“Mandela não era propriamente um líder político” – opinou o pivô da RTP. Estava dado o tom. As televisões, nos seus noticiários, empenham-se em fazer uma espécie de esterilização da memória de Nelson Mandela. Como se para homenagear o homem fosse necessário negá-lo previamente.
O despudor o a hipocrisia estão, hoje, à solta. Já vi e ouvi os ditirambicos elogios feitos por três ministros de Cavaco Silva – com duas intervenções de Deus Pinheiro, ministro dos negócios estrangeiros da altura! -, o mesmíssimo governo que considerava Mandela terrorista e um dos três que, na ONU, juntamente com os EUA e o RU, votou contra a sua libertação da infindável prisão a que esteve sujeito. Tal como votou em todas as organizações internacionais sempre que se discutiam moções e deliberações, mesmo de carácter humanitário, sobre este tema.
Esta repugnante herança não pode ser esquecida nem apagada e os seus protagonistas só ganham o direito a admirar Mandela se forem capazes de um reconhecimento auto-crítico da sua prática ao tempo. Sejamos claros: Mandela não foi um mártir, nem um santo. Foi um herói, um homem à altura das suas circunstâncias. Foi – e de que maneira – um grande líder político e revolucionário. A sua obra tem as grandezas e imperfeições do que é humano. A África do Sul não foi transformada num paraíso, longe disso; foi libertada. Faz o seu caminho. Esperemos que esteja à altura do caminho de Mandela. Que era um homem de paz, mas não um pacifista; que lutou com todos os meios para que o seu povo tivesse direito a construir uma nação igualitária. Tendo sempre presente: “Se tu queres fazer as pazes com o teu inimigo, tens que trabalhar com o teu inimigo. E então ele torna-se o teu parceiro.”
e provas documentais oficiais das alegações sobre o governo português da altura, há?
Vai à merda … das Actas da Assemblei geral das Nações unidas de 1987 a1989
http://unbisnet.un.org:8080/ipac20/ipac.jsp?session=U3862E57513K2.3106&profile=voting&uri=full%3D3100023~!479422~!0&ri=1&aspect=power&menu=search&source=~!horizon
É público e ESTÁ DOCUMENTADO !!! Votos contra a libertação do Mandela: Ronald Regan, Margareth Thatcher, e o Silva das Vacas !!! …. hoje estariam todos muito pesarosos …..
“Esta repugnante herança não pode ser esquecida nem apagada e os seus protagonistas só ganham o direito a admirar Mandela se forem capazes de um reconhecimento auto-crítico da sua prática ao tempo.”
Este parágrafo diz tudo sobre os donos da história. Vocês não aprendem nada, nem com Mandela. A melhor forma de o homenageares é estares calado.