Espanta-me que se espantem

Parece que há gente admirada com a vitória de Marcelo à primeira volta. Desculpem, mas, ou é distracção vossa, ou má leitura política do país que existe.
É que Marcelo já partiu com essa vantagem e esta campanha destinava-se a tentar contrariar esse facto.
Em vez disso, tivemos candidatos fraquinhos, fraquinhos e muitos tiros nos pés.
Boa, mesmo, em campanha, apenas Marisa Matias.
Quanto aos outros, nem as homilias edgarianas, nem os solilóquios morais, nem o choradinho ferreirinha mereciam mais.
Merecido, merecido, foi Maria ver Belém por um canudo e não ser capaz, sequer, de entender o enxovalho. Morreu, sim, mas por suicídio político, não por assassinato, como acusa.
Tino ganhou o povão, mas não se sabe se o povão ganhou tino.
Nóvoa, o Novo, enevoou. Redondinho, redondinho, molinho, molinho, sem chama, sem chispa, sem sonho a que sonho se chame, tentou pairar acima das nuvens como um querubim que tem medo de se sujar. Foi pena, mas perdeu as penas apostando em tacticismos.

Considerados os considerandos, admiram-se de quê, afinal?

Parabéns, Marisa Matias. E parabéns, Marcelo, que, perante o deserto, soube esperar sentado.

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