Salva-nos, Estado-papá!

Gosto muito desta ideia vanguardista de proibir o fumo à porta dos cafés, restaurantes e outros espaços públicos.

Acho que o próximo passo deveria ser a proibição de tudo quanto é loja de doces e fast food nas imediações de todos os estabelecimentos de ensino. Os miúdos estão cada vez mais gordinhos (ainda se pode dizer “gordinhos”?) e a obesidade é uma das principais causas de morte a nível mundial.

Aproveitemos para proibir também a venda de raspadinhas junto dos locais onde os idosos vão levantar as suas reformas. Não que as raspadinhas impactem directamente na sua saúde, mas de certeza que há uns quantos que gastam o dinheiro dos medicamentos no vício da Santa Casa.

Já agora, porque não proibir os carros no interior das localidades? Se um transeunte não tem que levar com o fumo do tabaco do infractor que fuma no passeio, porque raio há de levar com o fumo do seu escape?

Finalmente, e regressando ao capítulo “dificultar a compra de substâncias perigosas”, já era tempo de proibir a venda de álcool em supermercados, hipermercados, bombas de gasolina, lojas de conveniência, lojas de souvenirs e outros estabelecimentos. O álcool é uma das drogas mais perigosas que existe, mata e agrava problemas de saúde, para não falar na violência doméstica.

Salva-nos do mal, Estado-papá!

Sem ti não sabemos fazer escolhas conscientes. Somos tão burrinhos, Estado-papá! Ainda bem que te temos para escolher por nós.

Comments

  1. Rogerio says:

    O lema da ideologia anarquista é “É PROIBIDO PROIBIR”
    O que por si só acaba por ser uma imposição.
    Mas assim sendo, também há muito mais coisas que são impostas à sociedade que é necessário abolir. Tal como a obrigação de pagar impostos, a gratuitidade dos serviços de saúde… Sei lá quanto mais coisas, tais como não ser proibido te chamar de idiota

    • Paulo Marques says:

      Diz-me que não sabes qual é a ideologia anarquista sem me dizeres.

  2. Tuga says:

    Mais um liberocas dessimulado.
    Já havia desse esterco no Aventar, mas disfarçado de esquerdista, faltavas tu, yankee friend
    ,

    • Nortenho says:

      Mas o rapazola está a defender os seus interesses mesquinhos.
      Aposto que é om toxicodependente de drogas legais, vulgo fumador.
      Vai fumar para o Saara, bimbo

  3. Luís Lavoura says:

    Há aquelas pessoas que são liberais na economia, mas conservadoras nos costumes. Acham que os serviços de saúde devem ser completamente livres, desde que não realizem abortos.
    E há aquelas pessoas que são liberais nos costumes, mas não na economia. Acham que fumar deve ser permitido em todo o lado, mas que o preço do tabaco deve estar tabelado por lei.

    • Paulo Marques says:

      Em português temos palavras diferentes para livre e gratuito (no ponto de serviço), não adianta fazer confusão.

  4. Luís Lavoura says:

    Eu sou do tempo em que o governo de Santana Lopes (salvo erro) propôs abrir um casino em Lisboa (salvo erro no Parque das Nações). O Bloco de Esquerda prontamente declarou-se contra, afirmando que um casino era um antro de vício onde as pobres pessoas iriam perder o seu dinheiro no jogo.
    O Bloco de Esquerda é muito liberal quando se trata de homossexualidade ou de canabis, mas nada liberal quando se trata de prostituição ou de jogo…

    • Paulo Marques says:

      Veja bem, não seria pela pouca transparência na desvirtuação do espaço com o pagamento de um balúrdio, que deu no caso Portucale?

    • Ernesto says:

      O Dr. Lavouras nunca se inibe de mostrar ignorância em relação ao tema sobre o qual o próprio decide falar e há que dar mérito por isso.

      Os meus mais sinceros parabéns pela regularidade!

  5. Paulo Marques says:

    Que me proíbam de soprar fumo para a frente dos outros é a parte que não me incomoda.

  6. Acácio Monteiro says:

    No meu tempo (há muitos anos) o problema da rapaziada era a masturbação. Diziam dela cobras e lagartos os médicos, padres e professores. Era uma vício horrível a abolir. E muitíssimos adolescentes acreditavam e viviam torturados por a praticarem quase diariamente. Diziam que isso dava origem a variadas doenças e, em caso de morte, à queda directa no Inferno (grande parte acreditava piamente).
    Nesse tempo ninguém se lembrou de fazer uma lei a proibir a masturbação. Teria sido muito bem aceite por todos, incluindo os pais. E quem se atreveria a discordar de tal Lei publicamente?
    Como é que agora se lembram de proibir que se fume nas praias?

    • Paulo Marques says:

      Havia um argumento que, não querendo fazer mais nada por isso, permite poupar recursos (não é dinheiro, que o imposto sobre o dito paga) que ainda se vão mantendo no SNS, porque, afinal de contas, o cigarro faz mesmo mal.
      Mas não tem nada a ver com isto.

    • Pimba! says:

      “Nesse tempo” a Igreja proibia a masturbação, a cópula fora do matrimónio, o aborto, e muitas coisas mais. Quase tudo era proibido por lei, excepto a masturbação, mas pura e simplesmente porque seria impossível fiscalizar. Näo que o Botas näo quisesse…
      Mas ao longo dos tempos existiam pelo mundo muitos aparelhos para evitar a masturbação, verdadeiras máquinas de tortura portáteis. Inbestigue-se.

  7. Não sendo libertarista, concordo com o Stuart Mill e o princípio do dano alheio. Se as minhas acções não prejudicarem ninguém posso fazer o que quiser.
    “Ninguém deve ser impedido à força de agir da maneira que ele escolher, desde que seus actos não sejam invasivos aos actos livres de outros.”
    Qualquer dia aparece-me um drone à janela para verificar se estou a fumar.
    Fascistóides do c******!

    • Acácio Monteiro says:

      ” para verificar se estou a fumar.”
      Ou a masturbar-se (estou a imaginar tempos antigos e a combinar com os actuais)

      • Pois. Dizia-se que a masturbação fazia nascer pelos nas mãos. Fui ver à net e até há o dia da sarapitola. “A data foi instaurada em 1995 pela loja Good Vibrations, em resposta ao presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. Na época, o acto foi uma retaliação à demissão da então Secretária de Saúde Joycelyn Elders, que sugeriu que a masturbação fizesse parte da educação sexual do país.” É em Maio.

  8. JgMenos says:

    Nada mais natural.
    – Acumula-se gente atrás de secretárias na função pública.
    – Bom número nunca fez coisa alguma.
    – Na burocracia já há gente em demasia.
    – Que fazer?
    Vamos fazer o que nunca foi feito!

  9. Luís Lavoura says:

    O título deste post “Salva-nos, Estado-papá!” teria sido apropriado para aqueles outros posts, há bem pouco tempo, em que o João Mendes pedia ao Estado que impusesse preços tabelados aos produtos alimentares básicos.
    Para o João Mendes, o Estado-papá é maldoso quando pretende impedir os cidadãos de fumar, mas carinhoso quando os proíbe de vender os seus produtos ao preço que acharem conveniente.

    • Paulo Marques says:

      É, de facto, estranhíssimo tratar as pessoas como humanas e não as empresas, tem que ir para a reprogramação tout suite.

      • Luís Lavoura says:

        Quem toma as decisões nas empresas são seres humanos.
        São seres humanos que, por exemplo numa cadeia de supermercados, decide vender certos produtos com um lucro mínimo ou nulo, outros produtos com um lucro de 10%, e ainda outros com um lucro de 20% (ou mais). E quem decide fazer isso nuns certos dias, e noutros dias variar os preços para uma combinação diferente.

  10. Paulo Marques says:

    Os maiores defensores nem conhecem o que defendem. Os seres humanos ainda tomam decisões, mas o preço do dos produtos no retalho não é uma delas. Viva os algoritmos!

    • Paulo Marques says:

      O WordPress não está a querer deixar-me fazer comentários como resposta, não é de propósito!

  11. Pimba! says:

    Óptimas ideias
    – proibição de tudo quanto é loja de doces e fast food nas imediações de todos os estabelecimentos de ensino (afecta todo o grupo manipulável das crianças)
    – proibir também a venda de raspadinhas junto dos locais onde os idosos vão levantar as suas reformas (afecta todo o grupo manipulável dos idosos)

    Boa ideia
    – proibir os carros no interior das localidades
    (afecta a saúde de basicamente toda a gente)
    * difícil de implementar, mas pode-se começar por proibir os carros nos centros históricos,
    e desviar o trânsito dos centros, ou fazer estradas de circunvalação para diminuir o trânsito de passagem (em Espanha é usual).

    Má ideia
    – proibir a venda de álcool em lojas
    (afecta um subgrupo de adultos, é certo, mas equiparar vodkas a vinhos é totalmente imbecil, a Finlândia fê-lo em 2010 e resultou no disparar da venda dos vodkas, trazendo MAIS alcoolismo)
    * pode-se proibir a venda de superalcoólicos em certas lojas, mas enquanto houver supermercados abertos 25 horas por dia…
    * Portugal pode-se orgulhar de ser dos países com maior consumo de alcoól, mas com reduzida % de alcoolismo na população; i. e., sabemos beber, e quando as pessoas se sabem comportar, näo é preciso proibir nada. Achindraram?

  12. Zé povinho says:

    Continuam os Narcisistas e egoístas, exageradamente a defender a trampa do tabaco, não pensam que incomodam e prejudicam os NÃO fumadores. Cambada e praga de drogados!

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