palavras antes de tomar a medicação!

  3. Pimba! says:

    Seria preciso era Menos Pobreza, mas isso é mais difícil de atingir, logo comecemos pelo mais Habitação, sempre é paliativo.

Trackbacks

  1. […] devem estar na linha da frente da política de Habitação do governo. Para estudantes, para funcionários públicos deslocados, como polícias e professores, e para quem n…, fruto – ou não – do aumento do custo de vida que resultou da invasão da Ucrânia e da […]

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