RTP poderia melhor informar sobre riscos de Zaporijjia

Ontem, na rubrica “360”, a RTP 3  convidou o Prof. Pedro Sampaio Nunes (PSN) para comentar os potenciais riscos em caso de acidente em Zaporijjia. Os comentários deixam muito a desejar. Vejamos porquê:

1- Ao contrário do que foi dito por PSN, os riscos de acidente em Zaporijjia podem ser bem mais graves do que Fukushima e estão bem identificados, quantificados e publicados em revistas científicas da especialidade. Apesar de 5 reatores estarem parados e um no processo final de paragem, são as piscinas (não protegidas) onde está a arrefecer durante uma década o combustível usado nos reatores que constituem o maior perigo. Por exemplo, o trabalho científico da imagem abaixo mostra a extensão dos potenciais níveis de contaminação em caso de acidente em Zaporijjia tendo em conta a contribuição da fusão dos reatores (topo), de um incêndio na piscina de arrefecimento (meio) e reatores+piscina (baixo). Como se pode ver na imagem, o incêndio numa piscina de arrefecimento (que perde água ou é destruída) e libertação de uma nuvem de fumo contaminada com grandes concentrações de Cs137 é um cenário mais perigoso do que o cenário simples de fusão do reator e é dominante no caso de acontecer fusão de reator + incêndio numa piscina.

E o que é curioso é que em Fukushima esteve muito perto de acontecer uma catástrofe deste tipo [Read more…]