Queda de Mariano

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© Dani Pozo/AFP

Na versão em papel do Público de hoje, uma fotografia clarividente ilustra o artigo de Ana Gomes Ferreira sobre Mariano Rajoy. Trata-se de uma imagem em que Rajoy surge como o homem perseguido por aquelas que foram seguramente (e meço bem as minhas palavras) as suas acções polutas, de político corrupto cujo entendimento da política é a própria imagem da abjecção. Podemos ter as nossas democracias fragilizadas, mas sabemos bem distinguir os homens. E Rajoy, se dúvidas houvesse, surge nessa imagem com a limpidez que os olhos (que ainda são um espelho, e até mesmo nos que como ele se habituaram a dissimulá-lo) revelam: um homem destruído, imerso em horror e culpa (culpa mariana, não pode haver pior), que insiste em mentir, em pateticamente mentir – para segurar um governo, para tentar safar-se do que não tem maneira, para proteger outros. Só por essa fotografia (assinada por Dani Pozo para a Agence France Presse, tal como a imagem que aqui se reproduz) vale a pena comprar o Público de hoje. Está nela a verdade, e a certeza da queda.