Crónicas do Rochedo 45: Aqui está o efeito Ayuso

No passado dia 17 de Abril escrevi uma crónica com o título “A carteira é quem mais ordena ou o efeito Ayuso“. A crónica mereceu uma audiência surpreendente e eu, enquanto seu autor, levei porrada de criar bicho na respectiva caixa de comentários. E porquê? Porque escrevi que Isabel Diaz Ayuso iria esmagar a concorrência e ter um resultado histórico.

Um anónimo com nome de apóstolo comentou que eu não era sério na análise. Um outro acabou por ir em “Paz”. Nem voltei a falar no tema. Eu sabia que bastava esperar por hoje. Afinal… Ayuso conseguiu ter ainda mais votos do que aqueles previstos em Abril. A fazer fé em todas as sondagens à boca das urnas publicadas às 19h de hoje, Ayuso sozinha vai ter mais deputados que toda a esquerda junta e terá mais de 43% dos votos (numa das mais participadas eleições de Madrid). O segundo partido mais votado é o PSOE com 18%. Em terceiro o Más Madrid com 16%, em quarto o VOX com 9,2%, em quinto o Podemos com 7,9% e por último o Ciudadanos com 3%. Se isto não é esmagar… Ayuso foi buscar votos ao Ciudadanos (depois de quase desapareceram na Catalunha, repetem o feito em Madrid) e ao PSOE. As razões já estão explicadas no meu outro post (link acima).

A minha opinião sobre Isabel Diaz Ayuso não é a melhor (como referi há muito num dos PodAventar) mas não reconhecer que é corajosa e arrojada seria pouco sério da minha parte. O problema é que o efeito Ayuso não se fica por Madrid. Nalgumas comunidades autonómicas existem movimentos que querem a mesma gestão da crise pandémica que Ayuso seguiu. O que está a tornar complicada a vida para o PSOE em comunidades como as Baleares, por exemplo. Quem ficou, também, com a vida mais complicada é o actual presidente do PP. Ayuso vale mais votos que ele. Já Pablo Iglésias cometeu um erro tremendo. Estava confiante que Madrid o receberia de braços abertos e conseguiria evitar uma vitória de Ayuso e da direita em Madrid. Pode regressar ao seu “chalet” de 700 mil euros num dos bairros mais exclusivos de Madrid e, quem sabe, escrever as suas memórias políticas enquanto olha para os seus vizinhos, eleitores de Ayuso e do VoX. O “Pablo Podemita”, como lhe chamam por aqui, representou o pior da esquerda caviar em todo o seu esplendor.