Luís Montenegro não quer honrar a palavra dada

Luís Montenegro, como todos os líderes partidários com assento na AR, aceitou o convite e as regras dos debates.

Agora, recusa-se a debater com Rui Tavares e Paulo Raimundo.

Ou seja: palavra dada não foi palavra honrada.

E sem surpresas, claro. Não é a primeira vez que acontece.

Mas isto levanta outra questão: se não podemos confiar na palavra de Montenegro em algo tão secundário como um debate que não decide nada, será que podemos confiar no que toca a acordos pós-eleitorais?

Não sabemos.

Mas o risco de termos uma desilusão no dia 11 de Março é elevado.

E não seria, de novo, a primeira vez.

 

Odete Santos, uma grande Mulher

Em miúdo, sabia o nome de poucos deputados. Odete Santos era um deles. Porque era inconfundível, porque tinha graça e cor naquele universo cinzento, do qual me chegavam fragmentos televisivos enquanto almoçava, e porque havia, naquela mulher, algo que a distinguia dos demais.

E, talvez, porque tinha o mesmo nome que a minha avó.

Mal sabia eu, em miúdo, o papel que esta grande mulher, activista, actriz, advogada e deputada tivera. Na resistência ao Estado Novo, na cultura portuguesa, na construção do Portugal democrático, na defesa dos trabalhadores e, sobretudo, na luta pelos direitos das mulheres, nomeadamente no combate ao aborto clandestino e pela despenalização da IVG, duas causas que abraçou como poucos, mas também na defesa pro bono de muitas mulheres sem recursos, vítimas dos mais variados abusos. [Read more…]

O anátema que faz falta

Alguém explica porque é que este Senhor continua a ter palco e a comunicação social corre para o ouvir?

Este indivíduo é o líder de um partido anti-democracia cujo objectivo é a instauração de uma ditadura. É igual que o partido se chame comunista, fascista ou nacional-socialista.

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A paz dos mais fracos

Conta-se que durante a transmissão televisiva de uma final de um torneio de ténis  (Borg/McEnroe), Álvaro Cunhal, que se encontrava na sede do PCP, quando perguntou qual era o mais fraco, responderam “John McEnroe“, e começou a torcer por ele. Tendo sido confrontado com o comentário de que se tratava de um norte-americano, o então Secretário-Geral do PCP terá respondido qualquer coisa como “É o mais fraco, e os comunistas estão sempre do lado dos mais fracos“.

Dito isto:

A substituição de Jerónimo de Sousa à frente do PCP pelo actual Secretário-Geral Paulo Raimundo soou, de início, a uma tentativa de  interpretar o que correra mal nas últimas eleições legislativas, abrindo um eventual novo ciclo.

Todavia, percebe-se que, afinal de contas, e por mais paradoxal que pareça, o PCP insiste e persiste na estratégia que Nixon usou na gestão das fitas de gravação no “Caso Watergate”: se um erro não resolve, tentemos outro.

Primeiro, foi a narrativa de que a invasão da Ucrânia pela Rússia foi por culpa da Ucrânia. Isto, depois da versão de que Rússia se preparava para invadir a Ucrânia, era uma fantasia criada pelos EUA.

Agora, perante o forte apoio militar do Ocidente com vista a equilibrar os pratos da balança no combate, a lógica é de que tal apoio apenas serve para alimentar a escalada do conflito. E que aquilo que se devia promover era a negociação da paz e não a alimentação da guerra.

Ora, o que fez o PCP quando invadiram as suas sedes no PREC?

Convidou os invasores para se sentarem e negociar um qualquer entendimento?

Não: defendeu, e bem, as suas sedes com tudo que podia arranjar, desde armas de fogo até fueiros, braços e punhos, e peitos dispostos a enfrentar balas, para garantir a integridade perante os invasores e incendiários. E toda a ajuda era bem-vinda.

Ora, se um país é invadido por outro, tanto mais uma super-potência, vai fazer o quê? Um convite para um chá? Ou luta pela sua integridade territorial e pela sua existência? [Read more…]

A invasão da Ucrânia e o PCP na twilight zone

Não me incomoda tanto a caracterização que o PCP faz de Zelenskyy como me incomoda a caracterização que não o vejo fazer de Putin. Ou de Xi Jinping e do seu Grande Irmão tecnológico. Ou do próprio Kim, que alguns comunistas entendem não dirigir um regime brutal de absoluta negação da liberdade e da democracia. Não me recordo de ler palavras tão hostis dirigidas a qualquer um deles.

Não que os seus críticos à direita, e mesmo em parte da esquerda, tenham grande arcaboiço moral para apontar dedos. Ainda me lembro, porque não foi assim há tanto tempo, de quando Putin era “um dos nossos”. De quando dançava com Bush, trazia o bobi para a reunião com Angela Merkel e dava carta verde aos seus oligarcas, então investidores, para comprar clubes de futebol, hotéis, iates e vistos gold na Europa. De quando a bandeira do VTB esvoaçava ao lado do Banco de Inglaterra, no coração da City. Dos braços abertos com que o Ocidente os recebia, apesar da lista interminável de crimes do regime russo. [Read more…]

O PCP é como o algodão…

O PCP tem razão, mas…

O meme do PCP não diz mais do que a verdade. A questão é que voltar a colocar isto nas mãos de PS ou PSD terminaria com a história a repetir-se. E a gestão da empresa, a julgar pelo histórico, seria um desastre. Conseguem imaginar a Galp gerida por boys e girls formados numa “universidade” de Verão?

Eu também não.

É deixar a empresa quieta em mãos privadas. Taxem-se os lucros excessivos, imponham-se limites à usura e apertem-se as regras, à Galp e restantes membros do cartel das autoestradas, e já não estaremos muito mal. Recomprar é para dar merda. Uma TAP por geração é mais que suficiente.

António Tânger Correia escolhe a violência

António Tânger Correia, outrora diplomata do sistema, hoje dirigente nacional do CH, foi à convenção dizer aos jotas do seu partido que gostava de os ver “a lutar na rua à cacetada com o MRPP e o PCP”.

Isto é incitação à violência. Literal. E há um PSD que se quer coligar com esta gente. Valha-nos Jorge Moreira da Silva, que não hesitou um segundo no momento de se demarcar deste esgoto de ódio. [Read more…]

Operações stop aos autocarros que transportam professores para a grande manifestação

Imagem retirada do Instagram.

Há relatos de professores multados por trazerem mochilas ao colo ou por estarem a comer dentro do autocarro. Há autocarros que pararam em mais do que uma operação stop.

Eu, que tantas vezes andei de autocarro, nunca vi uma única operação stop a autocarros que saíssem de Lisboa para o Porto, nem do Porto para Lisboa. Já vale de tudo para tentar melindrar quem, há anos, luta por melhores condições e reivindica a justiça para a sua profissão. Quando, em Brasília, se fala do alinhamento dos militares com os vândalos, não se espera que em Portugal a GNR e a PSP se aliem também aos vândalos para tentar destruir a democracia: neste caso, os vândalos são o Governo português, a direita à direita do PS e a extrema-direita.

Os Governos do PS sempre tão lestos na tentativa de criminalizar as greves e os grevistas, têm o desplante de se dizerem de esquerda, terem socialista no nome, enganando incautos, terem liberalizado a economia portuguesa e privatizado anéis e dedos, desde 2019 que querem macronizar a política portuguesa; e ainda se ofendem muito quando alguém de esquerda lhes diz, com propriedade, que de esquerda é que o PS não é. São iguais aos liberais e dão combustível aos proto-fascistas.

Votaram nisto? Agora aguentem, lidem com isso e tentem não se deixar enganar da próxima vez. A única esquerda está à esquerda do PS (mesmo que neste caso, os sindicatos afectos ao PCP mostrem conhecer o dono e entrem na estratégia de tentar sectarizar uma luta de todos os profissionais da educação, dando combustível a este des-governo que dá combustível à extrema-direita).

Vocês são todos muito inteligentes.

Há 13 anos, hoje e sempre: amor vincit omnia

Fotografia retirada do Instagram de: Bloco de Esquerda

Assinalam-se hoje, dia 8 de Janeiro de 2023, 13 anos desde que a Assembleia da República aprovou e legislou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Em 2010, uma das lutas mais antigas do Bloco de Esquerda foi aprovada com os votos a favor do próprio partido, do Partido Socialista, do Partido Comunista Português e do Partido Ecologista “Os Verdes”. O Partido Social-Democrata e o CDS-PP votaram contra, sendo que sete deputados/as do PSD se abstiveram e duas deputadas independentes do PS votaram contra.

Os direitos não são eternos, conquistam-se e, se não houver zelo, num instante os perdemos. É, então, necessário mantermo-nos alerta e não deixar que as forças reaccionárias de direita revertam os direitos sociais que foram conquistados nos últimos 20 anos.

Voltamos a estar numa situação em que forças extremistas de direita querem usurpar o Estado de Direito para si, para assim o poderem destruir para criar outro em que o Direito não dite leis fundamentais.

Se a votação decorresse hoje, seria novamente aprovada, como é óbvio. Perante a nova conjugação de forças, é sabido que os que aprovaram a lei em 2010 (BE, PS e PCP), a voltariam a aprovar. Não é linear, hoje, a posição do PSD, uma vez que nos últimos anos vários militantes e figuras de proa do partido assumiram, em público, a sua homossexualidade; mas desconfio que se absteriam. O CH votaria contra, ocupando o lugar do CDS. E a IL, apesar de alguns movimentos conservadores dentro do partido, votaria a favor, tal como o PAN e o Livre.

Mas, por muito que a aferição nos diga que, hoje, a posição talvez saísse reforçada, há tendências da sociedade cada vez mais extremistas que nos fariam questão de lembrar que, para além dos ciganos, das gajas e dos pretos, os gays são um dos maiores problemas da sociedade.

Zelemos pelos nossos direitos e digamos a quem ainda não se habitou: é lidar.

A ERC e a lei das compensações

 

 

Tendo em conta as preocupações recentemente manifestadas, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), face a este gráfico, retirado da marktest, irá, com toda a certeza, exigir que haja uma compensação, por exemplo, para alguém do Partido Comunista Português. Pelo meio, até podemos fazer de conta que os principais espaços de comentário não estão ocupados por figuras do arco da governação, com uma forte inclinação para a direita. Enfim, isto é o comunismo, meus amigos.

Paulo Raimundo Em Curso

Foto: MANUEL DE ALMEIDA / LUSA

Os processos internos dos partidos interessam-me tanto como os das empresas privadas. Não sou apologista do modelo comunista de eleição – chamemos-lhe assim – do secretário-geral do partido, mas também não sou propriamente um entusiasta da alternativa proposta pelos partidos do bem, assente em campanhas difamatórias, compra de votos, quotas pagas em cima da hora, de militantes que vivem aos 20 na mesma casa, e facadas em geral.

Devo dizer, aliás, que a prática do PCP tem uma vantagem, que é a transparência: toda a gente sabe ao que vai quando entra no partido, e toda a gente que está fora, a rachar outro tipo de lenha, sabe o que a casa gasta. E, que se saiba, só lá está quem quer. A mim interessa-me, sobretudo, que o PCP cumpra as regras da democracia no Parlamento, nas autarquias que governa e na sua acção política em geral. O que se passa no interior do edifício na Soeiro Pereira Gomes é lá com eles.

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Valha-nos o humor, que a política é uma tragédia

Há quase um quarto de hora de publicidade antes do Isto é Gozar com quem Trabalha. Achei importante começar por aqui para enquadrar o impacto do RAP – o gajo que não tem redes sociais – na televisão portuguesa. E a televisão, sublinhe-se, é um bocado como o Facebook: toda a gente diz que está obsoleta, que já ninguém usa aquilo, mas os números dizem o contrário.

Bem sabemos que os humoristas não decidem os destinos do mundo. Nos EUA, antes de ser eleito, John Stewart, Steven Colbert, John Oliver e Conan O’Brien foram implacáveis com Donald Trump. Foi um esforço inglório, mas rendeu quatro anos de boas piadas. Algumas fizeram-se sozinhas.

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Adeus e obrigado, camarada Jerónimo

O deputado Jerónimo de Sousa vai abandonar o cargo de secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), dezoito anos depois.

Como deputado, é o parlamentar mais antigo em funções, contribuiu largamente para a instalação e manutenção do regime democrático, foi sempre sério, honesto e assumiu sempre as suas posições sem rodeios ou pruridos, concorde-se, ou não, com muitas das posições do PCP.

Não sendo eu votante do PCP, nem comunista, Jerónimo de Sousa foi dos poucos que me fez, desde cedo, olhar a política, analisá-la e gostar muito dela. Foi o único líder do PCP na minha, ainda, curta vida – lembro-me vagamente de Carlos Carvalhas, mas era demasiado jovem para sentir qualquer ligação. Íntegro, o ex-operário metalúrgico assumiu sempre uma postura de rectidão em relação à sociedade portuguesa, na luta pelos trabalhadores portugueses, pelo povo que ajudou a libertar, ainda na clandestinidade durante o Estado Novo e, depois do PREC, ajustando as visões comunistas à democracia liberal, que fez com que o PCP sobreviva ainda hoje, mesmo que, de ano para ano, cada vez mais gente lhe vaticine uma morte anunciada, tão anunciada que nunca se chega a concretizar (nem me parece que será tão cedo).

A Jerónimo de Sousa, o país só tem de agradecer, pela postura democrática, pela cordialidade, pela educação e pela defesa dos valores democráticos em Portugal. Será, sempre, um dos cravos que Abril nos deu.

Ao sucessor, que não conheço, desejo que consiga manter o PCP como um dos baluartes da democracia portuguesa e que rejuvenesça o mesmo, adaptando a mensagem comunista aos dias de hoje, pois sem o PCP, Portugal será sempre menor. Boa sorte, “não é tempo de tratar de poéticas agora”.

Jerónimo de Sousa nas comemorações do 1° de Maio, em 2021.Fotografia: João L. Maio

Jerónimo de Sousa nas comemorações do 1.º de Maio, em 2021. Fotografia: João L. Maio

Gente como a gente

Mostrar que isto pode ser outra coisa. Ter a sobriedade dos humildes e a ousadia dos combatentes. Romper com os elitismos e os consensos de cavalheiros. Conservar a honra e a palavra certa. Ser de confiança, tão certo como justo. Lutar sempre, até ao fim, na enchente e no recuo. Saber sair, de pé e com dignidade. Ser gente como a gente. Que a luta por uma vida melhor também é isto. É sobretudo isto.

Obrigado, Jerónimo.

O dia em que o PCP votou por Orbán

O PCP é como o algodão, não engana. Agora venham de lá esses comentários de que isto faz parte de uma campanha que visa destruir e aniquilar o PCP. Não é preciso, O próprio PCP e os seus dirigentes a fazem esse trabalho. Com denodo.

Se vamos investigar o PCP, investigue-se o PSD também

Essa ideia de se investigar um partido, por ter uma posição com a qual não se concorda, parece-me uma ideia pouco democrática. Mas se é para ser, então que seja retroactiva. Porque se vamos investigar as ligações do PCP ao Kremlin, talvez fizesse igualmente sentido investigar o PSD, porque a ascensão meteórica de Durão Barroso, da Cimeira das Lajes para a presidência da CE, e daí para a do Goldman Sachs, para ainda ir parar à Aliança Global para as Vacinas, também dava uma bela de uma investigação.

Putinistas há muitos, seus palermas

Apesar de não ser comunista e de não me rever nas tomadas de posição do PCP, não no conteúdo, mas na forma, assumo que vai-me dando um gozo especial ouvir aqueles que nunca perdem a oportunidade para vaticinar a morte do Partido Comunista, um partido “moribundo”, dizem, mas que sempre ocupa o imaginário de vingança PRECquiana de tais neurónios. O imaginário de vingança e os sonhos molhados, acredito, porque isto é gente com patologias.

Digo isto porque não deixa de ser estranho que os que acusam o PCP de “totalitarismo”, sejam os mesmos que agora querem afastar um executivo democraticamente eleito, com base em “alegadamente”s. É Putin na Ucrânia, os EUA em qualquer sul-americanismo que mexa, o PSD em Setúbal, centenas nas redes sociais e dois ou três no Aventar. Tudo ganha ainda mais cinismo quando situações como a de Setúbal aconteceram em Albufeira, Gondomar ou Aveiro, em Câmaras governadas por PS ou PSD, mas aí está, aparentemente, tudo bem. Ou isso, ou os jornalistas ainda não descobriram tal. Confesso que teria a sua piada, e é bem possível que aconteça, que em Setúbal se realizassem eleições para a Câmara Municipal e a CDU ganhasse outra vez. [Read more…]

O Arquivo Mitrokhin: o PCP e a rede do KGB em Portugal

A invasão da Ucrânia pela Rússia veio demonstrar a muitos portugueses a verdadeira face do PCP. Os mais surpreendidos com todo o enredo do Partido Comunista Português ainda hoje se interrogam do porquê das posições pró Rússia do PCP. Contudo, em 2015, o jornal Expresso tinha divulgado os pormenores do chamado Arquivo Mitrokhin no tocante às ligações do PCP com o KGB e a Rússia desde os idos da URSS. A coisa passou um pouco despercebida da opinião pública uma vez que a chamada “opinião publicada” estava pouco interessada em levantar “grandes ondas” sobre o partido comunista ou não fosse ele o sustentáculo do governo socialista à época.

Os documentos do Arquivo Mitrokhin possuem inúmera documentação dedicada a Portugal, no período entre 1974 à 1982. Em 1980 o “chefe” do KGB em Portugal era liderada por Yuriy Semenychev, oficialmente o 1º secretário da embaixada. Era mais de uma dezena de operacionais que ocupavam diversos cargos na embaixada russa em Lisboa. O Arquivo cita, entre outros, Boris Kesarev, Viktor Nesterov ou Viktor Gundarev.

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PSD, PS e CDS na rota da espionagem russa

Depois do escândalo em Setúbal, que ocupou o espaço mediático e os feeds das redes sociais durante todo o dia de ontem, pouco se falou sobre as exactas mesmas suspeitas em torno das autarquias de Albufeira, Aveiro e Gondomar. O facto de serem governadas por PSD, PSD/CDS e PS, respectivamente, não terá sido motivo de interesse, como se verificou no caso de Setúbal. E isto diz-nos muito sobre a agenda que norteia este debate, que parece ter mais a ver com a necessidade de manter o cerco ao PCP do que com o apuramento daquilo que realmente se passou ou com o perigo que tal representa para os refugiados ucranianos. Business as usual.

O desnorte do PCP

A notícia é da CNN. A realidade é o desnorte total do PCP. Um desnorte que começou a ser visível quando alguns autarcas do partido começaram a contrariar a narrativa oficial do Comité Central no que concerne à invasão da Ucrânia e que agora se materializa no facto de Jerónimo dizer uma coisa e o seu autarca outra.

Depois do desastre nas últimas legislativas, a hecatombe com a Guerra na Ucrânia. O Livre e o Bloco esfregam as mãos de contentes esperando pelos votos deste eleitorado. Não sei porquê mas só me lembro de citar Cunhal: “Olhe que não, olhe que não”….

Igor Khashin, a ponta de um imenso icebergue de espionagem russa

Ainda não se sabe tudo, mas já se sabe o suficiente para fazer soar todos os alarmes. Aliás, já se sabia há um par de semanas, após uma entrevista de Inna Ohnivets à CNN, que passou algo despercebida: Igor Khashin, o homem do momento, ainda que pelas piores razões, controla a associação EDINSTVO, que está a participar no acolhimento de refugiados ucranianos em Portugal, apesar de ligação directa ao Kremlin, através da embaixada russa em Lisboa.

A serem verdadeiras, as alegações do Expresso – que, até ao momento, não foram desmentidas – Khashin e a esposa, Yulia Khashina, estão a receber famílias ucranianas que pretendem refugiar-se em Portugal, no gabinete da Linha Municipal de Apoio aos Refugiados, pertencente à CM de Setúbal. Acontece que Igor não é funcionário da autarquia, pelo que não se compreende a sua presença no local.

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Igor Khashin: o espião de Setúbal

Vou citar o aventador Carlos Garcez Osório na sua página de Facebook:

“É este o espião russo, obviamente comunista, de seu nome IGOR KHASHIN que tem “colaborado” com o gabinete que recepciona os Refugiados Ucranianos que procuram a Câmara Municipal de Setúbal (CDU) aproveitando para sem qualquer pejo os interrogar conforme bem entende. Ah, no tal gabinete trabalha a sua Mulher cuja contratação foi claramente resultado de mérito próprio e não como as mentes mais perversas vão sugerir, consequência da influência do Marido. Pois. Basta “googlarem” o seu nome para começarem a perceber a dimensão do escândalo e do esquema que putin patrocinou em Portugal”.

O MNE já expulsou o espião? O MP já iniciou o competente processo? O Presidente da CM Setúbal já se demitiu? Ou será que Portugal é uma república das bananas?

O PCP não pode ser sinónimo de filhos da puta, não pode!

Isto é tão obsceno, tão vil que não quero acreditar que semelhante filha da putice foi feita pelo PCP de Setúbal. Não pode ser verdade. A ser, para além da imediata expulsão destes russos de Portugal, é urgente demitir este presidente de câmara e iniciar um novo processo eleitoral autárquico em Setúbal. Isto não pode ser verdade:

https://expresso.pt/sociedade/2022-04-28-Ucranianos-recebidos-por-russos-pro-Kremlin-em-Camara-comunista-09fd4bca

PCP nunca mais

Desde que posso votar, há mais de 30 anos, votei quase sempre no PCP. Por causa da defesa dos trabalhadores, dos mais carenciados, do papel do Estado na sociedade.
Defendi sempre o PCP publicamente. Comecei a escrever no 5 Dias, um nome mítico da blogosfera, e foi a partir daí que nasceu o Aventar.
Nunca tendo sido comunista, via o PCP, ainda assim, como aquele que mais se aproximava das minhas posições.
A política internacional era outra coisa. A defesa sistemática de Ditaduras e de regimes autoritários. A Coreia do Norte ser uma Democracia. A China. A Venezuela.
Ao defender um regime nazi como o de Putin. Ao hostilizar um país que após décadas de opressão russa caminha finalmente, desde há 8 anos, para a democracia plena. Ao insultar Zelensky, um presidente democraticamente eleito em 2019 e que em três anos teve de lidar com uma pandemia e uma GUERRA. Ao relativizar uma invasão cujos argumentos não diferem muito dos de Hitler («conquistar espaço vital»), o PCP tem as mãos cheias de sangue.
E desta vez não dá mais para ignorar. As mãos sujas de sangue do cão assassino Putin não são muito diferentes das mãos sujas do PCP e de todos os que continuam a defender o indefensável.
Seja o Jerónimo de Sousa, seja o Miguel Tiago, seja a obscura e sinistra professora de Filosofia da Ponta do Sol a que o Aventar (infelizmente) em tempos deu guarida.
Para mim, PCP nunca mais. Acabou. Não vai dar para esquecer.

Não te enterres mais, PCP

Acho piada, mesmo muita piada, àquela malta do PCP que fica muito indignada por ver o seu partido debaixo de fogo, devido às posições ambíguas e altamente duvidosas sobre a invasão da Ucrânia, quais caixas de ressonância da propaganda do Kremlin, a dizer que o Zelensky é um facho e um nazi e mais não-sei-o-quê, e que o PCP fez muito bem e não estar ontem na Assembleia da República a ouvi-lo, porque ele baniu partidos e até levou um peido nazi da escumalha Azov ao parlamento grego. Sim, tudo isso é verdade. Imagino que Estaline também não terá morrido de amores quando teve que dar as mãos aos capitalistas para derrubar Hitler. Mas permitam-me um “foda-se” introdutório para vos dizer isto: quantos partidos existem mesmo no parlamento daquele regime que todos os anos é convidado para a Festa do Avante, chamado Coreia do Norte? E quem é que anda mesmo a financiar tudo o que é facho por essa Europa fora?

Exactamente.

Vá, deixem-se lá de merdas e não se enterrem mais.

Zelensky e o delírio do PCP

A justificação apresentada pelo PCP, para não participar na sessão parlamentar onde hoje discursou Zelenskyy foi, para mim, um completo absurdo. Dizer que a sessão parlamentar foi “concebida para dar palco à instigação da escalada da guerra” não faz qualquer sentido, não só porque não existe uma guerra, mas uma potência agressora que invadiu um Estado soberano, e um povo que resiste como pode, mas também porque dar a palavra a um líder democraticamente eleito, gostemos ou não dele, não instiga coisa nenhuma, porque não é a vinda de Zelensky à Assembleia da República que fará aumentar a intensidade do conflito. Quem o iniciou e decide se a sua intensidade aumenta ou diminui é Moscovo, não Kiev.

De igual forma, a sessão parlamentar onde Zelensky marcou presença não é “contrária à construção do caminho para a paz”. Contrário à construção da paz é a invasão russa, o massacre de civis, as cidades arrasadas e a recusa de Putin em recuar e parar a carnificina. Não sei como pretende o PCP que se construa a paz, quando estamos perante uma invasão deste grau de brutalidade, dirigida por um carniceiro que pretende esmagar e anexar um Estado soberano, mas a única saída possível para esta agressão é a retirada completa das tropas russas, Donbass e Crimeia incluídas. O que pretende o PCP? Que a Ucrânia se renda e entregue as chaves de Kiev a Putin? Se não é, parece, porque é exactamente isso que acontecerá caso os ucranianos deixem de se poder defender. E sim, eles precisam mesmo de armas. Putin não quer saber de palavras ou diplomacia.

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Fiz uma pausa nos meus afazeres para vir comentar a insanidade do PCP

«“O PCP não participará numa sessão da Assembleia da República concebida para dar palco à instigação da escalada da guerra, contrária à construção do caminho para a paz, com a participação de alguém, como Volodimir Zelenskii, que personifica um poder xenófobo e belicista, rodeado e sustentado por forças de cariz fascista e neonazi, incluindo de carácter paramilitar, de que o chamado Batalhão Azov é exemplo, a quem Zelenskii deu palco na recente sessão no Parlamento grego”, disse a líder parlamentar comunista.» [PÚBLICO]

“com a participação de alguém, como Volodimir Zelenskii, que personifica um poder xenófobo e belicista

Desculpem lá, ó senhores deputados do PCP, quem é que invadiu quem, matou e violou indiscriminadamente e está a destruir um país por completo?

V.exas poderão vir com a conversa, perdão, cassete, do costume, sobre os malvados dos americanos e da NATO. Porém, coloquem-se as coisas nos devidos lugares. Quando os americanos invadiram o Iraque, não se chegou à frente o PCP, e bem, a condenar essa infame guerra justificada com falsos argumentos? Então, porque não faz o PCP agora o mesmo, quando a Rússia invadiu a Ucrânia igualmente usando falsidades como justificação?

Com esta atitude, o que este partido está a dizer é que há maus e bons, que sendo maus, são bons porque são os nossos maus.

Larguem as palas, s.f.f. Só ofusca o importante papel que tiveram na luta contra a ditadura salazarista.

Reunião do Comité Central do PCP…

…para discutir a invasão da Ucrânia:

PCP e Chega, a mesma luta – parte II