Hoje, quinta-feira, 24 de Novembro de 2022, jogam

a selecção e a seleção. Efectivamente. Porque ‘selecção’ ≠ ‘seleção’.

Marcelo Rebelo de Sousa felicita muito calorosamente a selecção brasileira de futsal

«O Presidente da República felicita muito calorosamente a seleção nacional de Futsal [sic]». Exactamente.

Foto: EPA/GERRIT VAN KEULEN

Acabaram os Eders gordos!

Finalmente, acabou o tempo em que jogávamos à grande e à francesa e voltamos a jogar à “quase que era” e à portuguesa. Confesso, tinha saudades!

Ferro sonha com a selecção do Brasil

«Seleção é um sonho, mas quero consolidar-me no Benfica». Efectivamente, ‘selecção’ ≠ ‘seleção’.

A importância da vírgula e do cê

Moro, pede pra sair‘ ≠ ‘Moro pede pra sair‘. Como ‘selecção’ ≠ ‘seleção’.

João Félix assobiado e insultado na chegada à concentração da selecção do Brasil

«João Félix assobiado e insultado na chegada à concentração da Seleção». Efectivamente: ‘selecção’ ≠ ‘seleção’.

Rúben Neves pode ajudar a selecção do Brasil

«Posso ajudar a Seleção». Efectivamente.

Efectivamente, da selecção

Exactamente, RTP. Da selecção.

Como sabemos, ‘selecção’ ≠ ‘seleção’.

E o Acordo Ortográfico (de 1990, no caso em apreço) serve para quê?

Serve para inglês ver.

Efectivamente. Viva a selecção.

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Marcelo pede ao Brasil para “fazer o melhor possível” nas Confederações

«Marcelo pede à seleção para “fazer o melhor possível” nas Confederações». Exactamente.

O capitão da selecção do Brasil farturou frente à Letónia?

Segundo A Bola (efectivamente: o resistente que se cala), o «capitão da Seleção […] fa[ɾ]tura frente à Letónia». Efectivamente: fartura e *seleção.

«Ronaldo atira micro da CMTV para um lago»

Correio da Manhã, por qualquer razão que me escapa, refere-se a Cristiano Ronaldo como capitão da selecção brasileira: “capitão da seleção nacional“. Como sabemos, ‘selecção’ ≠ ‘seleção’.

A selecção do Brasil chegou a Saint-Étienne, depois da derrota com o Peru?

«Seleção é derrotada por 1 a 0» (13/06/2016 0:51). «Ambiente calmo em Saint-Étienne à espera da seleção» (13/06/2016 9:05). SeleçãoSeleção?

Mãe de Cristiano Ronaldo em Fátima a rezar pela selecção brasileira

Segundo o Jornal de Notícias: «Mãe de Cristiano Ronaldo em Fátima a rezar pela seleção». Seleção? Efectivamente.

Pedro Abrunhosa lança cântico de apoio à selecção brasileira

Segundo a TSF. Efectivamente, como sabemos, ‘selecção’ ≠ ‘seleção’.

Curiosamente, o novo equipamento da selecção do Brasil

novo equipamento da seleção nacional») é muito parecido com o da selecção portuguesa. Efectivamente, como sabemos, ‘selecção’ ≠ ‘seleção’. Exactamente.

Selecção dominou, mas Seleção venceu

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© EPA|Joel Ford (http://bit.ly/1cVJP11)

De facto, como podemos ler no Público de ontem: “Portugal dominou mas Brasil venceu nos penáltis por 1-3“. Por qualquer motivo, na redacção do jornal O Jogo há quem, apesar do título (Portugal eliminado pelo Brasil), creia que o Brasil perdeu: “A Seleção Nacional de Sub-20 perdeu“. Convém sempre recordar que ‘selecção’ ≠ ‘seleção’ — por exemplo, há pouco mais de um ano, selecção jogou com os Camarões e a seleção jogou com a África do Sul.

Também convirá, durante a tal “discussão mais focada sobre as matérias mais controversas“, explicar que, em português europeu, Contact Mechanics and Lubrication não corresponde exactamente a Mecânica do Contato e Lubrificação. Exactamente: hoje, no sítio do costume.

mecanica contato

“Talisca: sensação na Europa e esperança para a seleção”

Efectivamente. Seleção.

É importante respirar, ter uma pausa, pensar, reflectir

Uma marca de cervejas pôs “Paulo Bento a dar táctica [sim, exactamente: ‘táctica’ e ‘tácticas’] para unir os portugueses à Seleção”. Seleção? Seleção. Felizmente, existe concorrência.

Lembramo-nos todos certamente daquilo que foi escrito, há mais de um ano, acerca da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990: “o AOLP90 já foi quase plenamente aplicado, como o Estado determinou, sem problemas de maior”. Efectivamente, plenamente aplicado e sem problemas de maior.

Convém que os responsáveis por um anúncio com quase quatro anos aproveitem a resposta do actual presidente da Comissão Europeia – “é importante respirar, ter uma pausa, pensar, reflectir…” –, admitam aquilo que salta aos olhos de todos (no Expresso não se adopta o Acordo Ortográfico de 1990) e acabem com este triste e deprimente espectáculo. Porque “a coisa mais normal do mundo” é um português escrever ‘reflectir’. Reflectir? Sim: reflectir.

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Paulo Bento é o novo seleccionador do Brasil

Ajude Paulo Bento a escolher os 23 jogadores da seleção nacional”. Seleção? Sim: seleção.

A diferença entre ‘selecção’ e ‘seleção’

A selecção jogou com os Camarões. A seleção jogou com a África do Sul. 

Revelada a camisola oficial da selecção brasileira

 

Record diz-nos que foi “revelada a camisola oficial da Seleção [sic] para o Mundial“. Aparentemente, os jogadores da selecção brasileira passarão a envergar uma camisola igualzinha à dos colegas que jogam na selecção portuguesa. Sim, porque ‘selecção’ ≠ ‘seleção’.

 

Selecção brasileira joga em Leiria

Cobertura do Estádio de Leiria será reparada antes de receber jogo da Seleção“. Sim, da Seleção.

André Almeida e Cédric vão jogar na selecção brasileira

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Segundo estes títulos do jornal A Bola, André Almeida e Cédric terão sido convocados para a ‘seleção’. Assim sendo, Felipão está de parabéns: trata-se de dois jovens muito promissores e que, obviamente, não podendo jogar na selecção, merecem uma oportunidade alhures. 

Desconhece-se o que terá levado A Bola a abandonar a excelente prática de pôr entre aspas palavras criadas pelo AO90.

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Aliás, para quem andar distraído, talvez valha a pena indicar que ‘dececionado’ não existe em português do Brasil.

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Bem-vindos ao fabuloso mundo da “unidade essencial da língua portuguesa“.

Desejo-vos um óptimo fim-de-semana.

O L’Équipe é o melhor jornal desportivo português

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Hoje, joga a Selecção.

Ao contrário daquilo que acontece noutros jornais (embora, lá no fundo…), no L’Équipe conhece-se a diferença entre Selecção e Seleção.

Sim, está bem, ‘ao’ em vez de ‘ão’: acontece aos melhores.

Post scriptum: O excelente título do Público daria para estarmos uma ou duas horas entretidos com jogos semelhantes a este — “seleção evitará recessão na receção?”, “a recessão da seleção na hora da receção?”, “mais vale uma receção sem recessão do que uma seleção a voar”…  —, mas hoje é sexta-feira.

A TROIKA da Sporttv

Não há nada como o Estado para resolver o problema das empresas privadas.

Desporto em Portugal – finalmente!

Há duas vantagens na pontaria do Bruno Alves. Não, não estava a pensar nas questões traumáticas dos adversários.

A primeira vantagem é a possibilidade de ler o que se escreve no Record. A ser verdade, nem encontro palavras para descrever.

A segunda e verdadeiramente importante é a possibilidade, nova, do país se voltar para o que o Ministério da Educação se prepara para fazer com a Educação Física e com o Desporto Escolar. O Miguel explica.

Cristiano Ronaldo & Pepe

Não sou o fã número um da seleção. Mas já fui.

Estive nos cafés, no tempo da Escola Secundária, a ver Portugal ser campeão na Arábia Saudita. Andei também pelos estádios a ver Portugal ser Campeão do Mundo em 1991, no arranque da mais fabulosa geração de futebolistas que o nosso país teve.

Cresci com eles e maravilhei-me com os feitos deles nas grande competições, até … Mudar tudo.

Para mim a seleção não é um clube. Nunca sofri pela seleção como pelo BENFICA, nem pouco mais ou menos. É um defeito meu, eu sei. Quem não os tem?

Mas com o Scolari foi a ruptura porque nunca me identifiquei com a bandalheira que aquele tipo gerou à volta da equipa,  ainda que, do ponto de vista dos resultados, tenha estado bem. [Read more…]

Os 23 escolhidos de Paulo Bento para a Seleção…

…eram previsíveis, exceptuando, talvez, os casos de Custódio e de Miguel Lopes.

Quim, Bosingwa, Hugo Viana, Nuno Gomes ou Ricardo Carvalho não fazem parte da convocatória. Nelson Oliveira, revelação desta época, integra o plantel como se adivinhava.

Eis a lista completa:

Guarda-redes

Rui Patrício

Eduardo

Beto [Read more…]

Elogio a Paulo Bento

Quando Paulo Bento veio substituir a nada saudosa personagem que anteriormente ocupava a cadeira de seleccionador nacional, torci o nariz. Confesso que, se dependesse de mim, Paulo Bento não seria o actual treinador da selecção.

Enganei-me. Estava demasiado habituado à figura de Paulo Bento treinador do Sporting, belicoso, excessivamente interventivo, semeador de discórdias. Mas Paulo Bento, seleccionador nacional, mostrou ser o homem certo para o lugar, distendido, arredado dos focos mediáticos, com uma panóplia de bons jogadores à sua disposição com quem não tem que lidar no dia-a-dia, sem medo de errar a cada passo e, por isso, proibir-se de ousar.

Paulo Bento pegou num lote de jogadores descrentes e derrotados, e levou-os ao primeiro lugar do seu grupo de apuramento. Devolveu-lhes alegria, criou uma equipa, livrou-se de jogadores de segunda linha, e, ao contrário da triste personagem precedente, pô-la a jogar de acordo com o talento prometido pela soma das partes.

Moral da história em véspera de eleições: uma boa vassourada é muitas vezes necessária. A Federação Portuguesa de Futebol teve, nesse cenário, muito mais sorte do que o povo português e podia escolher um entre dezenas de treinadores nacionais e estrangeiros. O povo português, pelo seu lado, só tem dois treinadores efectivamente candidatos a treinar o país. Se uma vassourada é bem-vinda, a possibilidade de escolha é demasiado curta. Por mim, o treinador que aí vem também não se sentaria na cadeirinha do poder. Desta vez temo não me enganar.

Portugal: golos e o regresso da seleção

Depois do interregno para aulinhas e preleções teóricas, passado o pesadelo do professor, eis-nos de regresso ao futebol como deve ser: selecionador em vez de professor, jogadores em vez de alunos. Agora o motor já tem turbo, não está afinado mas atinge rotações elevadas sem medo de tentar.

Não vou endeusar Paulo Bento – não seria a minha escolha para o cargo- mas vê-se que já existe mudança de atitude, vontade de jogar e, suponho, acabaram-se as desculpas esfarrapadas e as liçõezinhas de moral. Bem sei que não se deitam foguetes antes do apito final, que a bola é redonda e tudo pode acontecer. Escrevo este texto durante o intervalo, neste momento Portugal ganha por 2-0. Aconteça o que acontecer, ganhe ou perca, a seleção mudou, há velocidade, os jogadores ocupam as suas posições naturais, Carlos Martins e João Moutinho são finalmente titulares. Assim gosto mais, escusado era ter-se perdido o tempo que se passou em experiências pseudo-educativas.