Anti-bolha

Combater o consumo de tabaco? Eu, como fumador que padece do mal que é o vício, até concordo. Sei que é para o meu bem, apesar de tudo. Mas eu não preciso de entidades “superiores” pouco recomendáveis, como o é este Estado sem estado, que me digam o que é bom ou mau para mim; para isso, basta-me o bom-senso e, a partir daí, faço as minhas escolhas conscientemente, sabendo que A me faz mal e B me faz bem, escolhendo, ou não, o consumo de A ou B.

No entanto, convinha serem coerentes. Isto de haver lojas de gomas, retalhistas do ‘fast-food’ ou casas de apostas perto de escolas, faculdades e outros que tais, também tem muito que se lhe diga. Se calhar, proibia-se também o consumo de álcool junto a faculdades (ó, caraças!) e o consumo de cocaína junto das administrações das grandes empresas (lá se ia a meritocracia!).

Aliás, esta “moda” de super-proteger os cidadãos, usando as proibições como arma, cheira um bocado a mofo de outros tempos, onde usando a premissa de que “isto é mau para ti” (fosse qual fosse o consumo), o Estado proibia isto e aquilo como bem lhe aprazia. Vai-se a ver e qualquer dia só vamos poder usar fósforos produzidos em Portugal.

Não somos todos o Gino. Não queremos viver em bolhas.

Comments

  1. Não esqueçamos o sal e o açúcar, esses venenos!

    • Pimba! says:

      Especialmente o ac,úcar.
      Mas há dúvidas?
      Sabe porque é que há obesidade endémica nos EUA, por exemplo? É porque metem xarope de glucose–frutose em tudo. Literalmente tudo. O “päo” deles tem mais ac,úcar que as nossas arrufadas.

  2. João Mendes says:

    Excelente, camarada! Great malha!

  3. Paulo Marques says:

    Depois admiram-se com as conspirações sobre as soluções ao aquecimento global, se calhar os iluminados democratas liberais até conspiram.
    Mas não tem que ser assim. Falar em equivalência entre os vários tipos de cigarro é um disparate, e algum vício temos que ter. Pode ser que um dia seja ir-lhes à propriedade…

  4. JgMenos says:

    Vamos por partes:
    – Tudo que dá receita com pouco risco de despesa é bom para o Estado saqueador.
    – O tabaco não dá receita que compense a despesa de cancerosos e outros padecentes, logo, a bem do cidadão…

    • POIS! says:

      Poiis…

      “Despesa de cancerosos e padecentes”?

      A receita do tabaco não chega? Não faz mal!

      A iniciativa privada vai tomar conta desse mercado. Para começar, há que aumentar o número de consumidores. O aumento da procura irá gerar a consequente oferta, potenciando economias de escala. Está tudo nos livros, em gráficos e tudo!

      O ideal era voltar-se à saudosa época salazaresca, quando se podia fumar até dentro das salas de aula, principalmente durante os “pontos”.

      E os Srs, militares tinham direito a descontos nos pacotes. Talvez a malta do Quarto Pastorinho esteja interessada em propor uma medida semelhante, já agora acompanhada da baixa do IVA nas “minis”.

      Deixem o mercado funcionar, que vai ser uma maravilha liberalesca! Mais uma!

    • Paulo Marques says:

      A bem do cidadão, sem ironia, cobra-se há muito os impostos que cobram as despesas de saúde e limita-se severamente o impacto dos outros. Nada contra, e muito bem.
      A bem das contas certas aumenta-se o imposto para além do necessário, e a bem de agradar aos senhorios, fornecedores de turistas iluminados que não podem ficar com má impressão da província, restringe-se para o ridículo.
      Mas imagino que o contabilista defensor dos oprimidos até pediu caridosamente à PIDE para que as moçoilas pudessem acender o seu cigarrinho com um isqueiro na rua, não é verdade?

    • British says:

      What ?

    • Tuga says:

      Também es contra o Estado ?
      Passate-te para os liberais.
      Mas repara que este Estado é mais novo do que o teu Estado Novo

  5. JgMenos says:

    Lá vem a choradeira…

    • POIS! says:

      Pois temos, pelo Menos, de reconhecer a estupenda qualidade de mais este comentário de Menos!

      Que talento! Que lucidez! Que perspicácia! Que suave ironia que a todos desarma! Que vibe bué, putos!

      Em suma, que genialidade! É caso para se dizer que Menos consegue dizer mais com Menos que quando Menos diz mais.

  6. Luís Lavoura says:

    Hoje ouvi na rádio um especialista em pneumologia falar sobre o assunto.
    O que ele disse é que o fumo de tabaco contém partículas muito pequenas, que formam aerossóis que se espalham no ar, de forma incontrolável, acabando os transeuntes por inalá-las mesmo que estejam afastados do fumador.
    Não se trata, na ótica dele, de proteger o fumador, mas sim de proteger outras pessoas, que irão respirar esses aerossóis.

    • Paulo Marques says:

      Certo, mas ninguém foi proibido de tossir na via pública por ter Covid19, que parece que era mais perigoso.

    • Figueiredo says:

      Que horror, o melhor é essas pessoas andarem de máscara para se protegerem.

  7. Pimba! says:

    Se há coisa que já se percebeu que näo funciona sem proibic,äo, é mesmo o cigarro.
    Os impostos sobre o tabaco sobem, sobem, sobem, sobem, sobem, sobem, e os fumadores, plenamente conscientes da sua perigosidade, continuam a comprar.
    5 euros é 1% do salário mínimo…
    e dará para um par de dias.
    Daqui concluo que o bom-senso deixa de existir em confronto com este vício.
    Curioso que com os charutos näo acontece. Säo muito menos viciantes, porquê? Eu apreciador de Montecristo me confesso, näo consigo fumar mais que um a cada 6 meses.
    E a troco de quê? Tresandar, pois claro. E um pivete que näo sai facilmente. Raios, nem peidos perduram tanto tempo.
    Qual a diferenc,a para outros vícios?
    De repente… um bêbado näo obriga os outros a beber do seu copo, um glutão näo obriga os outros a comer do seu prato, um pornómano näo obriga os outros a ver os vídeos com ele, …

    • Carlos Almeida says:

      “Curioso que com os charutos näo acontece. Säo muito menos viciantes, porquê?”

      Pelo que disse mas também porque o fumo do cigarro vai para dentro e o do charuto que é um vicio de boca não

      • Tuga says:

        Também porque o fumo é um excremento que sai pela boca do toxicodependente de drogas legais, obrigando os que estão á sua volta a respirar esse excremento.

        Se eu fizesse a mesma coisa com os meus excrementos líquidos e sólidos, era o fim da macacada.

        Não tenho nada contra esse tipo de toxicodependentes, desde que satisfaçam o seu vicio longe de mim e se possível a céu aberto

    • Paulo Marques says:

      Se consome de 6 em 6 meses, não ganha hábito. Isso e tem menos químicos artificiais para o vício.

  8. Tuga says:

    DGS quer portugueses a comer dieta mediterrânica e a ingerir menos sal e menos açúcar

    No canal americano

    https://tvi.iol.pt/noticias/alimentacao/dgs/dgs-quer-portugueses-a-comer-dieta-mediterranica-e-a-ingerir-menos-sal-e-menos-acucar/20230303/64023a190cf2665294d84d28

    Não pode ser. dirão os liberocas. O estado a interferir com a liberdade individual

    • Paulo Marques says:

      Com a liberdade não, com o mercado, que não resolve.

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