Distribuição de calças na mão: o regresso da ASAE

A ASAE voltou aos supermercados – vocês sabem quais – e encontrou especulação, margens brutas estratosféricas e outras manipulações que garantem que consumidor paga a inflação, real e artificial, bem como a taxa de lucro pretendida pelas empresas.

Diz a comunicação social que existem “casos em que estavam a ser cobrados em caixa preços 70% superiores aos que estavam marcados nas prateleiras“.

70%!!!

Conseguem imaginar a falta de escrúpulos, mais ainda quando falamos sobretudo de alimentos de primeira necessidade como fruta e legumes?

Não existem mãos invisíveis nem livre concorrência. Nunca existiram. Existe, isso sim, a ganância e a falta de escrúpulos, que devem ser controladas e punidas por um Estado forte que regule e não se deixe comprar por certos cartéis que dirigem a economia deste país.

E não, não falo de economias soviéticas planificadas.

O mundo não é a preto e branco.

Não somos todos estúpidos.

Comments

  1. tuga says:
  2. Luís Lavoura says:

    Não são margens de lucro, são margens de comercialização.
    O comerciante também tem custos. Tem que amortizar o custo da estrutura (da loja), tem que pagar a eletricidade dos frigoríficos, tem que pagar as camionetas que trazem os produtos, tem que pagar os trabalhadores. Tudo isso custa muito dinheiro. Pode custar mais que o produto propriamente dito.
    Sempre assim foi. Lembro-me dos protestos dos produtores de leite, há muitos anos, a dizer que o litro de leite custava 90 cêntimos nas lojas mas era pago aos produtores a 40 cêntimos.

    • Como é evidente. E, para mais, os “alimentos de primeira necessidade como fruta e legumes” são especialmente perecíveis, pelo que só um “jurista” da ASAE e propagandista do Governo – ou, claro, um cidadão cuja noção da realidade nem para gerir uma mercearia o habilita – acha que 50% de diferença “entre o valor de aquisição e o valor da venda ao público” nas cebolas, cenouras e laranjas, dos quais grande parte acaba no lixo (ou nas “tais” mercearias que vendem mais barato que os supermercados), revela “ganância e a falta de escrúpulos”. Se 50% de margem bruta nestes produtos é muito (e claro que não é), o que dizer então da margem de 500% praticada por qualquer restaurante no vinho? Há muito para criticar na grande distribuição (pode-se começar pelo abuso que refere o comentário abaixo), mas isto é mais um frete de uma entidade pública a este repelente governo, que assenta na incapacidade de os destinatários desta mensagem fazerem contas

      • JgMenos says:

        A cambada não faz ideia que os 52% da ASAE são só só 34,2%, é pouco mais de 1/3 do preço , é margem que cobre todos os custos além do preço do fornecedor e algum lucro; e os 45% são 31% do preço de venda.
        E tem mais: nos super é tudo ‘trabalhinho com direitos’, com aquelas coisas parentais, o carpir a preceito a morte de parentes, tudinho…
        O merceeiro da esquina, enterra a mulher e abre a loja no dia seguinte…e vai carpindo com os clientes!

    • POIS! says:

      Pois claro, ó Lavoura!

      O meu vizinho comerciante, bem que se queixa!

      Só em lingerie para oferecer a uma rapariga com quem costuma trocar uns conhecimentos empresariais (tudo “Victórias’ Secret” para cima!) e cristaleiras “Boca do Lobo” para colocar a coleção de Whiskyes 50 anos, feitos a partir de grãos de milho cagados por guaxinins de crista amarela, é uma conta calada! Tudo isso custa muito dinheiro!

      Não sei bem, mas a despesa é capaz de até ser superior a dois quilos de cebolas!

    • Tuga says:

      Não são margens de lucro, são margens de comercialização.

      Os defensores da especulação são ridículos

      Os liberocas no seu expoente máximo.

      São piores que os do Chega ou que o Salazarista Menor

      https://www.cm-tv.pt/atualidade/detalhe/20230309-2229-tudo-o-que-se-sabe-sobre-as-trafulhices-dos-supermercados?ref=HP_DestaquesaRasgar

      • Salgueiros says:

        “São piores que os do Chega ou que o Salazarista Menor”

        Muito piores, pois esses dizem bem ao que vêm

    • Tuga says:

      “tem que pagar a eletricidade dos frigoríficos, tem que pagar as camionetas que trazem os produtos, tem que pagar os trabalhadores ”

      Grande defensor da classe trabalhadora como a menina dona do Continente ou dos Holandeses do Pingo Doce

      A Associação dos transportes já emitiu um comunicado a demarcar-se dessa insinuação dos super merceeiros.

      Claro que também, têm que pagar e mal aos trabalhadores, mal fora se não pagassem

    • Paulo Marques says:

      É evidente. Mas quando se tornaram mercados com enormes integrações horizontais e verticais para poupar no custo e a margem aumenta, também é evidente que lucram à conta do resto a quem a margem só diminui.

  3. Anonimo says:

    Preocupassem-se mais em obrigar as grandes superfícies a pagar a 30 dias como o comum dos mortais, já ajudava bastante a economia real (se bem que o Estado pagador não é propriamente um exemplo, mas pronto).

    • Carlos Almeida says:

      “pagar a 30 dias ”
      Bem observado, porque quem quer vender através das grandes superfícies, sujeita-se a pactos leoninos

  4. Luís Lavoura says:

    Esta campanha contra os hipermercados e supermercados é particularmente disparatada porque qualquer consumidor dispõe de múltiplas alternativas, sob a forma de mercearias locais, onde pode verificar se os produtos também subiram de preço e, caso isso não tenha acontecido, comprar.
    Se as subidas de preços fossem uma sinistra conspiração do Pingo Doce e do Continente, com a improvável conivência do Lidl, da Aldi e da Mercadona, então certamente que nas frutarias dos nepaleses se conseguiria comprar mais barato.
    Concorrência não falta neste setor, e é altamente improvável que toda a gente, nepaleses inclusive, esteja num cartel para subir artificialmente os preços.

    (Não deixa de ser curioso ver o esquerdista João Mendes metido na mesma cama que a grande empresa SIC para denunciar outras grandes empresas…)

    • POIS! says:

      Pois tá bem, ó Lavoura!

      Acha que os “mercados” funcionam mesmo, mas mesmo como pensa?

      Pelo que se vê, V. Exa. percebe tanto do assunto como eu de lagares de azeite. Acha mesmo que uma qualquer mercearia de nepaleses poderá estar em sã concorrência com as grandes cadeias de distribuição?

      Pois eu digo-lhe que a marota da mãozinha invisível que sempre aparece aliviar a malta da Impetuosa Liberalesca, como aconteceu lá pelos reservados do congresso (às vezes, até na própria tribuna se notava a sua obra orgástica…), tem servido, cá fora, para se insinuar nas carteiras dos consumidores, transferindo invisível e sorrateiramente a sua riqueza para as avantajadas bolsas dos distribuidores.

      Toda a gente vê, menos o devotos da mãozinha.

      Compreende-se que haja prioridades! por exemplo, a concorrência desenfreada, até selvagem, entre a Ferrari e a Jaguar pelo domínio dos mercados devia preocupar-nos a todos!

      Mas é uma tristeza. Anda tudo apoquentado com o preço da cebola! Que vistas curtas!

      Francamente!

      • Luís Lavoura says:

        Acha mesmo que uma qualquer mercearia de nepaleses poderá estar em sã concorrência com as grandes cadeias de distribuição?

        Acho. Qualquer pessoa é livre de ir comprar à mercearia.

        O próprio João Mendes já aqui nos explicou que faz as suas compras num minimercado da terra dele. O qual minimercado, pelos vistos, se encontra em sã concorrência com os hipermercados que, certamente, também existem na terra do João Mendes. Tal como o João Mendes, qualquer pessoa é livre de ir fazer compras nesse, ou noutro, minimercado ou mercearia.

        • POIS! says:

          Ora pois é ó Lavoura!

          Jura mesmo que qualquer pessoa é livre de ir comprar á mercearia? Jura?

          Não sei se arrisque. Disseram-me que era preciso um requerimento em papel selado assinado pelo titular e dois fiadores. Mas como não saio de casa há mais de 48 anos não sei se é verdade.

          Sr. Lavoura: é livre de comprar onde entender. Mas paga quanto?

          Então…toda a gente dizia que a grande distribuição tinha matado o comércio de proximidade…e agoira a situação inverteu-se??? A que título?

          Sr. Lavoura: nas minhas vizinhanças sou cliente de várias lojas. Ainda anteontem estive á conversa com o dono de uma. Onde compra ele o que vende: em dois sítos: nas redes de distribuição (dominadas pelos hipermercados a quem tem de “fazer concorrência”…) e no mercado abastecedor. Ora em ambos os preços têm subido exponencialmente e todas as semanas!

          Por vezes, até recebe avisos do tipo: “mas quer só esta quantidade? Para a semana isto vai aumentar!..”. É a mãozinha invisível e marota a avisar…

          Sr. Lavoura: já lhe disse que a mãozinha invisível que lhe impingiram os Guimarães Pintos e os CEOs recauchutados da Impetuosa Liberalesca é, afinal, visível, e só serve para alívio lúbrico dos próprios(as).

          Que lhe faça bom proveito!

          • POIS! says:

            Mas, ó Lavoura…

            Em abono da verdade se diga que há outro comerciante aqui da zona que defende que o mercado funciona, pois qualquer consumidor é livre de deixar de comprar nas mercearias e hipermercados. Ou seja, é livre de não comer.

            Se muitos seguirem esse princípio, o mercado volta ao equilíbrio.

            Quem é esse comerciante? É o Manel da Agência Funerária. Está gordinho. O mercado, aí, funciona!

          • POIS! says:

            Esqueci-me de acrescentar que o Manel da Funerária diz que há uma mão invisível que lhe apronta os clientes.

            Aqui a mãozinha funciona!

    • Paulo Marques says:

      O facto de não acontecer é um exercício para quem acredita em consumidores racionais plenamente informados, que o resto sabe bem que a variedade, horário, acessos à custa do estado, marketing milionário, até o crédito ao consumo fazem boa parte da razão pela qual a concorrência não o é.

  5. burro says:

    Uma vez mais a culpa é sempre alheia ao Governo (provavelmente o Passos também deve ter responsabilidades nisto de alguma forma). Encontra-se um bode expiatório, liga-se a máquina de propaganda e faz-se uso de autoridades reguladores para compactuar com o engodo. Entretanto os idiotas úteis comem e engolem, porque as explicações simplistas são sempre mais fáceis de digerir (quem é que quer perder tempo a pensar um bocadinho?). Nos próximos dias / semanas esta história será desmentida com factos e números, passarei por aqui para ver se o autor deste post comentará o desmentido.

    • Paulo Marques says:

      Essa do governo ter culpa do aumento de preços deve ser boa; será a crença do burro do enorme aumento de ordenados ainda?

  6. Anonimo says:

    Felizmente a crise da habitação já se encontra resolvida. Agora enfrentemos a crise dos preços.

    • Paulo Marques says:

      É a mesma. Se não quer perceber, pague e cale.

      • Anonimo says:

        A culpa é dos Vistos gold e dos nómadas

        • Salgueiros says:

          Outro ….

        • Paulo Marques says:

          Homem, tem cérebro, abstraia do concreto.

          • Anonimo says:

            O concreto (não confundir com o cimento) é que em Portugal semanalmente se discute uma crise nacional. Só do imóvel já foram umas quantas, pobreza energética, depois passou para a capacidade de aguentar sismos, para terminar no aginal não há é casas.
            Fogos, inundações, habitação, comboios, preços. Desígnio nacional, tudo bota faladura, desde o presidente-comentador ao comum comentador. Apontam-se “os” culpados (eucaliptos, o Passos, a covid ou os vistos gold, conforme). O Governo apresenta um pacote. A crise termina, outra começa. Nada se resolve, mas entretanto a malta andou entretida.

          • Paulo Marques says:

            Então estamos de acordo, afinal. Percebi mal. Como dizia o outro, o último a ter alguma visão acabou preso. Diria que e bem, mas quando até os fasços são da loja dos trezentos uma pessoa até tem saudades dos sentimentos complexos.

  7. Maria Aldina Lopes Brás says:

    Finalmente…..já era tempo de fazerem alguma coisa. O que se tem pago é demais. Eu que não percebo nada de linguagem comercial, chamo àquilo que os supermercados estão a fazer ” Um roubo”.

  8. Salgueiros says:

    “Acho. Qualquer pessoa é livre de ir comprar à mercearia.”

    Ah grandes liberocas vigaristas
    É bom para as pessoas vos irem topando

    Compras no comércio tradicional? “Tomate está a 1,69€ e no supermercado está a 2,49€”

    https://sicnoticias.pt/economia/2023-03-11-Compras-no-comercio-tradicional–Tomate-esta-a-169-e-no-supermercado-esta-a-249-29c07a6a

    • Diz “Ana, uma das clientes habituais da feira de Monte Abraão”. Se a Ana diz, então está dito, passa na TV, é um link na Internet e, por tal, é um facto. Facto é que, com estes intelectuais, o Costa só deixa de ser primeiro-ministro quando lhe apetecer.

  9. Paulo Marques says:

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