Será que André Ventura os tem no sítio?

André Ventura não gosta do Papa Francisco. É natural. Francisco tem alertado para a ameaça que representam a instigação do ódio e a instrumentalização da fé católica para fins políticos, duas das especialidades de um político que por várias vezes se assumiu como enviado ou escolhido por Deus.

A táctica de autopromoção de Ventura, contudo, obriga-o a não hostilizar o Papa, como de resto não hostiliza padres pedófilos. No entanto, atendendo a que o Papa Francisco afirmou, há dias, que a guerra da Ucrânia está a ser alimentada pelos interesses de vários impérios, e não apenas pelo interesse do império russo, o mínimo que Ventura e os funcionários da sua unipessoal podem fazer, depois da vergonha a que ontem submeteram a Assembleia da República, é convocar nova manifestação para as Jornadas Mundiais da Juventude, acusar Francisco de servir Putin, insultá-lo e insultar todos os que o seguem. Seria giro de ver, se André Ventura os tivesse no sítio.

Fun fact: não tem.

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Nem é por isso, é por não servir os interesses da chaga. Se os valores não se adequam, não há problema, ele tem outros.

  2. Fernando Manuel Rodrigues says:

    “…o Papa Francisco afirmou, há dias, que a guerra da Ucrânia está a ser alimentada pelos interesses de vários impérios, e não apenas pelo interesse do império russo,…”

    Nem mais. Mas o Mendes também não os tem no sítio, ou não citaria alguém que proferiu uma afirmação com a qual ele também não concorda.

    Pelos vistos, se for para atacar o Chega o Papa Francisco tem razão. Mas se for para atacar os EUA e a Europa por andarem a promover a guerra em vez de promoverem a paz, aí já não.

  3. A promoção da paz através de dar território ucraniano aos russos, a tiro e com referendos falsos, é a última iniciativa dos pacifistas de calças abaixo e mão estendida.
    A seguir iriam descobrir uns colonos a falar russo na Estónia e noutros lugares, e a receita pacifista seria sempre a mesma, calças abaixo e mão estendida.
    Cambada!
    O Papa tem a vantagem de usar saias.

    • Paulo Marques says:

      Ninguém falou em como, isso falou-se em 2014 e ninguém cumpriu, e agora 3 partes fazem de conta que não é nada com elas.
      Paz, como se sabe, é andar a limpar tudo o que é russo a oeste da fronteira “natural”, e, quem sabe, mais além, como o alemão de bigodinho ridículo.

      • Carlos Almeida says:

        A Sr Merck e o resta da seita, confessaram que promoveram o tratado de Minks para dar tempo aos Ucranianos, depois do golpe de Estado fascista de 2014, se prepararem e armarem.
        Isso esta mais que documentado, mesmo que a nossa CS o não divulgue

        • Paulo Marques says:

          Li que foi uma má tradução e não encontrei o original, pelo que não o volto a dizer.

  4. luis barreiro says:

    Outro a tentar lavar a corrupção de esquerda ao comparar lula ladrão com o papa comuna

    • POIS! says:

      Pois tá claro, ó burreiro!

      O burreiro topa os esquemas todos, até pelo cheiro!

      São muitos anos de matadouro. É capaz de detetar um bife fora de prazo a vinte metros de distância!

  5. Anonimo says:

    Ventura percebeu que não é necessário pertencer ou defender uma maioria, basta fazer barulho. Quanto mais ruído melhor. Com redes sociais, mais fácil fica, fingem que são mais que muitos, e para os totós que vivem nas e das redes, fica a ideia de que são uma força avassaladora.

    Claro que, palhaçadas à parte, conta quem lá mete a cruz. E são cada vez mais, embora ainda poucos, vá-se lá perceber porquê.

    • Paulo Marques says:

      Avassaladora não, mas as sondagens são o que são.
      Com os média tradicionais com mais culpa que a treta social.

  6. Douriense says:

    “Claro que, palhaçadas à parte”
    Na minha opinião, tirando alguma minoria que gosta desse tipo arruaças, atitudes como as que tiveram na Assembleia da Republica, não são muito apreciadas pelas pessoas equilibradas.
    Talvez lhe saia o tiro pela culatra.
    É claro que há sempre quem aprecie atitudes de garotos malcriados, mas não a maioria.

    https://tvi.iol.pt/noticias/videos/ventura-diz-que-santos-silva-se-prepara-para-castigar-deputados-do-chega/644919ae0cf2cf9225043cdc

    Papá O Sr professor quer proibir que eu vá as visitas com os outros meninos da minha classe.

    Mas o que é que tu fizeste ?

    Eu não fiz nada, só comecei a bater com as mãos na minha carteira quando um professor visitante que tinha sido convidado, estava a falar. Também levantei uma folha de papel onde escrevi que esse professor era burro e ladrão. Não fiz nada de mal. Não é justo eu ser castigado.

    Pois não meu menino, são uns malandros

    • Anonimo says:

      Pois, presumo que mesmo pessoas que possam “concordar” com que o que dizem, não votam neles pois não terão confiança na maturidade intelectual dos ditos.
      Afinal, nada como as crianças para dizer as verdades, mas não convém colocá-las na chefia.
      Por outro lado, convenhamos que há cada vez mais gente que não leva o Parlamento a sério (desde picar o ponto pelo colega, não aparecer, etc…), pelo que alguns até acharão uma ironia engraçada este tipo de avacalhamento.

      • Salgueiros says:

        “Afinal, nada como as crianças para dizer as verdades, mas não convêm coloca-las na chefia”

        Nunca vi um apoio tão hipócrita a um partido de extrema direita. Não escrevo a palavra que acho correcta para esse partido de “crianças” liderado por um acólito de um padre incluído numa lista de pedofilia, porque não quero melindrar ninguém com essa palavra.

        • Anonimo says:

          Claro que se tem de apoiar. Caso contrário os homens lagartos tomam conta disto de vez, comem as criancinhas todas e não fica nada para os padres das listas (e para outras listas, que as houvece há). Ninguém quer isso.

          • Brasuca says:

            “Claro que se tem de apoiar. Caso contrário os homens lagartos tomam conta disto de vez, comem as criancinhas todas e não fica nada para os padres das listas (e para outras listas, que as houvece há). Ninguém quer isso.”

            Oi ??????

    • Paulo Marques says:

      O problema não é concordarem ou não; é que não concordam com a forma como as coisas estão, com o futuro que anteveem, e acreditam que mal por mal, caca na ventoinha ao menos calha a todos. É raro, mas ontem esteve um autor numa entrevista na RTP a explicitar o argumento.
      Senão, pode-se sempre acreditar na fezada centrista que boas dezenas da população (votante e não votante) é para deitar fora até ser civilizada a acreditar que as vibes hão-de resolver, é só preciso encontrar o capitalista certo.

      • Anonimo says:

        Basicamente desenvolve o último parágrafo.
        Há quem tenha perdido a fé, esperança ou o que for, e queira ache piada em ver o circo a arder. Estes artolas fazem um papel tipo anarco XXI, lixar o sistema.
        O seu último parágrafo… em Portugal boa parte da população sempre foi descartada em termos de eleições. Ou porque são poucos, ou porque não votam (ao contrário das “sondagens”, os partidos têm acesso a estes dados, com mais qualidade). Enquanto não se dirigirem em massa a um Chega ou POUS, assim continuará.

        • Paulo Marques says:

          São descartados porque, como na maior parte das democracias, foram levados a pensar que esta, e a política em geral, é uma cruzinha de vez em quando por opções pouco diferentes porque já está tudo descoberto por senhores muito importante de fato que informam os nossos governantes com as posições inegáveis e completamente independentes. E quando vêm de fora, mais é inegável que sabem o que dizem e não querem explorar ninguém.
          Se nada interessa, porque não pegar fogo? Ou se todas as falhas no sistema contraditório têm a mesma seriedade, como não desprezar qualquer pessoa que tome uma decisão que inevitavelmente vai ter problemas?
          É um novo momento gramsciano, e não vai acabar de maneira diferente, só que as consequências podem ser bem piores.

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading