Manuel Pinho, criminoso assumido

É a impunidade a bater recordes olímpicos. Manuel Pinho, socrático e avençado de Ricardo Salgado, assume, com a leveza de quem acordou e se lembrou de se ter esquecido da roupa na máquina por estender, que afinal cometeu vários crimes de fraude fiscal, prática comum – garante – no universo BES.

Mas está muito arrependido.

E ainda vai aparecer um idiota útil qualquer a louvar o arrependimento do criminoso.

Há sempre um idiota assim. É o irmão mais novo do idiota do “rouba, mas faz”.

Comments

  1. JgMenos says:

    Crime ou legítima defesa?

  2. antero says:

    Isso prova que o governo PS do qual fez parte era também uma agência do BES. Sempre é afinal verdade que o BES tinha a sua gente no governo.

    • estevesayres says:

      E não só P”S”, também; P”C”P, B”E” PSD/CDS! Por esse motivo é que estes partidos continuam no poder politico , apesar de alguns deles, dizer que não!!!

  3. POIS! says:

    Quero aqui recordar que a escolha de Pinho para ministro do governo Sócrates foi amplamente louvada pela Direita deste país, no âmbito do luminoso Centrão.

    Na altura foi considerado uma agradável surpresa, porque era um homem “do terreno”, que não provinha do Estado e, muito menos, do aparelho partidário.

    Pesava especialmente a experiência ter trabalhado no gabinete de Planeamento do BES, por isso conhecedor profundo do mundo empresarial e coisa e tal.

    Agora sabemos o que por lá se planeava.

  4. Luís Lavoura says:

    A fraude fiscal foi uma prática muito corrente em Portugal em muitos setores. Não somente no Grupo Espírito Santo. Seria interessante saber quantas casas em Portugal eram vendidas, aqui há uns anos, por preços “falsos” para pagar menos imposto. Não deveriam ser poucas.
    Que atire a primeira pedra quem nunca na sua vida praticou uma fraude fiscal.

    • João Mendes says:

      Luís Lavoura sai em defesa do tenente-coronel do Sócrates. Épico!

      • POIS! says:

        Ou não fosse o Dr. Pinho um eminente liberalesco, um autêntico acólito de créditos firmados dessa catedral Liberalesca chamada GES (que aliava já de origem, muito sabiamente, a religião liberalesca à terceira pessoa da Santíssima Trindade da cristandade, como convinha num país onde imperava o catolicismo salazaresco-cerejeiresco).

        Já aqui comentei que a Direita rejubilou com a escolha do Dr. Pinho, por ser um homem “do terreno”, que não veio “do Estado” (a Direita Liberalesca sempre desprezou tudo o que cheire a quadros do Estado, porque o interesse público é coisa que não tem razão de existir: é o seu!).

        Por isso só há um comentário a fazer à defesa do Lavoura: confere!

      • Luís Lavoura says:

        Luís Lavoura sai em defesa do tenente-coronel do Sócrates.

        Eu não defendi nada nem ninguém.

        Aquilo que disse é: quem tem a consciência limpa de nunca ter praticado fraudes fiscais, que atire a primeira pedra.

        Não deve haver muitos portugueses que nunca, jamais, tenham praticado uma fraude fiscal.

        É hipócrita um tipo que já praticou uma fraude fiscal acusar Manuel Pinho de ter praticado uma fraude fiscal.

    • POIS! says:

      Pois, “foi”, Sr. Lavoura??? Não “é”? Desde ontem? (confesso que fiquei pelo “Preço Certo” e não vi o Telejornal…)

      Primeira pedra? Atiro eu! E muitos como eu que registaram a casa pelo integral valor que pagaram por ela.

      Bem que me chateei com muito vendedor e empregado de imobiliárias, que queriam fazer da malta otários, a dizer que era para nosso bem…

      Claro que não podia ser uma casa nova! Os empreiteiros não deixavam!

      Por isso: por favor não compare os mil do Zé da Esquina com os milhões das “off-shores”. E a fuga que descreve, que convinha, principalmente, aos empreiteiros, imobiliárias e clientes de prédios de valor elevado (lembram-se da mala de notas do Cadilhe??), e só existia porque não havia fiscalização – bastava um telefonema para as imobiliárias e apanhavam-se logo os prevaricadores, o cliente tinha de ir atrás – e a Direita e o Centrão levaram séculos a produzir legislação para acabar com isso!

      Quando declarei o valor (100 mil euros, na moeda de hoje) tanto nas Finanças como no Registo ouvi sempre uma exclamação de admiração: “tanto”? Sim! E só o consegui porque a anterior dona ia reinvestir numa nova casa, ou teria de pagar um balúrdio de mais-valias. A casa estava registada por uns…18 mil euros!…)

      • Luís Lavoura says:

        Quando declarei o valor (100 mil euros, na moeda de hoje) tanto nas Finanças como no Registo ouvi sempre uma exclamação de admiração: “tanto”?

        Isso só confirma aquilo que eu disse: a fraude fiscal era muito comum. Quando “POIS!” declarou a verdade, toda a gente ficou admirada – porque a generalidade das pessoas praticava fraude, “POIS!” foi basicamente @ únic@ que não praticou.

        • POIS! says:

          Bem, ó Lavoura!

          Eu “o único”? Nada disso!

          Todos os que pediam crédito por inteiro ao banco tinham de declarar, pelo menos, pelo valor que o banco lhe emprestava.

          De outra maneira tinham de gramar com uma espécie de crédito “suplementar”, disfarçado de crédito para obras, em condições e taxas de juro bastante gravosas!

          Os compradores não queriam praticar a fraude: eram obrigados a isso, ou não compravam casa! Você não entendeu nada do que eu escrevi!

          Um tipo de uma imobiliária, depois de me garantir que havia um banco que me financiava tudo, era o BII, retirou logo tudo o que tinha dito quando lhe disse que era para registar por 100 mil euros…Chegou a dizer-me que nunca iria comprar casa nenhuma. Mas enganou-se.

    • Ernesto says:

      Ora aí está, Dr. Lavouras!

      O que o distingue a si e a sua trupe de mim e de muitos, é que nós tínhamos uma pedra para lhe atirar!

      Mas o mais provável era o Dr. Lavouras pegar nas pedras todas, construir uma coisa qualquer com dinheiro do ppr ou de uma concessão público privada e depois fazia um AL para sacar umas massas como excelente empreendedor e sem pedras para atirar a ninguém, porque afinal de contas, quem nunca fez ou tem vontade de cometer fraude fiscal?!?!

      Nossa!

      • POIS! says:

        Ora nem mais!

        Mas há uma questão que me ocorreu: será que é o Lavoura o verdadeiro autor daquele “poema” sobre os calhaus no meio do caminho que é por aí atribuída ao Fernando Pessoa?

    • Paulo Marques says:

      Fodasse, pá. Há uma diferença entre não declarar um prenda de um familiar ou não pedir a factura de uma pequena reparação, e basear o negócio no não pagamento, com eventual apagamento e retorno limpo da fuga.
      E, mais uma vez, “em Portugal”, como se não bastasse olhar para as comissões europeias.

  5. Anonimo says:

    Tenho a certeza de que está reabilitado.
    Merece ser integrado na sociedade e ser respeitado como qualquer cidadão cumpridor.
    Segundas oportunidades, todos as merecemos, não se pode ficar eternamente marcado por pecados passados.

    • Paulo Marques says:

      O problema é a primeira parte insondável, o resto é só pura verdade.

  6. Júlio Santos says:

    Não, está enganado, isto é tudo gente séria até prova em contrário e, pelos vistos, as provas estão aí mas, não há como um bom escritório de advogados, para contradizer a acusação. Com milhões no bolso também eu seria uma pessoa “honesta”. Mas, infelizmente, estes milhões não estão aí alcance de qualquer pessoa.

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