Luta dos professores – um vídeo do Ricardo Silva

Mais uma vez, vale a pena ouvir a voz esclarecida e apaixonada do Ricardo Silva.

Apesar de o vídeo ser muito mais interessante do que qualquer coisa que eu escreva, não posso deixar de notar a minha dificuldade de compreensão.

Não compreendo a que sítio esconso se vai buscar uma pergunta em que se insinua que a emotividade possa ser um problema, como se fosse possível uma pessoa ter razões para se revoltar, ficando impassível ou como se sentir ou mostrar emoções nos retirasse necessariamente a razão.

Não compreendo como é que é possível a maior confederação de pais e de encarregados de educação do país estar contra a luta dos professores. Note-se que ‘compreender’, aqui, significa ‘considerar inaceitável’. A CONFAP tem razões que o coração desconhece.

Ide ver o vídeo, ide, que há razão e coração em doses perfeitamente equilibradas.

Comments

  1. Luís Lavoura says:

    Diga o Ricardo Silva o que disser, aquela ideia de term ido fazer uma manifestação ao aeroporto, queixarem-se aos turistas de serem muito mal pagos, foi uma tolice incompreensível. Mas que raio têm os turistas a ver com os salários dos professores nas escolas públicas portuguesas? Se eles são mal pagos nas escolas públicas então que vão trabalhar para as privadas, devem muitos ter pensado… (em muitos países de origem de turistas as escolas públicas são poucas, e as que há oferecem salários diferenciados consoante a localização no país).

    • António Fernando Nabais says:

      Aposto que o Luís não viu o vídeo, mas estar ou não estar informado nunca o impediu de comentar, o que está certíssimo, porque os informados e os desinformados têm exactamente o mesmo direito a exprimir as suas opiniões.
      As pessoas têm direito a queixar-se onde muito bem quiserem, dentro do respeito pela lei. Os turistas têm direito a pensar o que quiserem, porque não há machado que corte a raiz ao pensamento.
      Agora, só falta o Luís, a bem do rigor, provar que há MUITOS países em que as escolas públicas são POUCAS, sendo que oferecem aquilo que o Luís afirma (venha de lá essa lista – o Luís deve tê-la aí mesmo à mão). Deduzo, a propósito, que o Luís esteja a defender que as escolas públicas devem pagar salários diferentes conforme a localização no país – curiosamente, isso não acontece em Portugal.

      • Luís Lavoura says:

        Aposto que o Luís não viu o vídeo
        Vi cerca de um minuto dos oito totais.

        As pessoas têm direito a queixar-se onde muito bem quiserem
        Evidentemente que sim, nem eu jamais disse o contrário.

        há MUITOS países em que as escolas públicas são POUCAS
        Não sei se são muitos, mas por exemplo em Espanha é o caso. No Reino Unido penso também ser. Na Suíça com toda a probabilidade também será.

        Deduzo, a propósito, que o Luís esteja a defender que as escolas públicas devem pagar salários diferentes conforme a localização no país
        Não defendi tal coisa, mas penso que seria de considerar. Os custos para um professor de viver em Lisboa ou no Algarve são sem dúvida muito superiores aos de viver no Porto ou em Braga. E isso deve ser uma das razões pelas quais a falta de professores se faz sentir, precisamente, sobretudo em Lisboa e no Algarve. Com os médicos passa-se exatamente a mesma coisa: eles faltam sobretudo em Lisboa e no Algarve, onde o custo de vida é maior.

        • António Fernando Nabais says:

          Confirma-se: viu cerca de um minuto.

          No primeiro comentário, afirmou que há MUITOS. Depois, já não sabe se há muitos. Dos três exemplos que apresenta, não tem a certeza de dois.
          Finalmente, estamos de acordo em alguma coisa: acho que deve haver subsídios conforme as zonas ou a distância a que se fica de casa.
          O Luís vai lá.

      • Anonimo says:

        Eu percebo o Lavoura até certo ponto… por outro lado, ir para certas escolas ou pela geografia (perdidas lá no Portugal profundo) ou pela dificuldade social (as ditas problemáticas) podia perfeitamente ter associado remuneração extra. Mas em termos remuneratórios dificilmente haverá um sistema totalmente justo, os professores não fazem todos o mesmo trabalho com o mesmo grau de dificuldade, nem entrando por questões de empenho e avaliação.
        Também não vejo justiça de um professor ganhar x vezes mais apenas porque tem 30 anos de carreira em relação a um que tenha 5.

    • tuga says:

      “então que vão trabalhar para as privadas”

      Os liberocas sempre a defesa dissimulada de tudo o que é privado.

      Dissimuladamente como convêm.
      Mas quem vos conhecer que vos compre

      Prefiro o Menos

    • Paulo Marques says:

      ” Se eles são mal pagos nas escolas públicas então que vão trabalhar para as privadas, devem muitos ter pensado… ”
      Tendo em conta o tipo de turistas que gostamos, devem ter noção de como funciona a vida. Haja vantagens.

  2. Quando me dizem que querem acabar com as quotas nos escalões superiores – isto é, a ganga é toda a mesma e merece igual tratamento – logo tiveram TODA a minha atenção.
    Mais uma cambada que não quer ser avaliada e quer a mama toda, de qualquer maneira.
    E são estes os avaliadores das gerações futuras?
    É esta a tropa que fica impávida com o fim das ‘retenções’?
    É esta a gente que não reclama de que os obriguem a tolerar indisciplina e balda de canalha malcriada e pais idiotas?
    Desgraçado país este, acabará tendo a merda por destino!
    E vão os tadinhos para os aeroportos…fazer queixinhas!

    • António Fernando Nabais says:

      menos, amigo, sempre coerente na ignorância e na burrice. Aproveita, que o 25 de Abril é como as nossas caixas de comentários: todos têm direito a comentar. Vai, menos, vai.

      • A pedagogia dos tadinhos é o que acaba resultando de quem se quer fazer passar por tal.
        Quanto mais tempo, menos sobra…
        Fazem-no, não por ignorância, mas por vocação.
        Aceitam-no, não por burrice, mas por falta de carácter.

        • POIS! says:

          Pois, citando Menos…

          “não por ignorância”…”não por burrice”…

          Chego à conclusão que, realmente tem razão quem defende que este mundo tende para o permanente equilíbrio.

          Afinal, o que falta aos professores tem Vosselência de sobra…

        • Nortenho says:

          Tadinho foi o infeliz que te gerou. bandalho Pide Salazarento

          Coitado

    • Anonimo says:

      No privado é que é bom, não há quotas e… oh, espera.

      “‘
      É esta a gente que não reclama de que os obriguem a tolerar indisciplina e balda de canalha malcriada e pais idiotas?”

      Mas reclamam… infelizmente não foi a bandeira sindical que devia ter sido. Talvez pir isdo também se explique a ascensão dos “maus sindicatos “

    • Paulo Marques says:

      Mas que escalões superiores? Ainda existem?
      E canalha devia ser eutanizada ou só mandada para fora do país?
      Mas não se preocupe, ganhará mais uma vez quando, entre muitos outros, não houver professores, aí ninguém se queixará do roubo do bem.

  3. Anonimo says:

    Essas “confederações ” são os percursores das “comunidades “. Quem são, quem representam, e porquê?

    Os poucos professores que conheço, vale o que vale a pseudo-amostra, sempre se queixaram de muito (não terem material, os alunos problemáticos não serem acompanhados, indisciplina, burocracia e serem colocados onde desse), mas não das carreiras.

  4. Figueiredo says:

    «…Há muita gente que não tem qualidades nem capacidades de ensino, não devia estar a ensinar, não por razões morais mas por razões técnicas, profissionais, porque não sabem para elas quanto mais para os outros…» – Joaquim Letria

    • António Fernando Nabais says:

      Nada como uma boa generalização para não se escrever nada de jeito.

    • Anonimo says:

      Aplicável a qualquer profissão

  5. Paulo Marques says:

    Deviam ensinar que a política é o trabalho dentro do carro, se fosse preciso. A bem do país.

  6. Dario says:

    Que carreiras profissionais, para além da dos professores, em que os membros acham que todos tem de chegar ao topo?

    • António Fernando Nabais says:

      A carreira dos professores está construída, há vários anos, de maneira a que a maioria não chegue ao topo. Qualquer carreira deve estar construída de maneira a que qualquer um possa lá chegar e os critérios que o permitam (ou que o impeçam) devem ser justos.

      • Dario says:

        Primeiro problema: está construída há vários suportada em critérios não ajustados aos tempos em que vivemos, como por exemplo evoluir ao fim de um dado tempo independentemente de o merecer ou não.
        Segundo problema: Merecer ou não mercer. O sistema de avaliação da FP é algo que não serve, e a forma como é aplicado invialibiliza algo que eventualmente tenha de bom. Os professores , a impressão que dá é que não existe, a luta que houve há anos para que houvesse, ficou-se pela luta. De forma que mais ou menos são todos corridos a muito bom ou excelente.

        Em resumo, concordo que “Qualquer carreira deve estar construída de maneira a que qualquer um possa lá chegar e os critérios que o permitam (ou que o impeçam) devem ser justos.”, a questão é que para o Sr. Nogueira e pares, é um problema que TODOS lá não cheguem, o que significa que para o Sr. Nogueira todos os professores são excelentes, o que obviamente é mentira.
        Em todas as classes profissionais há excelentes, muito bons, bons, mas também medriocres e maus.
        É a velhinha curva de Gauss que o Sr. Nogueira desconhece.

        • António Fernando Nabais says:

          Já escrevi, mas posso repetir, porque pode não ter entendido à primeira: a carreira dos professores está construída, há muitos anos, de modo a que a maioria dos professores não progrida, com dois estrangulamentos nos quinto e sétimo escalões. Talvez, do seu ponto de vista, isso já esteja ajustado aos tempos em que vivemos.
          Quando afirma “a impressão que dá”, confirma que não sabe do que está a falar. Os professores não são todos corridos a muito bom ou excelente.
          Não sou sindicalizado e não aprecio especialmente Mário Nogueira. De qualquer modo, nunca o ouvi dizer que os professores são todos excelentes. É o que dá, mais uma vez, confundir a estrada da Beira com a beira da estrada. Se quer debater com Mário Nogueira, envie-lhe um “email” – o meu nome é aquele com que assino.
          Adoro que queiram ensinar aos professores como se avalia, sendo que os professores passam anos a fazer isso. Na avaliação de desempenho, interessa haver critérios claros e que os resultados da avaliação resultem desses critérios. Quando tenho de avaliar um grupo de alunos, cada um deverá ter a nota que merecer, independentemente de a média global poder contrariar probabilidades teóricas. O mesmo deverá passar-se com qualquer pessoa em qualquer profissão. Ou seja: quando se avalia um indivíduo, a curva de Gauss não interessa para nada.

          • Dario says:

            Dou-lhe razão no toca a algum desconhecimento, porque consumo o que os media informam e alguns casos com que contato.
            Mas relativamente a estrangulamentos, quotas e afins, para mim não fazem sentido, SE existir um sistema de avaliação justo. Quando eu digo que todos são corridos a muito e excelente, são sempre os que tem tempo de antena nos eventos que organizam. Quanto ao Sr. Mario Nogueira, acho que já disse algo similar a que todos os professores são excelentes, até porque para ele, e isso já disse várias vezes, TODOS devem chegar ao topo da carreira.
            “Adoro que queiram ensinar aos professores como se avalia, sendo que os professores passam anos a fazer isso.” Sim, é verdade, mas pergunto, porque houve tanta oposição à implementação de um sistema de avaliação no passado, que nem sei como ficou?
            ” Quando tenho de avaliar um grupo de alunos, cada um deverá ter a nota que merecer, independentemente de a média global poder contrariar probabilidades teóricas. O mesmo deverá passar-se com qualquer pessoa em qualquer profissão”. Totalmente de acordo, mas então deverá saber que a curva de Gauss resulta das avaliações como refere, não sendo as avaliações resultado da curva de Gauss.
            Para mim o que é lamentável nos Professores, classe que tem o meu respeito e que na atualidade não é protegida dos alunos e pais mal educados, é a não vinculação ao fim de três anos, o andar com a casa às costas largos anos e quando andam, que é preciso em alguns casos, as autarquias não terem alojamento para os mesmos e não terem nessas situações um subsidio de deslocação.

          • António Fernando Nabais says:

            Se houve, e há oposição à implementação de um sistema de avaliação, é porque se considerou que não era bom. Ficou como lhe disse: dois estrangulamentos na carreira, com quotas que impedem a progressão da maioria, maus e bons metidos no mesmo saco.
            A curva de Gauss criou uma regra, gera probabilidades. Quando se avalia um indivíduo, é indiferente saber qual é a classificação de outro indivíduo, mesmo que façam parte de um mesmo conjunto. Os estrangulamentos na carreira docente só servem para conter a massa salarial, garantindo que a esmagadora maioria não chega ao topo.
            Os aspectos referidos no último parágrafo são lamentáveis, mas de aspectos lamentáveis está a política educativa cheia, também no que se refere à classe docente.

        • Paulo Marques says:

          Se estivesse, não estavam a pedir mais de 6 anos de volta. Não é a minha luta, excepto como cidadão e camarada, mas não é preciso grande esforço para saber que a fenprof está mais preocupada com a desigualdade no acesso à progressão do que com a progressão automática.

    • Paulo Marques says:

      A carreira de capitalista, a insegurança é automática.

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