Era uma vez uma história com 25 anos

Fez ontem 25 anos que os anti-fascistas de Coimbra arrancaram pela raíz a tentativa do “neos – núcleo de estudos oliveira salazar” celebrar a data de nascimento do ditador, na Sé Velha, em Coimbra. No ano seguinte mudaram para a Igreja de Montes Claros, mas também aí foram confrontados por outra manifestação. A mesma réplica aconteceu em Lisboa, igualmente com protestos. Nunca mais voltaram a tentar tal provocação. O fascismo não se pode ignorar, tem que ser combatido de frente, em toda a parte, a toda a hora, por todos os métodos que se revelem necessários. Vale pela efeméride e, como não podia deixar de ser, lembrar o João José Cardoso, não só por ser dele a recolha dos noticiários acima mas porque ele próprio foi um dos envolvidos na mobilização.

Comments

  1. Luís Lavoura says:

    Eu diria que, numa democracia liberal, mesmo os adversários dela devem gozar do direito de manifestação.
    Como tal, os salazaristas devem ser livres de celebrar o nascimento, a morte ou seja o que fôr do seu ídolo, desde que o façam de forma pacífica, claro.

    • Nortenho says:

      “Como tal, os salazaristas devem ser livres de celebrar o nascimento, a morte ou seja o que fôr do seu ídolo, desde que o façam de forma pacífica, claro.”

      Claro Luis Lavoura

      Não me admira mesmo nada a sua opinião, de resto em sintonia com todos os seus posts carregados da ideologia liberoca..

      Prefiro a frontalidade do JgMenos, que diz logo ao que vem

      • Luís Lavoura says:

        Nortenho,
        Você diz que todos os meus posts estão carregados de uma determinada ideologia, mas que JgMenos é mais frontal, “diz logo ao que vem”. Ora, isto é contraditório: se todos os meus posts (aliás: comentários) estão carregados de uma ideologia, então é claríssimo àquilo que eu venho, sou mesmo extremamente frontal. Comigo, não há nada que enganar!

    • POIS! says:

      Pois tá bem, ó Lavoura!

      O problema é que é difícil de defender a liberdade, e a consequente legalidade, de se fazerem comemorações políticas nas igrejas. Por alguma coisa se proíbem os partidos de reportarem a religiões ou a utilizar símbolos religiosos na sua ação política e propaganda.

      Sim, se queriam celebrar o nascimento do D’Oliveira, no mínimo, marcavam comícios. Não comissas!

      Sim porque, ao contrário do que muitos quiseram propalar, o que se passou há 25 anos na Sé Velha de Coimbra não foi propriamente uma cerimónia religiosa. Não foi marcada por nenhum familiar do D’Oliveira da Cerejeira. Foi promovida pelos salazarescos do “NEOS”, foi um ato político provocatório.

      E, se alguém considerar que é a liberdade religiosa que esteve em causa, não poderá considerar como lícitas as pregações nas mesquitas por clérigos radicais incitando os talibãs locais a darem cabo dos “infiéis”.

      • Luís Lavoura says:

        é difícil de defender a liberdade, e a consequente legalidade, de se fazerem comemorações políticas nas igrejas

        As igrejas são locais que somente dizem respeito aos padres delas, e à ICAR em geral. Se os padres e os bispos admitem que se façam comemorações políticas dentro das suas igrejas, o Estado nada tem a ver com isso. É tão legítimo levar a cabo uma comemoração política dentro de uma igreja quanto o é dentro dentro da sede de uma qualquer associação, clube ou o que seja.

        Se o padre de uma igreja aceita rezar uma missa por alma de Salazar, ninguém tem nada que objetar, a não ser o bispo que é superior hierárquico desse padre. O Estado não tem nada a ver com as missas que este ou aquele padre decide rezar, por alma de seja quem fôr. Em Portugal há liberdade religiosa!

        • Paulo Marques says:

          Todas as instituições têm regras a cumprir, incluindo as religiosas. Não me parece que dissesse alguma coisa se o protesto à comemoração invés do botas fosse aos nossos ex-amigos do bem Bin Laden ou Pol Pot.

        • POIS! says:

          Pois tá bem!

          Felizmente que a Constituição blindou essa hipótese. E, se o fez, não foi por acaso.

          Se V. Exa. se tivesse de bater contra um partido católico, outro evangélico e mais dois islâmicos, todos a fazer propaganda nos templos, isso é que me queria rir…

          Estou como o Paulo Marques. Que tal uma missinha pela alma do Bin Laden, a agradecer os tempos em que foi bonzinho a combater os soviéticos?

          Ah! Tá bem! O Bin Laden não tinha alma! Já o Oliveira da Cerejeira tinha uma gigante. Assim do tamanho de um Tarrafal!

  2. Renato Teixeira says:

    Uma demonstração cabal que é curta de ambição essa da democracia liberal e com uma retorcida noção de liberdade onde cabem os fascistas mas não quem os combate.

    • POIS! says:

      É a noção do Hayek, grande amigo do Oliveira da Cerejeira, do Pinochet e do Videla. Poderia ser formulada assim:

      “Quer tu queiras, quer não queiras, só tens liberdade para ser “liberal”!”.

      Seguido de:

      “Ouviste? Ou és liberal ou vais preso!”

    • Luís Lavoura says:

      uma retorcida noção de liberdade onde cabem os fascistas mas não quem os combate

      De forma nenhuma, Renato Teixeira. Eu entendo que quem combate o fascismo também tem todo o direito de levar a cabo manifestações, comemorações, missas, o que seja. Todos são livres de se manifestarem e de comemorarem o que lhes apeteça.

  3. João Paz says:

    Tanta falta faz no Aventar a opinião sensata e democrática do João José Cardoso. Honra à sua memória.

  4. João Mendes says:

    Enormes! E viva o grande JJC!!!!

  5. POIS! says:

    Ontem fez 25 anos? Então não é hoje? Hoje é que o Oliveira da Cerejeira faz aniversário (salvo seja!);

    Mas passam também 78 anos de um acontecimento deveras pitoresco e muito pouco conhecido: celebrava o D’Oliveira da Cerejeira as suas 56 radiosas primaveras, quando um grupo de admiradores italianos lhe quis fazer uma surpresa, enviando-lhe uma prenda.

    Tratava-se de um Mussolini em tamanho real (para colocar ao lado da escrivaninha, junto ao retrato autografado) que estava à venda numa estação de serviço de Milão.

    O envio só não foi possível porque, na altura, os correios italianos não aceitavam encomendas com mais de 100 quilos.

    Conta-se que o Henrique Tenreiro ainda mandou aprontar um bacalhoeiro para ir buscar a prenda, mas também não foi possível por falta de água no Mediterrâneo, devido a uma seca prolongada.

    E ainda dizem que as alterações climáticas são um fenómeno de agora!

  6. Cambada de imbecis que se mobilizam para toda a gritaria que exorcize a lembrança da figurinha que fizeram durante décadas: agentes soviéticos e traidores à Pátria !
    Dizem-se democráticos pela conveniência de saberem não terem força para ser mais do que o que são: autoritários frustrados.

    • Salgueiros says:

      Estimado Velho Nazi

      “agentes soviéticos e traidores à Pátria !”

      Já os teus colegas da PIDE diziam o mesmo a mando do Botas

    • POIS! says:

      Ora pois!

      Mas podemos, pelo Menos, ver a coisa de outro ponto de vista: a escassez de “agentes patrióticos”. Veja-se aquele cidadão engravatado completamente rodeado de “energumes”. Um horror!

      Se descontarmos os polícias (pelo Menos, os fardados) aquilo é só agentada soviética por todo o lado! Nem na Praça Vermelha, em dia de parada, se notou, algum dia, tamanha razão entre agentes soviéticos e patriotas encartados, de gravata e guarda-chuva a condizer.

      Aliás, como o Renato Teixeira fez notar, no ano seguinte o comissa já não foi no mesmo sítio. O Largo da Sé Velha mudou de nome para “Praça Vermelha” e a própria Sé para “Creme Lin”.

    • Salgueiros says:

      Velho Nazi JgMenos
      “Dizem-se democráticos pela conveniência de saberem não terem força para ser mais do que o que são: autoritários frustrados.”

      Esta frase escrita por um Salazarento doentio, é de morrer a rir.

      PIDE ou Bufo antes do 25 de Abril, ex fuzileiro em Vale de Zebro e contabilista em Santo Tirso.

      Também queres fazer de palhaço como o da Ucránia ?

    • Paulo Marques says:

      Dizem-se democráticos porque deixaram os vermes no sítio e suportam os seus lambe-botas porque deve ser a desprezável (por vocemesesses) ralé a decidir, e não Moscovo – ainda ficávamos com o Milhazes, credo!
      E cada vez mais parece que fizeram um grande erro em não defenestrar e banir uns quantos rapidamente antes disso, mas pronto.
      O reino dos céus será certamente vosso, ainda por cima.

  7. Depois de ver o filme tenho algo mais a dizer.

    É daquele canalha ignara que virá a geração mais qualificada?
    Donde saiu tal ralé ou que universidade a forma?
    Que vergonheira, que esterco!

    • Douriense says:

      A senhoria Pidesca menor tem sempre muito a dizer.
      Principalmente que aos costumes disse nada, mas mentiu

    • POIS! says:

      Pois terá sido…

      Justamente a mesma que formou o António d’Oliveira da Cerejeira Salazar!

  8. Santiago says:

    O indivíduo que aparece a dizer que pertence à direita democrática, ao PP no caso, hoje pertence…rufo de tambores…ao Ergue-te!

    Que valente monte de trampa

    • Santiago says:

      http://www.partidoergue-te.pt/2020/04/covid-19-e-os-advogados/?_gl=1*a57p62*_up*MQ..*_ga*NDUzNTQ3NTE4LjE2ODI3MDU3MTQ.*_ga_NK8QP2839X*MTY4MjcwNTcxMy4xLjAuMTY4MjcwNTcxMy4wLjAuMA..

      • POIS! says:

        Já na altura tinha sido reconhecido como um dos promotores de um jantar onde se cruzaram velhadas salazarescos com putos neo-nazis comandados por um tal Mário Machado, onde havia uma curiosa competição para saber quem estendia o braço mais longe, e quem berrava mais alto o hino da Mocidade Portuguesa.

        Nessa altura andavam a tentar legalizar um partido mas, como não conseguiram as 7500 assinaturas (nem inventadas, como no caso do Quarto Pastorinho), resolveram comprar um, no caso o PRD.

        • Santiago says:

          Não sabia dessa propensão para organização de eventos dessa figura, mas não me espanta vindo de alguém que foi a uma missa-comicio de fascistas.

          Eles gostam de cantar (de galo), mas não me alegram

          • POIS! says:

            Sim, ele já era conhecido de gente que estava no boicote. Não foi por acaso que se teve de abrigar por detrás dos polícias.

            O incidente deu-se porque ele chegou atrasado e não estavam a deixar entrar ninguém na Sé. Ai está! Se aquilo fosse uma verdadeira missa as portas estariam abertas, não é?

            Aqui, o lema era “vinde irmãos à casa do Senhor…Professor Doutor Oliveira da Cerejeira”.

            Era aquilo a que se chama um comissa.

  9. Atolados na merda até ao pescoço, a canalha vai querendo acreditar que ‘dantes era pior’, e assim se dispensam de critérios outros que não o que a rapacidade e a inveja lhes ditam.
    Salazar e o Estado Novo, na versão simplificada de ignorantes e velhacos, vai reconfortando aqueles para quem a imbecilidade é legítima defesa.

    • POIS! says:

      Pois…

      O que será isto?

      Uma citação da homilia do padre Evangelista?

      25 anos depois começa, finalmente, a decifrar-se o que realmente aconteceu!

      Não há palavras para devidamente enaltecer o Grande Historiador Menos. Sem ele a História ficaria, certamente mais pobre, embora mais honrada.

    • Nortenho says:

      JgMenos

      Tem toda a razão.
      “, a canalha vai querendo acreditar que ‘dantes era pior’”
      Não era nada pior, para PIDE e BUFOS ao serviço do ditador como vossa senhoria.
      Era muito melhor, para a vossa gente lambe botas, mas para o povo era muito pior.
      Se fosses honesto, coisa que nem sabes o que seja, aceitavas isso, PIDE

    • Paulo Marques says:

      Ser quer tanto ir para o mato insultar e matar negros, força, não faltam forças aliadas às quais se pode juntar. Eu gosto da educação que não teria, dos meus pais que não estariam cá sem o SNS, de ter vários familiares que não conheceram os padres de perto, não poder insultar e bater na esposa, etc e tal, por isso, azarito.

  10. Miguel Alvim says:

    Já fui da opinião de que em democracia devemos ter lugar para todo o tipo de opiniões e o melhor seria ostracizar e ignorar movimentos de ideologia fascista que acabariam por morrer por si.Só que movimentos de ideologia fascista não têm lugar em democracia ou então deixa de ser uma democracia, como tal têm de ser combatidos já…….

  11. Salazar e o Estado Novo, na versão simplificada de ignorantes e velhacos, criaram umas ladainhas que fazem com que todo o cretino se sinta democrata e ilustrado em política por as recitarem.
    De seguida portam-se como fascistas autoritários e dizem fazê-lo em defesa da democracia.
    E a quantidade de coirões neste registo diz-nos da qualidade atingida ao fim de 50 anos de cretinagem esquerdalha.

    • POIS! says:

      Pois sim, isso temos de reconhecer!

      Que o D’Oliveira da Cerejeira e o Estado Novo eram grandes criadores de ladainhas.

      Fora isso…há que dizer que a versão simplificada ainda é a mais lisonjeira. Quanto mais se revolve…e se aprofunda…

      Também mete piada que o, pelo Menos, prócere de um regime que proibia tudo o que se lhe opusesse a título de serem “agentes soviéticos” se queixe agora de o mandarem calar.

      Note-se: de o mandarem calar! Não de o prenderem ou “interrogarem musculadamente” até, pelo Menos, confessar que foi o autor dos “Lusíadas” e o autor da morte do Álvaro de Campos esmagado por um guindaste, como nos tempos da salazaresca PIDE.

    • Paulo Marques says:

      Ainda não se dignou a dizer porque é alguma é falsa, ou em que é que a esquerda manda, excepto para chamar esquerda ao capitalismo liberal que não funciona, mas força nisso.

  12. Figueiredo says:

    Um grupo de parolos, medíocres, cobardes, estúpidos, ignorantes, embrutecidos, chuléticos, e liberais, aglomerados, dirigidos, e protegido por uma organização criminosa, decidiram impedir o direito às Liberdades de Expressão, Religiosa, de Associação, e de Reunião, por parte de um de grupo de Portugueses que tinha e tem o direito de se expressar de forma pacífica e de acordo com Lei.

    • POIS! says:

      Pois mas, neste caso…

      Associando-se à homenagem ao D’Oliveira da Cerejeira, aquela malta resolveu aplicar a Lei Salazaresca.

      Os salazarescos é que, ou não compreenderam, ou foram uma cambada de mal-agradecidos

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