Phones, óculos digitais, relógio e tv smart, telemóvel, computador, powerbank e um modem portátil para nunca ficar fora da rede. Uma especie de sonambulismo digital, zombies da tecnologia, escravos do scroll, nómadas apenas de si próprios, que abriram mão do olhar, da audição, do tacto e dos outros. As bocas não vão precisar de garrotes que poucos serão os cérebros disponíveis para as maçar com ideias. No auge da sociedade da imagem, do espetáculo permanente, é o silêncio quem mais ordena e a palavra que está em risco.
E no entanto aqui estamos, neste espaço digital.
E depois? Com certeza V. Exa. quereria usar pombos-correio?
Quando o inteligente aponta para a Lua, o parvo olha para o dedo.
Se lhe serviu a carapuça, usea-a com orgulho.
Ainda se fosse uma smart carapuça com geolocalização…
“Quando o inteligente aponta para a Lua, o parvo olha para o dedo.”
Mas nem todos os que apontam são inteligentes. Apenas se acham.
Só um parvo acha que
“quando o inteligente aponta”
é equivalente a
“todos os que apontam são inteligentes”.
Boa viagem!
Mas a linha sobe, e não há nada mais importante!
A subjugação, física e intelectual, do Homem à tecnologia ubíqua já foi prevista na literatura de ficção há mais de um século.