À míngua

Seca: baixo nível dos aquíferos no Algarve pode aumentar salinização da água

Os lençóis freáticos no Algarve apresentam níveis abaixo do que seria previsível para esta altura do ano, originando perda de qualidade da água subterrânea e aumentando o risco de salinização, advertiu nesta segunda-feira o director regional de Agricultura. “Não sabemos como vai ser o amanhã.” Ainda não foram comunicadas “situações dramáticas”, mas o risco de intrusão salina nas águas subterrâneas é maior em zonas costeiras e em períodos de seca.”

Pois, Sr. director, o que não se percebe é como nos últimos anos permitiram o aumento avassalador das culturas intensivas no Algarve e ainda agora continuam a ser feitas terraplanagens para novas, destinadas a plantações de abacates. Querem mesmo desertificar, é??? Sempre com o paleio (de si ouvido) de que é preciso alimentar o mundo. Pois agora se vê que destruindo o ecosistema, não há produção para ninguém. Anda-se-lhes a dizer as coisas há décadas, fazem ouvidos moucos e só quando a crise desaba é que ai Jesus. Sempre tarde demais, porque a avidez do negócio é sempre insaciável.

Atropelar o neoliberalismo com um rolo compressor

foi o que fez Ricardo Paes Mamede. No Público.

Um problema de liquidez

Basta surgir uma brisa mais forte e a banca abana com um “problema de liquidez”. E logo aparece o Estado-papá, para deitar a mão ao menino com os mealheiros dos outros meninos.

Quais meninos?

Vocês sabem: os meninos que vivem acima das suas possibilidades, que têm a ousadia de jantar fora à Sexta e com isso obrigam os banqueiros a fazer negócios ruinosos tipo BPN e BES. [Read more…]

De Cavaco Silva à Forbes, do BES ao SVB: diz-me quem elogias, dir-te-ei o próximo a falir

A Forbes, à imagem de Cavaco Silva sobre o BES, fidelizou o SVB apenas uma semana antes da sua falência, como um dos 100 melhores bancos do mundo. Ficou em 20º lugar em 2023, depois de cinco anos consecutivos a ter honras nesta listagem.

O SVB, a poucos dias da falência, divulgou com orgulho a sua prestação e a FORBES, com um pouco mais de vergonha e com a intenção de tapar o sol com a peneira, acrescentou uma nota do editor depois da falência digna de transcrição integral: “[Editor’s Note: After this list was published on February 16, 2023, SVB Financial Group’s Silicon Valley Bank collapsed and was placed under FDIC control on March 10 due to a bank run prompted by fears about its interest rate exposure.].  A nota de congratulação do SVB já só se pode ver no Linked In, a única conta nas redes sociais que a falência do banco ainda não se lembrou de suspender.

Silicon Valley Bank: mais um desastre capitalista

Na Sexta-feira, dia em que o banco faliu, a agência de notação financeira Moody’s ainda atribuía rating A ao Silicon Valley Bank.

Sim, o banco dos unicórnios, que faliu na semana passada e levou consigo o Signature Bank, conhecido pela ligação ao metaverso das criptomoedas. Outra bomba-relógio que ainda nos vai dar muitas dores de cabeça.

[Read more…]

Logo agora que a torneira do Estado fechou

o Novo Banco começou a dar lucro. 561 milhões em 2022. E tu, acreditas em bruxas?

O perfeito tricot neoliberal

Imagem: SulInformação

A armadilhagem montada pelo modelo neoliberal é tão totalitária, refinada e dotada de meios que indubitavelmente obtém excelentes resultados na persecução dos seus objectivos.
É sabido que a “ligação” (leia-se o conluio) das universidades às empresas, com financiamentos e doutoramentos para servir estas últimas, é, na actual banheira neoliberal em que boiamos, considerada um critério de qualidade e muito acarinhado. Disponibilizam-se “modelos de acordos de transferência de tecnologia e Investigação e Desenvolvimento, para facilitar a criação de parcerias entre universidades e empresas”. Vai longe o tempo em que a independência do conhecimento das universidades era considerada um elevado valor a proteger; hoje, reina a captura dos recursos para a subserviência às empresas. Chamaram-lhe Iniciativa de Excelência e os princípios orientadores passaram a ser a “competição” e a “liberdade”. “Empresas e Universidades, uma relação win-win”. A rede tricotada.
Já uma ligação das universidades a David, ou seja, aos cidadãos, não passa pela cabeça de ninguém. Acordos entre universidades e associações e representantes da sociedade civil? Tá quieto! Se alguém conhecer algum, avise. Quando muito, usam-nas para estudos. [Read more…]

Portugal – querido faroeste 

Foto: Expresso

Cinco dias depois de o Tribunal Administrativo de Beja ter aceitado uma providência cautelar para suspender a execução das obras de urbanização do projeto “Na Praia”, nas dunas de Troia, as máquinas continuam a trabalhar no terreno.”

“O Município de Grândola informa que até à presente data não recebeu notificações sobre o assunto. A decisão do tribunal fala na necessidade de tomar as medidas necessárias para impedir “com urgência” o prosseguimento das obras de urbanização mas a mensagem não chegou aos destinatários.”

É caso para cantar “Grândola, vila neoliberal”. São umas atrás das outras as situações em que os “promotores” por este país fora passam por cima de disposições e decisões legais e avançam com o seu negócio perante a criminosa bonomia das entidades portuguesas. A propriedade privada é o valor mais elevado da hierarquia de todos os valores e o imenso carinho pelo dinheiro, a par do desprezo pela preservação da natureza sentido por câmaras, APAs e governo hão de chupar até ao tutano este país que acabará por sucumbir às suas mãos. Toda uma geração de cínicos no poder e também nas ruas.

De Espanha chega o aviso….

O jornalista António Moura, na sua página de facebook, abordou quatro artigos do El Pais deste fim de semana, citando-o:

“Quatro artigos do El País de hoje (título+introdução) sobre os tremendos problemas com que estamos confrontados. Não, não é so em Portugal! E, estes sim, são problemas graves. Pode ser que a minha geração escape ao tsunami que aí vem… Mas as gerações que vêm atrás vão-se lixar, e muito, a menos que se mude o paradigma económico. Lê-se no primeiro artigo que “a crise orçamental dos Estados” é uma das causas. Mas a mim parece-me que o problema de fundo reside na própria natureza do sistema capitalista, crescentemente iníquo. Há um problema grave com a distribuição da riqueza.

1 — Estado de bienestar: historia y crisis de una idea revolucionaria: La idea de proteger al ciudadano desde la cuna hasta la tumba está en apuros. Una de las causas es la crisis presupuestaria de los Estados, con una población envejecida sostenida por menos trabajadores en peores condiciones.

2– La sufrida clase media-baja es cada día menos media y más baja
La tenaza económica aprieta a las familias modestas: los Ruiz-Medel aguantan recortando gastos gracias a la estabilidad laboral. Los Pardal-Pérez acabaron ahogados en deudas y pidiendo comida.
3– La masiva manifestación por la sanidad en Madrid se revuelve contra Ayuso
Los manifestantes, 250.000 según la Delegación del Gobierno, protestan contra el “empeño” del Gobierno regional en “desmantelar” la atención primaria y en apoyo a la huelga de médicos de familia y pediatras.
4 — Europa discute cómo se jubilan sus ciudadanos
El envejecimiento empuja a los países del continente a aumentar la edad de retiro. Los sistemas de pensiones son muy diferentes, pero todos comparten el reto mayúsculo de acertar en los cambios para ser sostenibles- Europa discute cómo se jubilan sus ciudadanos.

[Read more…]

Esmifrar os cidadãos e engordar os poderosos

A forma colossal e brutal como este lema vem sendo posto em prática há décadas pela UE e pelos seus estados-membros (Portugal à cabeça) ultrapassa por completo a minha capacidade de discernimento. É com toda a consciência que esta criminosa geração está a conduzir-nos activamente para o abismo mortal da extrema-direita. É desesperante.

Aqui ficam excertos de um artigo da insuspeita revista alemã Der Spiegel:

Os bancos alemães arrecadam milhares de milhões do BCE

Enquanto as poupanças dos alemães continuam a perder valor, as instituições de crédito estão a ganhar muito bem com a política monetária do Banco Central Europeu. De acordo com uma estimativa, só em 2023, elas poderão ganhar 27 mil milhões de euros.

Os bancos beneficiam da subida acentuada da taxa de depósito, uma das principais taxas de juro do BCE. O Banco Central utiliza esta taxa para pagar juros sobre o dinheiro excedente dos bancos comerciais (…). Desde quinta-feira, a taxa tem sido de 2,5 por cento – e, portanto, tão elevada como a última em 2008. [Read more…]

Por falar no Santander…

O virtuosismo frugal que não assiste ao povo de nababos que somos, oportunamente assinalado pelo CEO do Santander Portugal, – um homem com “um apelido muito forte na banca” – trouxe-me à memória alguns casos, mais ou menos recentes, envolvendo a divisão portuguesa do banco espanhol.

O primeiro destes casos remonta a 2015. O Banif estava em colapso iminente e uma notícia bombástica da TVI levou à queda abrupta do seu valor em bolsa, acelerando a morte do banco insular. O Banif acabaria na carteira de activos do Santander, pela módica quantia de 150 milhões de euros, com o alto patrocínio dos contribuintes portugueses, que lá decidiram aplicar 2,4 mil milhões dos seus impostos a fundo perdido.

À data, a TVI era propriedade do grupo Prisa que, imagine o caro leitor, tinha o Santander como accionista da referência. Parece conveniente, mas, na verdade, não passou de uma triste coincidência, rapidamente aproveitada por essa gente que só protesta contra a banca porque é invejosa. [Read more…]

Viva o país do liberalismo

Quando dá jeito, claro.

Continente: Missão comer as migalhas do Povo

Ontem foi noite de jogo no Dragão. Junto ao estádio existem barraquinhas que vendem bifanas, cachorros, cerveja, refrigerantes. Gente do povo. Humildes. Muitos deles com as marcas, nas mãos e na face, de uma vida dura. Vão ali para ganhar uns cobres, completar a reforma, alimentar os miúdos. Não ganham fortunas nestas quatro, cinco horas de biscate mas é qualquer coisa. Desta vez, ao lado, várias “roulotes” dessa coisa da moda chamada “street food”. A apresentação é melhor mas o objectivo é o mesmo. Uns cobres. É o povo, a nossa gente, a fazer pela vida neste país pobre. Ao lado, mais carote mas com todas as condições, o Alameda com a sua “praça de alimentação”. Até aqui, tudo normal. Tudo? Não.


No shopping Alameda (Dragão) existe um Continente. Da SONAE. Uma das maiores empresas nacionais. E na entrada do seu supermercado o que podem ver na foto: uma promoção especial por ser dia de bola. Esta malta que ganha rios de dinheiro, que matou as mercearias, que matou as perfumarias, as papelarias, os talhos, as frutarias, que matou muito comércio tradicional onde vários ganhavam uns cobres para agora só eles ganharem milhões, não satisfeita e nesse infinito de ganância que caracteriza o capitalismo selvagem dos dias que correm, toca a concorrer com aquelas almas que na rua, ao frio tentam uns cobres para salvar o mês. Uma “sandes” de pedaços de bocados de restos Continente a €1,99 e as latas já nem olhei. Que vergonha. Enfim, uns filhos da grande meretriz….

Breve história da economia moderna

Já todos vimos este filme. Um colosso entra no mercado, trazendo uma dinâmica forte e preços altamente competitivos.

É proibido vender com prejuízo, se bem que demonstrar que a lei foi violada é uma tarefa hercúlea. E como se sabe, o Estado é magro e não tem ninguém para acompanhar o tema.

Porém, nada impede que se venda sem lucro e que se negoceiem condições com os fornecedores por forma a que existam produtos com custo residual (as famosas promoções com preço de arrasar). Afinal, se o fornecedor disponibiliza produtos a custo zero, ou perto disso, dificilmente a venda ao público será feita com prejuízo, mesmo praticando preços finais impossíveis. Está cumprida a lei.

Para aqueles que não têm capacidade financeira e negocial para competir, paciência. Que fechem as portas. O que importa é que o consumidor ganha melhor preços e mais oferta, certo?

Se a concorrência desaparece, paciência. Os empregos desaparecem ou dão lugar a condições precárias mas isso pouco importa. Porque no final do dia, consumidor fica a ganhar. Até que não seja esse o caso.

Quando a esmola é grande, o trabalhador desconfia

Imagem retirada de: distribuicaohoje.com

No última dia sete deste mês, a MC, empresa que agrega o grupo Sonae, dona do Continente, Meu Super ou Go Natural, comunicou a intenção de atribuir mais 500€ ao salário de 36 mil trabalhadores, num investimento a rondar os 15 milhões de euros. Aquilo que parecia ser um apoio extraordinário para mitigar os efeitos da inflação na carteira dos trabalhadores, afinal não o é.

Em declarações ao site NiT no passado dia 9 de Dezembro, fonte da empresa MC afirmou que este apoio suplementar, no princípio apresentado como uma ajuda para “mitigar os impactos sentidos no custo de vida, proporcionando um Natal melhor para todos”, vai chegar aos trabalhadores do grupo Sonae… através de um cartão criado especialmente para o efeito e que obrigará os trabalhadores a… gastarem o apoio de 500€ no Continente (Continente, Continente Modelo e Continente Bom Dia, Continente Online, Bagga e supermercados Go Natural).

Significa, portanto, que o apoio suplementar não é um apoio… é um empréstimo. Os mais de 15 milhões investidos pela Sonae nesta medida vão retornar… à Sonae. Tirem o cavalo deste temporal os trabalhadores que achavam que iriam poder pagar a conta da luz, da água ou explicações escolares aos filhos, por exemplo. 

Lembram-se daquela ideia mirabolante, que nem um José Está Lindo Pino Ché pós-moderno teria, do líder da extrema-direita portuguesa, André Ventura, aquando da atribuição de 125€ por parte do Estado? Essa do “nada de gastar em putas e vinho verde”? É basicamente o mesmo que a Sonae está a impor aos seus trabalhadores… só que estes, não podendo gastar em putas, podem sempre comprar vinho verde… se for no Continente.

Quando a esmola é grande, o trabalhador deve sempre desconfiar. E quem dá e volta a tirar… 

Susana Peralta pergunta:

Sabia que o Parlamento não conhece o OE que hoje vota?“.

Sim, sabia. Aliás, toda a gente sabe. Nem o que hoje vota, nem os que votou para 20122013201420152016201720182019, 20202021 e 2022 [1] e [2].

E gostei do conceito “cacofonia orçamental”: proponho que abranja os “tetos de despesa”, mencionados pela Autora. Os vinculativos, sim, mas também os indicativos.

Desejo-vos um óptimo fim-de-semana.

***

Livre circulação de capital

Há uma crise que se agiganta, sem paralelo na história recente, porque afecta todo o planeta, não apenas uma região, e porque vai para lá de dívidas e bolhas, atingindo também a capacidade dos povos mais prósperos de se alimentar e aquecer no Inverno que começa a chegar. Para não falar na fome e na miséria que alastrarão com maior intensidade nas zonas mais pobres do globo, provocadas pela escassez que resulta – também mas não só – do bloqueio que impede a saída de cereais e fertilizantes dos portos ucranianos.

Entretanto, numa realidade paralela, tipo aldeia gaulesa que resiste não às investidas romanas, mas às da crise internacional, o capital flui livremente, ainda que em circuito fechado, para os bolsos dos mesmos de sempre. Wall Street é o seu nome e Outubro foi o seu melhor mês desde… 1976.

[Read more…]

Contra o Orçamento do Estado para 2023

Mantém-se um mistério o motivo pelo qual gente alfabetizada votou favoravelmente documentos redigidos nos termos de 20122013201420152016201720182019, 2020, 2021 e 2022 [1] e [2]. Uma hipótese que me parece plausível é a de estes documentos não terem sido lidos por quem os votou. E isso, a ser verdade, é grave. Mas não sabemos se é verdade. Só sabemos que é uma hipótese.

Debrucemo-nos então sobre o documento hoje depositado por Fernando Medina nas mãos de Augusto Santos Silva.

Foto: Nuno Ferreira Santos (https://bit.ly/3CpJfXc)

Vejamos, pois, uma amostra do conteúdo do Relatório (pdf): [Read more…]

A TAP, a BMW e o dinheiro dos outros entram num bar….

No remanso de um qualquer gabinete da TAP uma boa alma decidiu que estava na hora de comprar uns carritos todos pomposos para a malta. Porque não? Seus invejosos. Ainda por cima alemães e tudo. Qualidade, durabilidade e status. Quem nunca com o dinheiro dos outros….

As redes sociais entraram em alvoroço e daí ao comentário televisivo e deste aos telejornais foi um tiro. O nosso Primeiro até mandou uma boquita sobre o “seu” Nissan Leaf. Estava dado o tiro no porta-aviões e os BMW, água. Contrato cancelado. E só Deus saberá quanto nos vai custar a marcha atrás…

Ora, aqui chegados, seria boa ideia, digo eu, a expedita comunicação social começar a vasculhar os armários do Estado. Todo ele. Todos os armários. Informar a malta, o Zé pagode, de quanto nos custa os desmandos desta malta lesta a “esbardalhar” o dinheiro dos contribuintes. Ele é iPhones, iMacs, automóveis, senhas de gota, viagens em 1º classe, estadias em hotéis da “Leading Hotels of The World” e um imenso por aí fora. Seja na administração central, na administração regional, na administração local, nos milhares de cargos de chefia, de nomeação política, etc, etc, etc. Ainda me lembro nos idos do início do século de um administrador de uma empresa municipal que, todo lampeiro, comprou um BMW de alta gama mas pediu ao concessionário que retirasse da traseira do dito os números que denunciavam a cilindrada do bicho. E que bicho……

A falta de noção é gritante. Aquilo que não fariam com o seu dinheiro fazem-no com o dinheiro público. sem qualquer pudor. Nem controlo. Se o contribuinte tivesse uma verdadeira noção do que se passa talvez aquele outro no remanso do seu gabinete da TAP não tivesse espasmos para comprar popós para a sua malta…

TAP, Todos A Pagar…

Nada tenho a opor quando uma empresa decide adquirir para os seus administradores e directores de topo, uma frota automóvel a condizer com o estatuto da empresa. É discutível que uma empresa em dificuldades financeiras opte pela marca BMW, diria que a imagem não condiz com a realidade, mas ainda assim, continua a ser uma decisão da empresa, que terá de lidar com as consequências da sua gestão.
Quando a empresa é pública, o caso torna-se político, desde logo porque a administração responde ao ministro que a tutela. Ao acrescentar que a empresa é a TAP, que terá encomendado uma frota de 79 viaturas de marca BMW, quando soma já nesta altura 3,2 mil milhões de Euros de resgate com dinheiro do contribuinte, o acto de gestão torna-se pornográfico.
Não adianta virem sequer com a desculpa que optaram pelo renting, aluguer operacional das viaturas, pelo qual se pagam mensalidades, porque anteriormente já o faziam. Mas até agora tinham frota Peugeot e passam para BMW, quando, face ao momento financeiro da empresa pública, existem várias opções menos dispendiosas no mercado.
Mas sabe a administração da TAP, que as suas decisões não assumem riscos de maior, podem sempre contar com o aval político do ministro e com o bolso sem fundo do contribuinte luso…

António de Oliveira Salazar e BE, a mesma luta?

 

 

Nos tempos que correm muito se tem falado sobre os lucros extraordinários de grandes empresas. Esta matéria tornou-se bandeira para o BE. O curioso é que nos anos quarenta o então governo (presidido por Salazar) taxou lucros extraordinários (a empresas e a pessoas).

Deve estar com um sorriso de orelha a orelha.

A culpa é da guerra …

Flat tax, baixos salários e outras falácias

Sempre que vem a baila alguma discussão sobre flat tax, aqui d’el rey que perigosos Liberais ou neoliberais, estão a cumprir a agenda escondida de defender capitalistas, investidores financeiros ou cidadãos ricos.
Neste post, ver quadro acima, irel apenas abordar salários brutos inferiores
a mil Euros, normalmente aplicáveis a empregados por conta de outrem, com baixas qualificações, os tais
que os bonzinhos de Esquerda defendem e que os malditos Liberais como eu, querem
prejudicar com alteracões à política fiscal. nomeadamente a tal flat tax, para que fiquem a pagar mais… [Read more…]

A miserável qualidade da informação e a ganância em PT

Dá asco ou não dá, ouvir uma entrevista da RTP tão vazia que bem espremida se resume a 3 ou 4 novos dados em quase 11 minutos? De Galamba já sabemos que procura falar sem revelar nada de verdadeiramente importante da área que gere. Os cidadãos, quanto menos perceberem e souberem do assunto, melhor. Repetir qual papagaio as mesmas superficialidades chega a ser doloroso, mas não o rala. Por três vezes pensei que a entrevista tinha voltado ao princípio.

Da jornalista, que dizer? Em que mundo viverá?  Não havia uma perguntinha sobre o impacto ambiental da coisa? Nunca terá ouvido falar do impacto devastador na biodiversidade? Não havia uma perguntinha sobre protestos dos cidadãos? Não havia uma perguntinha sobre o fracking para obtenção do LNG que por ali vai adentrar? Não havia uma perguntinha sobre o tipo de contratos que vão ser feitos com a REN? Não havia uma perguntinha sobre os benefícios reais para o bem público?

Não há esperança. O reinado da ganância está de tal modo legitimado em PT, que a crise climática e a biodiversidade não passam de enteadas a enxotar. Interessa só e apenas o valor embusteiro do PIB e que se continue a consumir de modo a não haver amanhã.

Esta geração vai merecer o prémio histórico da Devastação. Mas até lá não lhes doa a eles a cabeça.

Transparência só atrapalha o negócio

Sempre fiel à linha da promoção e protecção de negociatas, Portugal falha na transposição de regras sobre branqueamento de capitais, tendo declarado que o fez.

Portugal tem dois meses para notificar Bruxelas sobre a completa adoção das normas sobre branqueamento de capitais, sob pena de o caso ser levado perante o Tribunal de Justiça da União Europeia (UE). Concretamente, Bruxelas refere-se às obrigações das instituições de crédito e financeiras no que respeita aos cartões pré-pagos anónimos emitidos em países terceiros, às informações a obter sobre relações de negócio ou transações que envolvam países terceiros de risco elevado e à acessibilidade das informações sobre os beneficiários efetivos de um fundo fiduciário ou de um centro de interesses coletivos sem personalidade jurídica semelhante.

O modelo de negócio português continua a ocorrer preferencialmente debaixo dos panos. É uma mentalidade ranhosa e pegajosa, que se infiltra a todos os níveis.

Portugal, um paraíso para aldrabões e oportunistas.

É a Economia, estúpido…..

Tesla: Da insanidade

Foi através de ANLeite que vi este gráfico. É a insanidade total dos chamados mercados. Vai ser um belo de um estouro. Vai.

Entretanto, o Zé Pagode continua….

(Foto Ilustração: Vítor Higgs)

….a pagar a orgia das elites do burgo: “Medina prevê despesa de quase 300 milhões com restos de bancos falidos”, segundo o DN.

E de que bancos estamos a falar? BANIF e BPN. São como as pilhas da Duracell, “e duram, duram, duram”.

O TCE-Rex em Lisboa

Para quem estiver em Lisboa, aqui fica o convite: venham ver o dinossauro gigante que representa o Tratado da Carta da Energia (TCE), à Praça do Comércio, 11h, no dia 24 de Abril.

O TCE-Rex vai fazer uma digressão pela Europa, ao longo dos meses de Abril e Maio, passando pelas principais cidades europeias e alertando que o TCE é uma ameaça para as políticas climáticas da UE e dos Estados-Membros.

O TCE protege os combustíveis fósseis e ataca o bolso dos contribuintes, porque põe os lucros dos investidores estrangeiros acima do direito dos estados a regular, seja pelo clima ou para reduzir o preço da electricidade. É mais do que tempo de os governos da UE se libertarem, nos libertarem, e abandonarem este tratado jurássico.

 

Excerto do mais recente Relatório do IPCC, capítulo 14, p. 81:

“Um grande número de acordos bilaterais e multilaterais, entre os quais o Tratado da Carta da Energia de 1994, inclui disposições para a utilização de um sistema de resolução de litígios entre investidores e Estados (ISDS) concebido para proteger os interesses dos investidores em projectos energéticos das políticas nacionais que poderiam levar a que os seus activos se tornassem obsoletos. Numerosos académicos indicaram que o ISDS pode ser utilizado por empresas de combustíveis fósseis para bloquear a legislação nacional destinada a eliminar gradualmente a utilização dos seus activos (Bos and Gupta, 2019; Tienhaara 2018).”

 

Contra o Orçamento do Estado para 2022 (2/2)

Didion also employs continuous repetition of the prefix “mis-” in “misplaced ,” “misspelled,” and “missing.” This repetition dramatically reinforces her point.
Colleen Donnelly

Ja! Woher kommst du denn?
Bei welchen Heiden weiltest du,
zu wissen nicht, daß heute
der allerheiligste Karfreitag ist?
Gurnemanz

***

Peço imensa desculpa pelo atraso na habitual demonstração prática da inexequibilidade do Acordo Ortográfico de 1990, teatralizada há demasiados Orçamentos do Estado (2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020, 2021 e 2022 [1/2]), através da entrega da proposta de OE ao presidente da Assembleia da República pelo ministro das Finanças. A culpa é da Páscoa.

Em finais de Outubro do ano passado, o OE2022 foi chumbado, embora por motivos diferentes dos aqui aduzidos para a rejeição. Entretanto, muito Douro correu debaixo da Ponte Luiz I e tivemos agora dois novos protagonistas, curiosamente, ambos ligados ao problema ortográfico em curso: Santos Silva (directamente, por razões óbvias) e Medina (indirectamente, porque, enquanto durar esta tourada, os conceitos massacre contínuo e repetição contínua continuarão passe a redundância a ser aplicados).

© Manuel de Almeida/Lusa [https://bit.ly/3JPr0vW]

Mas centremo-nos no assunto que aqui nos traz.

Quanto ao documento que Medina entregou a Santos Silva (pdf) e que foi «elaborado com base em informação disponível até ao dia 13 de abril [sic] de 2022», eis uma pequeníssima amostra daquilo que já é o pão nosso de cada ano: [Read more…]