Bichos-carpinteiros

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Vou pouco a “eventos sociais”, pelo menos àqueles que têm muita visibilidade, presença da comunicação social e de figuras ditas públicas. Há tempos, porém, fui a um debate cujo tema me interessava e no qual participavam um ou dois nomes mais ou menos sonantes. A sala era ampla e como eu não sabia se teria tempo para assistir até ao fim, sentei-me numa das últimas filas, para poder escapulir-me sem dar demasiado nas vistas. Tinha chegado cedo e tocava-me esperar.

As pessoas sem importância nenhuma, como eu, sentavam-se onde escolhiam sentar-se, ou onde ainda encontravam sítio, e aguardavam com serenidade. Relíamos o programa do evento, conversávamos com quem estava ao lado, íamos espreitando o relógio. Começaram, então, a aparecer os aspirantes. É uma gente irrequieta e a inquietude começa-lhes logo na escolha da cadeira. Querem sentar-se à frente, perto da mesa dos oradores, mas também querem sentar-se num bom ângulo para as câmaras, se as houver, e não querem estar longe da porta por onde hão-de entrar ilustres. E pode ser difícil conseguir tudo isto numa cadeira só. [Read more…]