Ontem, na rubrica “360”, a RTP 3 convidou o Prof. Pedro Sampaio Nunes (PSN) para comentar os potenciais riscos em caso de acidente em Zaporijjia. Os comentários deixam muito a desejar. Vejamos porquê:
1- Ao contrário do que foi dito por PSN, os riscos de acidente em Zaporijjia podem ser bem mais graves do que Fukushima e estão bem identificados, quantificados e publicados em revistas científicas da especialidade. Apesar de 5 reatores estarem parados e um no processo final de paragem, são as piscinas (não protegidas) onde está a arrefecer durante uma década o combustível usado nos reatores que constituem o maior perigo. Por exemplo, o trabalho científico da imagem abaixo mostra a extensão dos potenciais níveis de contaminação em caso de acidente em Zaporijjia tendo em conta a contribuição da fusão dos reatores (topo), de um incêndio na piscina de arrefecimento (meio) e reatores+piscina (baixo). Como se pode ver na imagem, o incêndio numa piscina de arrefecimento (que perde água ou é destruída) e libertação de uma nuvem de fumo contaminada com grandes concentrações de Cs137 é um cenário mais perigoso do que o cenário simples de fusão do reator e é dominante no caso de acontecer fusão de reator + incêndio numa piscina.
E o que é curioso é que em Fukushima esteve muito perto de acontecer uma catástrofe deste tipo quando se começou a perder a água de arrefecimento de uma das piscinas. Se este acidente não tivesse sido evitado a área de exclusão de Fukushima, com a metereologia do dia, iria atingir a área metropolitana de Tóquio (ver abaixo). O que levou na altura o Primeiro Ministro do Japão a proferir num discurso que se esteve à beira de um incêndio numa piscina da central de Fukushima e que a ocorrer a viabilidade do Japão como país ficaria em causa.
2- Ao contrário do que disse o PSN, o nº de mortes de Chernobyl é extremamente elevado. A literatura científica estima o nº de mortes indicam números acima dos 20 mil. Em artigo recente no site da AIEA estima-se entre 50 e 90 mil. Este comentário de PSN está muito em linha com a posição negacionista de alguma indústria nuclear, que nega as estimativas de mortalidade (mas já aceita estimativas para os efeitos mortais das emissões do carvão ou do gás) e inúmeros trabalhos epidemiológicos.
3- Quando PSN falou de Fukushima deveria ter dito que para além de uma morte confirmada (5 mortes não admitidas em processo em tribunal) há também 274 casos de cancro da tiróide confirmados, que as estimativas de todas as causas de mortalidade rondam os 10 mil, que há cerca de 150 mil pessoas deslocadas, que a área contaminada se estende a 800 km2, que a fatura atual de Fukushima está em cerca de 200 mil milhões de dólares, que o volume de água contaminada armazenada na central é de 1,25 milhões de toneladas e vai demorar décadas a ser filtrada e despejada para o mar e que o acidente levou à falência a TEPCO, o operador privado japonês de energia nuclear.
RTP poderia melhor informar sobre riscos de Zaporijjia.
Só se a NATO mandar !!!!!!!!!!!!!!.
O regime da Inglaterra prepara-se para efectuar um ataque de bandeira-falsa na Planta Nuclear de Zaporozhye, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a união europeia (ue) devem de imediato condenar e dissuadir o regime Inglês dessa intenção e aplicar-lhe sanções económicas.
What ?
Please explain
Tivemos os terraplanistas, os negacionistas das alterações climáticas, os negacionistas da Covid, agora temos os putinistas alucinados…
E os lambe botas dos americanos
Ya, somos agentes estrangeiros infiltrados, traidores do Partido e deitamos chispas pelas orelhas…
Preferem as minas anti-pessoais, munições de urânio e bombas de fragmentação, dão menos problemas e dá para pôr a render depois.