O IVA ou o fascínio do aumento de impostos

O actual governo, sempre que interrogado a propósito, reafirma a promessa de privilegiar o corte da despesa pública sobre o aumento de receitas fiscais e parafiscais. Matematicamente até se socorre de uma fórmula: no balanço final, o ajustamento das contas públicas far-se-á segundo a regra distributiva de 2/3 de corte de despesas para 1/3 de incremento das receitas.

Considerados os frequentes anúncios de aumentos de impostos, a proporção repetida pelo governo, nomeadamente pelo Ministro de Finanças, parece afastar-se, cada vez mais, do cumprimento.

Do imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal à antecipação de um trimestre na cobrança da taxa máxima, 23%, sobre a electricidade e o gás natural – fora do âmbito ou do calendário do memorando da ‘troika’ – temos tido exemplos bastantes do desenfreado ânimo governamental de lançar sobre pobres e classe média sucessivos castigos de ampliada carga fiscal. Agora, segundo o ‘Expresso’, o Conselho de Ministros, 5.ª feira próxima, deliberará a eliminação da taxa intermédia do IVA, 13%, passando a tributar com 23% a série extensa de produtos e serviços, constantes da lista II – taxa intermédia.

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