Francisco José Viegas está um político feito

Para todas as actividades e profissões, há estereótipos raramente inofensivos e muitas vezes maldosos, mesmo quando há um fundo de verdade. O grande problema surge quando os estereótipos, sobretudo os menos simpáticos, se aproximam demasiado da realidade.

Sobre os políticos, o estereótipo diz-nos que prometem seja o que for para não cumprirem quando chegam ao poder ou que se desdizem para depois tentarem explicar que não se desdisseram ou que foram mal compreendidos ou que as aquilo que disseram foi retirado do contexto ou que os tempos mudaram, ao contrário dos burros, que, como se sabe, não mudam.

Em Portugal, os políticos são iguais aos estereótipos. Exemplo disso é a contradição entre as declarações de Passos Coelho e as medidas que tomou quando chegou ao poder: parecem retiradas de um filme com um mau guião ou de uma farpa queirosiana.

Francisco José Viegas, há cerca de dois anos, condenava o crime que está a ser cometido no Tua e, agora, aceita ser cúmplice desse crime. No fundo, é uma questão de coerência: se fosse coerente com as suas afirmações anteriores, não poderia ser um político.