Francisco José Viegas (2.º a contar da direita), com oito anos, deixa o Pocinho (Linha do Douro) em direcção a Chaves. De comboio, claro.
Anos mais tarde, num livro chamado “Comboios portugueses – um guia sentimental” haveria de dedicar ao avô alguns parágrafos, sobre o Douro, sobre o Vale do Tua, que importaria sempre, sempre preservar. Mais tarde, reforçaria nas páginas da Ler a mesma imperiosa obrigação. A seguir comete “o erro de aceitar um cargo político” e é feito Secretário de Estado da Cultura, pasta esta com responsabilidades indesmentíveis na protecção e classificação do vale e da Linha do Tua como património nacional. Nada fez, que nada podia fazer. O que tinha a fazer nesse momento, caso fosse um escritor com apreço pela palavra escrita, era única e simplesmente abdicar do cargo por manifesta falta de força política para fazer cumprir.
Para mim, Francisco José Viegas é o pior exemplo do que pode ser feito a homem das Letras.
De Má Memória
25/10/2012 by dariosilva
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“Nada fez, que nada podia fazer”??? “Nada fez, que nada podia fazer”???
Entäo quem é que “podia fazer”? EU, que näo somos Secretário de Estado da Cultura?
E se “nada podia fazer”, entäo porque sai apenas por “razões graves de saúde”?
Basicamente isto quer dizer que esteve no gabinete sem fazer nenhum, a encher-se enquanto näo adoeceu, em vez de lutar pela protecção e classificação do vale e da Linha do Tua como património nacional, , entre outras coisas!
Näo, isto näo pega nem com Araldite! Se nada foi feito pela Linha do Tua e zona envolvente, a responsabilidade é dele!
Mas a culpa em Portugal continua a morrer solteira… para näo variar.
errata: “Entäo quem é que “podia fazer”? EU ou VOCÊ, que näo somos Secretários de Estado da Cultura?”
Faltou escrever:
Para mim, Francisco José Viegas é o pior exemplo do que um homem das Letras pode fazer.
Com incontornável responsabilidade no assunto, e que bem Dario expõe com o exemplo a natureza humana (não que não acredite que bem no fundo Viegas esteja infeliz, e quiçá a doença também vem daí), não esqueçamos a pianista que disse um dia que a classificação da Linha do Tua e a Barragem no mesmo rio eram compatíveis! Nesse momento, sim, tudo seria mais fácil, até para o então chefe de governo: não iniciar um crime social e ecológico porque, afinal, desculpa lá oh Mexia do «só falta cimento», «a coisa é património para preservar…».
Professor, eu?
Obrigado pelo imenso elogio, mas infelizmente näo o sou.