Podemos escolher várias palavras e expressões para designar a morte de alguém. Podemos dizer que morreu, que foi para o outro mundo, que dorme o sono eterno, podemos dizer que nos deixou. Jane Goodall deixou-nos.
Quando morre alguém que deu exemplo de tanta generosidade e dedicação, que olhou para diferentes como semelhantes ou para semelhantes como iguais, ficamos abandonados à sorte de uma humanidade que continua a revelar-se animalesca, verificando-se, nos últimos tempos, uma revalorização do ódio, uma perseguição do outro, a obsessão da identidade nacional como desculpa para a agressão.
Jane Goodall deixou-nos sozinhos diante de uma multidão que vive maravilhada com símios que descobriram que mostrar constantemente os caninos dá votos.







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