“Estes gajos do Porto são uns calimeros, sempre a reclamar que são mal tratados pela comunicação social do Al Andalus e tal e coisa”.
Entretanto:
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
“Estes gajos do Porto são uns calimeros, sempre a reclamar que são mal tratados pela comunicação social do Al Andalus e tal e coisa”.
Entretanto:
Numa das três ou quatro tiradas avulsas em que despejei nas redes sociais a minha indignação face ao comportamento de Cristiano Ronaldo, pessoa amiga deixou o seguinte comentário:
Mas querias o quê?! Que ele continuasse em campo e não atirasse a braçadeira ao chão, portando-se à altura de um atleta profissional, de 36 anos, que sabe agir com desportivismo e maturidade? Tens cada uma…
Lapidar, ou seja, digno de ser inscrito na pedra – está tudo aqui: a falta de profissionalismo, de desportivismo e de maturidade.
É difícil, em qualquer jogo, com a adrenalina no máximo, manter a serenidade? É, mas aos que devem ser exemplos exige-se que façam o mais difícil. É difícil dominar uma bola que vem com força, é difícil driblar em corrida, é difícil rematar com os dois pés, é difícil saltar a 2,56 metros de altura durante 1,5 segundos e cabecear, é difícil ser o melhor marcador de sempre. É difícil não perder a compostura, quando um golo é mal anulado no último minuto de jogo.
É grave que o português mais conhecido no mundo, ídolo da juventude, abandone o campo e atire com a braçadeira de capitão, como se fosse um menino mimado e malcriado.
Também é grave que uma multidão de adultos apoie este comportamento: pais e filhos, jornalistas e cronistas, recorrendo à habitual conversa da inveja, das conspirações das arbitragens ou da necessidade de defender a tribo, elogiaram o que Cristiano Ronaldo fez ontem. O povo português talvez devesse redireccionar esta capacidade de revolta para outros assuntos e, no mínimo, não elogiar a falta de educação só porque joga por nós.
No fim-de-semana, os portugueses puderam assistir a um debate entre um palhaço e um anão do caralho. Quando temos a possibilidade de ouvir vozes autorizadas, não devemos desperdiçar a ocasião e todos sabemos que, desde o mundo académico do futebol até ao campo relvado da política, não há melhor do que um palhaço e do que um anão do caralho.
A garantia de que estas duas designações estão bem aplicadas releva do facto de que os participantes no debate as aplicaram um ao outro: coube ao anão do caralho designar o outro como palhaço, levando a que este, simpaticamente, confirmasse que o oponente era exactamente um anão do caralho.
O rigor, como se sabe, nasce, frequentemente, do distanciamento – nada melhor do que um Outro para nos definir. Ainda recentemente descobri a minha condição de bovino, quando um simpático automobilista me chamou a atenção para o facto de me ter esquecido de assinalar a mudança de direcção, gritando-me ternamente: “Ó boi, olha o pisca!” E aquele momento foi, para mim, uma epifania, o reconhecimento de que só um animal ruminante poderia andar a pastar no meio do trânsito, sem explicar para onde vai. Mugi uma desculpa e pensei em palha. [Read more…]
Foto: @ojogo
Há muito tempo que deixei de discutir futebol com a camisola vestida, ou seja, falando de lances, de polémicas, de casos e casinhos. Dou sempre por mim, quiçá como todos, a entrar numa dimensão paralela no qual deixo de ser um ser racional e passo à irracionalidade. Em vez disso, prefiro discutir o jogo, a estratégia, os golos, as jogadas. E está tudo bem.
Mas as últimas semanas têm sido prolíficas, a propósito do futebol, em demonstrações do servilismo bacoco que grassa neste país, há demasiado tempo.
O primeiro caso foi a passagem do FC Porto aos quartos de final da Liga dos Campeões. A equipa “dos intervencionados” fez tombar o eneacampeão italiano, onde joga um dos melhores jogadores de todos os tempos, mas também uma daquelas personagens que provoca o tal servilismo de comentadores e jornalistas.
Hoje o Pravda do Al Andalus publica o alegado bate boca entre o Sérgio Conceição e o Paulo Sérgio.
Eu nem queria falar sobre isto para não irritar o nosso comentador Lipinho ou o Dragarto (este é mais complicado pois assina com mais nomes que o Pessoa heterónimos). Porém, não resisti. O Pravda do Al Andalus sabe muito bem que o bate boca começou antes, bem antes. E sabe de onde partiu. Até imagino que saiba o porquê de tanto azedume entre estes dois. Sabe. Mas não interessa ao jornalixo deste pasquim. E já agora, foram bem expulsos, nada a dizer. Aproveitando para solicitar a alguém do departamento médico do grupo Impresa que receite uns calmantes aos seus paineleiros de desporto. É que andam num estado anti Porto tal que receio que lhes dê uma coisinha má.
E agora deixo as minhas mais profundas desculpas aos leitores por ter colocado aqui um link desta folha de couve. Uma vez sem exemplo.
PS: O Lipinho andou a destilar ódio contra o Porto clube, as gentes do Porto, o Porto cidade (e Espinho, Matosinhos, Gaia, em suma, uma geraldina de ódio) e eu não quero que lhe falte nada e, por isso, aqui fica o meu repúdio por algo a que assisti hoje no Porto Canal: a equipa feminina de voleibol do FC Porto esmagou o Benfica mas o grave é o facto de as camisolas da equipa do Porto serem patrocinadas pela Nici num claro sublinhar de estereótipos típicos das gentes do Norte e do Porto em particular. Uma vergonha que só piora quando se repara que no traseiro das referidas atletas está publicidade à Real Companhia Velha, numa clara demonstração machista que deve ser repudiada por todos os lipinhos. Uma vergonha e como diz o nosso Nabais: “A federação não faz nada?“.
(a foto é do Algarve Primeiro)
É comovente ver a preocupação do comentador-fake-lampião Rui Pedro Braz com as contas do FC Porto. Eu já estou em lágrimas com a preocupação demonstrada por este antigo trabalhador da Benfica TV. O que diz o artista? Que o FC Porto precisa de 96 milhões nos próximos seis meses para pagar “dívidas“. Não te preocupes, pá. Vai mas é ouvir a explicação sobre o Sérgio Milhões, que é de borla e vai ver estas coisinhas para te aliviar a preocupação.
Ainda lhes dói, carago. “Falem agora”? Então não foram vocês que falaram? Para desvalorizar a vitória do FC Porto andou o vosso director adjunto a explicar que o homem estava acabado. Por favor, não acabem! Vocês são a nossa gasolina.
Foto: DailyMail (https://bit.ly/38vmMtM)
Schwer… Est tut weh.
— Pinchas Zukerman
***
Anteontem, o FC Porto eliminou a Juventus e qualificou-se para os quartos-de-final da edição deste ano da Liga dos Campeões. Eliminada a Juventus e depois dos festejos, Sérgio Conceição, actual treinador do FC Porto, fez-se acompanhar por um assessor e dirigiu-se à sala de imprensa de Lo Stadium, para responder às perguntas dos jornalistas, através da plataforma Zoom. Passados 37 segundos, não havendo perguntas, o assessor e o treinador do FC Porto foram à vidinha deles, mas essa precipitação desencadeou outras precipitações.
Há cerca de cinco semanas, tive uma reunião de trabalho às 10 da manhã, via Teams. Duas horas antes da reunião, liguei o computador e este começou a actualizar-se. Fui tomar um café e arrumar uma papelada. Passados 30 minutos, regressei à máquina, mas a actualização ainda ia nos 7%. Rapidamente percebi que não iria ter aquela reunião naquele computador. Aliás, nem naquele, nem em qualquer outro, devido às restrições de circulação. Peguei no telemóvel e criei um grupo no WhatsApp, enfiando lá para dentro os colegas que participam no meu projecto. Ouvidas as instruções técnicas, instalei uma aplicação no telemóvel e, às 10 da manhã, como previsto, estávamos todos reunidos. O meu computador, lentamente, continuava entretido nas suas actualizações. Um colega fez o favor de passar os meus diapositivos e eu lá os fui explicando, enquanto me desenvencilhava com o telemóvel. Mas o mais importante de tudo foi o problema ter ficado resolvido. Podia dar outros exemplos meus e não só. Na vida a sério, convém encontrar soluções, aprender com os problemas que vão aparecendo e não perder tempo com choradeiras, como as dos meninos mimados da bola.
Ontem de manhã, [Read more…]
O FC Porto eliminou da Liga dos Campeões o Juventus, eneacampeão italiano (9x consecutivas campeão de Itália – 2011 a 2020), e segue para os quartos-de-final da competição, estando entre as oito melhores equipas da Europa. Fundado em 1893, o clube do Norte de Portugal conta, no seu palmarés, sete títulos internacionais (duas UEFA Liga dos Campeões (1987 e 2004), duas UEFA Liga Europa (2003 e 2011), dois Campeonato do Mundo de Clubes (1987 e 2004) e uma Supertaça Europeia (1987)). O segundo clube português com mais títulos a nível internacional é o SL Benfica, com duas UEFA Liga dos Campeões conquistadas na década de 1960. A diferença, a nível internacional é, como se vê, abismal.
No dia do jogo – ontem, portanto – a imprensa portuguesa agiu como se nem houvesse qualquer clube português na maior competição do mundo de clubes; tanto, que nenhum dos três principais jornais desportivos fez manchete com o jogo. Essa tinha um denominador comum, para Record, A Bola e O Jogo: importante, importante, era a vitória do 4º classificado da Liga Portuguesa, o Benfica, frente ao 12° classificado, o B.SAD. Isso sim, era de extrema importância para os jornais portugueses noticiarem na primeira página com pompa e circunstância. Hoje, depois da vitória do FC Porto na maior competição de clubes do mundo, todos eles se lembraram que o clube nortenho jogou. Não só verificaram que jogou (víssemos as capas do dia anterior e, desatentos, perderíamos o jogo), como passou a eliminatória e, de repente, Portugal orgulha-se. Ou talvez não. Estranho verificar que o FC Porto jogava para o mundo ver, mas que só em Portugal esse facto passava ao lado.
Se tudo isto não bastasse para atestar o desprezo e o desrespeito (e, por que não, a isenção) com que o país trata o clube português com mais títulos internacionais e, por conseguinte, o clube português que melhor representa Portugal fora de portas, no fim do jogo, nenhum jornalista português…repito, para não haver equívoco: no fim da vitória do FC Porto frente ao eneacampeão italiano e consequente passagem aos quartos-de-final da Liga dos Campeões, nenhum jornalista português endereçou perguntas ao treinador do FC Porto, Sérgio Conceição. Nenhum. Jornalista. Português. Zero. Nada. Nicles. Niente.
O que seria feito e dito se outro clube português carimbasse esta passagem a mais uma eliminatória da competição que todos querem jogar? Quantas manchetes de jornais se encheriam para fazer parar o país? Quantos dias se falaria do assunto, até à exaustão, carregando em ombros jogadores, equipa técnica e presidente? Quantos louvores se ofereceriam aos Deuses e a Jesus? Pergunto: quantos? É típico. Um país que, desportivamente, vive a invejar um clube regional, pequeno na sua expressão face ao poder Capital, e que, historicamente, se habitou a enviar manguitos, na forma de vitórias inequívocas, do Porto para Lisboa e para o resto do território nacional. Somos pequenos demais para o nosso próprio país e grandes demais para o resto do mundo do futebol. Somos Porto.
FOTO: VALERIO PENNICINO
“E eu que pensava que a riqueza reside na nossa enorme diversidade. E eu que pensava que todos contam e são iguais. Sou uma utópica, que, provavelmente, nada sabe sobre o que é ser lusitana” – Hermana Cruz, jornalista.
Melhor que ninguém, uma jornalista do Porto sabe bem o que custa esta espécie de insularidade para todos os profissionais, dos mais diversos ramos, em que se vive fora da “capital do império”. Seja no Porto, em Braga, Vila Real, Coimbra, Aveiro ou Viseu. Sem esquecer Faro, Évora ou Beja, só para citar alguns exemplos. Ontem, tomou como exemplo o Porto, o FC Porto. Volto a citar Hermana Cruz: “Nacionalismo assim, carregado de preconceito regionalista e clubístico, mostra-me o que é ser portuguesa”. Mas o futebol é apenas a ponta do icebergue de um país que, hoje, não passa de um arremedo. E o FC Porto é apenas uma vírgula em toda esta história.
Vamos ao exemplo de ontem em que o FC Porto levou de vencida a Juventus de Cristiano Ronaldo. Por partes.
Os racistas, como não gostam da diversidade do que é “ser português”, podem bem ir-se da sua terra. Estas medalhas não são de todos, são de todos os que não querem expulsar ninguém com base na sua cor de pele ou terra natal. Estas medalhas são de Portugal com tudo o que Portugal é, menos daqueles que insistem em voltar às cavernas onde Portugal era apenas filho de si próprio. Parabéns Auriol Dongmo, Pedro Pichardo e Patrícia Mamona! Parabéns Portugal!
À partida para a Strade Bianche, a primeira grande prova de um dia do calendário velocipédico internacional, já poderíamos predizer com um altíssimo grau de certeza que a prova seria discutida pelo denominado trio do cyclocrosse (composto por Mathieu Van Der Poel, Wout Van Aert e Thomas Pidcock) e pelo campeão do mundo de ciclismo de estrada em título Julian Alaphillippe, não obstante o gap ao nível de preparação desportiva apresentado pelo último em relação aos três primeiros, que sucede naturalmente, do facto destes se apresentarem em melhores condições devido ao facto de estarem em constante preparação desde o passado mês de Novembro no sentido de prepararem a sua participação na temporada de cyclocross, temporada que ocorre normalmente nos meses de paragem do ciclismo de estrada. Dos 3 citados, Van der Poel e Van Aert protagonizaram de resto incríveis duelos na terra quer na prova de Taça do Mundo disputada em Namur, quer nos campeonatos do mundo disputados em Oostend.
SC: 11 contra 11, levavas cinco ou seis.
CC: Levava? Porquê? Já não levo?
SC: Não.
Fim
Em memória do menino de Havana que veio para Portugal cumprir o desiderato de ser o melhor do mundo, e que nosso país, pátria que já era a sua de coração, se tornou grande e nos tornou grandes. Um gigante do desporto português. Uma força viva da natureza, com uma capacidade de trabalho, com uma entrega e com uma paixão abismal pela sua profissão. O nosso desporto ficou mais pobre. Adeus Alfredo. Obrigado por tudo!
acabar o jogo», não há um jornalista que responda: «o Pizzi não acabou o jogo, senhor Pepe, o Pizzi foi substituído ao minuto 77»?
Mais ainda do que a morte de Maradona, que sempre foi exímio a rebentar com a sua saúde, ou de Reinaldo Teles, apanhado nas malhas impiedosas da covid-19, encontrando-se em estado grave e ligado a um ventilador desde final de Outubro, choca-me a morte repentina do grande Vítor Oliveira, treinador que tanto deu ao futebol português, especialista na subida de equipas do segundo escalão para a Primeira Liga, e que passou pelo clube da minha terra, o CD Trofense. Hoje foi fazer a sua caminhada matinal, sentiu-se mal e já nada houve a fazer. Tinha apenas 67 anos e deixa um vazio no futebol português que não mais será preenchido, pelas características únicas de um jogador-treinador que passou por duas dezenas de clubes e que ficará para a história como o Rei das Subidas. Respeito pelo percurso inigualável e paz à sua alma.
Foto: Patricia de Melo Moreira/AFP/Getty Images (https://bit.ly/3mclR6E)
«Jonas aqueceu a noite do Benfica» (Público, 16/2/2016)
«Benfica derrota Zenit e está nos quartos
da Champions» (RTP, 9/3/2016)
«Sou portista, não me interessa até onde o Benfica pode chegar»
André Villas-Boas (9/3/2016)
«Se vir o Benfica na final de uma prova europeia, quero que perca» André Villas-Boas (11/9/2020)
Não! O FC Porto deixou de ser o actual campeão europeu de Sub-19, mas é notícia porque o Benfica não conseguiu ser campeão europeu de Sub-19. Quando o Benfica falir, o FC Porto perderá a razão de existir.
If collectors who don’t play guitars didn’t buy them, their value would be based on what players feel they’re worth. But when the people who would really use them don’t get the chance, it’s a real shame.
— John Frusciante
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A situação é grave e os responsáveis, depois de terem ignorado os avisos, encolhem agora os ombros perante o desastre.
Depois dos contatos de ontem e do reto de hoje, de facto, não há condições.
Vou de férias.
Até breve.
Actualização (16h56 de Bruxelas): O reto já tem pê. E o abruto também. Mas o que causa os retos e os abrutos mantém-se. Não vamos lá com cirurgia estética.
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Agradecia aos adeptos do FC Porto que, durante os festejos, se afastassem das imediações da Ponte Luiz I. A minha gata não suporta nem foguetes nem buzinadelas e dormiu muito mal durante esta noite (foi a minha Mãe que disse). Muito obrigado.
Levantávamos a cabeça e tínhamos jogadores a voar por todo o lado
— Aimar, o PoetaEddie, I spilled some coffee in the kitchen. I’m sorry. I’m apologizing now.
— Chris Cornell
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Ao contrário do que se depreende das deturpações feitas pelo jornal A Bola, o futebolista Nuno Santos não se referiu nem a receção, nem a janeiro. Aquilo que este magnífico jogador, campeão pelo FC Porto e pelo maravilhoso Benfica, escreveu há dias na sua conta do Instagram foi o seguinte:
Grafias impecáveis: não há reparos a fazer. Nuno Santos, segundo sei, não pratica profissionalmente o acto de escrever. Nuno Santos ganha a vida a dar pontapés e cabeçadas numa bola. Mesmo assim, como se viu, escreve bem.
Todavia, ao lerem estes disparates, escritos por quem é pago para escrever e transcrever,
os leitores do jornal A Bola ficarão a julgar que o jogador Nuno Santos trata o portuguez lingua escripta como ele é tratado no jornal A Bola: ao pontapé e à cabeçada (o Estebes diria “à cabeçada e ao pontapé”). Já sabemos que A Bola preferiu comer e calar, em vez de colaborar no desenvolvimento de uma sociedade livre e moderna. Mas nós não temos culpa das altamente duvidosas opções cívicas da direcção do jornal A Bola. Além disso, esta mania de andarem por aí a deturpar a óptima grafia dos outros, francamente, é inadmissível. Obviamente, Nuno Santos está à espera de um pedido formal de desculpas do jornal A Bola.
Nótula: Um grande abraço ao excelente leitor do costume.
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EVH. Now, we had an eleven-point deal and three points went to Ted, our producer.
DLR. Ted still makes more money than I do on those first two records.
EVH. Oh yeah, he makes more than all of us.
AVH. But he’s still Ted.
— VH (2012)
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Ia aproveitar o serão para escrever umas notas sobre este diálogo entre Steve Jones e Kim Thayil:
Steve Jones. … and we’re here with Kim /feɪl/ — am I saying that right?
Kim Thayil. Yeah, pretty much.
Steve Jones. OK. How would you say it?
Kim Thayil. /θʌɪl/.
Steve Jones./fʌɪl/!
Kim Thayil. /θʌɪl/.
Steve Jones. Like a file [fʌɪl].
Kim Thayil. No. Thayil rhymes with ‘smile’, I suppose. TH. I’m sure my family pronounces it incorrectly, I’m sure there is a traditional Indian pronunciation.
Todavia, as minhas voltas foram trocadas pelo jornal que gosta de resistir em silêncio e ceder, em vez de viver plenamente uma vida democrática.
Efectivamente, em vez de me debruçar sobre o interessantíssimo TH-fronting, vi-me obrigado a perder tempo com um título escrito à bruta.
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Durante a campanha eleitoral que agora termina, Jorge Nuno Pinto da Costa fez-se de morto. É um papel que ele tem desempenhado na perfeição nos últimos 12 anos, com excelentes resultados para si próprio, embora não tão bons para o clube que lhe paga principescamente.
Um título nos últimos 7 anos…
Nada que impeça, no entanto, uma vitória confortável e mais 4 anos de mandato. Até aos 87 anos.
Para a generalidade dos portistas, o seu crédito é ilimitado. Ninguém percebeu que a célebre frase “largos dias têm 100 anos” não era uma figura de estilo. Tinha um sentido literal. 100 anos mesmo.
O que os seus apoiantes também não perceberam é que falar dele sempre no passado é muito mau para o que ele é hoje em dia: passado. Sem rasgo, sem visão, sem energia.
De que precisava o FC Porto? Precisava de um Pinto da Costa. Mas esse já morreu há muito e não volta mais.
E como quem de direito não teve tomates para se apresentar contra ele e será conivente com mais 4 anos de agonia, resta-me agradecer e apoiar quem os teve.
Neste caso, apoio Nuno Lobo, cujo portismo, conhecimentos de futebol e experiência de gestão são inquestionáveis.
Para além disso, mesmo que ele não o saiba, une-me a ele um passado em comum na mítica claque dos Dragões Azuis. Na altura em que, juntos, há mais de 30 anos, corríamos o país de lés a lés a gritar “Pinto da Costa allez allez”.
O FC Porto é o Porto, quer queiram quer não!
— Pôncio Monteiro (1940-2010), 7 de Março de 2002O FC Porto é o FC Porto e é o clube da cidade.
— Rui Moreira, 12 de Maio de 2018… e quem tiver amor à cidade não pode deixar de ter ao FC Porto.
— Pinto da Costa, 31 de Maio de 2020
Foto: Peter Spark/Movephoto
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Como muito bem escreve Ana Gomes, «Rui Moreira e acompanhantes na lista do Conselho Superior do FCP não se enxergam». Efectivamente, depois do blá-blá-blá (“o azul não tem qualquer conotação clubística“) e da afronta (“o FC Porto é o FC Porto e é o clube da cidade“), só faltava mesmo a Rui Moreira a rampa de lançamento no conforto da estrutura do FC Porto e uma inadmissível espargata entre o comando dos destinos da cidade do Porto e a ambição de ser presidente do FC Porto. Com a rampa de lançamento montada, é claro, veio a anunciada passagem de testemunho. Tudo isto é, obviamente, ridículo e, pior, esta promiscuidade política/futebol é inaceitável.
O FC Porto é um clube da cidade do Porto e merece da parte de Rui Moreira exactamente o mesmo respeito, carinho e interesse que merecem todos os outros clubes onde se pratica futebol na cidade do Porto. Clubes como o Boavista, o Pasteleira, o Salgueiros, o Bom Pastor, o FC Foz, o Académico, o Ramaldense, o Desportivo de Portugal, o S. Vítor ou o Sport Clube do Porto merecem tanto respeito como o FC Porto. O Porto não tem clube de futebol. A Associação de Futebol do Porto tem uma selecção e é muito boa. Mas o Porto, como tereis ainda agora lido, não tem clube de futebol. Dois dos melhores futebolistas portugueses de sempre (o Humberto Coelho e o João Vieira Pinto) são portuenses, nunca jogaram no FC Porto, não são portistas e foram ídolos do Glorioso. Sou portuense, sou benfiquista ferrenho e até sou sócio do Benfica, mas Rui Moreira e Pinto da Costa, garanto-vos, não gostam mais do Porto do que eu. Convém que haja menos propaganda e menos mistura de assuntos sérios (a gestão da cidade e as condições de vida de quem mora e trabalha nessa cidade) com futebolices, vaidades pessoais e rampas de lançamento.
***
Nos últimos dias foram publicadas duas notícias que são todo um programa para o que nos espera nos próximos tempos. A primeira foi no Observador, uma entrevista ao Presidente do Grupo Jerónimo Martins onde ele explica que estamos a caminhar para uma crise grave, muito grave. Profunda, nas suas palavras. “Relativamente ao Plano de Recuperação […]
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
e não é. Mas parece que é o protesto possível: a Petição pelo afastamento do Juiz Ivo Rosa de Toda a Magistratura.
E como protesto colectivo, neste momento, para que seja ouvido, vale quase tudo.
Confirma-se, eram apenas escutas.
Pode ler aqui as mais de 6000 páginas que fundamentam a decisão do Juiz Ivo Rosa:
Mais de seis mil páginas e papel desperdiçado.
Não teria sido mais fácil usar só uma e escrever:
“O Ministério Público é incompetente, os poderosos são sempre ilibados e o juiz Ivo Rosa é um choninhas”.
Entreguem a conta à Amazónia.
Quando finalizar o número “Victor Hugo Cardinali” da Operação Marquês, esperemos que se abra a “Operação Múmia”.
É que nisto das amizades, os amigos de Ricardo Salgado levam vantagem. Até Cavaco Silva.
Isto é como diz a velha História: São 11 contra 11 e no final o Sócrates sai ilibado.
Há uns dias, ouvíamos um juíz a desafiar um gajo para a porrada. Agora, ouvimos um juíz a dar porrada a um povo inteiro.
A culpa ainda vai ser do Passos.
Faleceu o Duque de Edimburgo, o marido de Isabel II. Com 99 anos.
«Doidas, doidas, doidas
Andam as galinhas
Para pôr o ovo lá no buraquinho
Raspam, raspam, raspam
Para alisar a terra
Bicam, bicam, bicam
Para fazer o ninho»
Suzana Garcia não exclui acordo com o Chega (a primeira entrevista da candidata do PSD à Amadora)
A prisão onde estão os maus banqueiros islandeses. Por cá, o problema está nos apoios sociais.
O Tratado da Carta da Energia coloca algemas às medidas de acção climática:
Ontem, Cristiano Ronaldo falhou um golo só com o guarda-redes pela frente. Eu, se fosse o árbitro, saía do campo e atirava com o apito.
Lançamento da braçadeira.
As redes de políticos, jornalistas e comentadores apoucam amiúde as redes sociais em todos os espaços mediáticos que lhes pagam ou fazem vénia.
O Aventar está há 12 anos a ouvi-los e a ver os resultados das suas notáveis acções.
Força vozes livres!
Se forem carnívoros, comem criancinhas. Se forem veganos, comem bonsais.
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