A herança de Durão nos 20 anos do 11M

O 11M, como é conhecido em Espanha, foi há 20 anos.

Com epicentro na estação de Atocha, Madrid foi abalada pelo rebentamento de 10 bombas, que causaram a morte de 193 pessoas e ferimentos a mais de 2000.

Uma tragédia de proporções aterradoras, que produziu traumas que ficaram para sempre.

Nesse dia, descobrimos, da pior maneira, que a invasão do Iraque colocou os lacaios de Bush na linha de mira da Al-Qaeda.

Seguiu-se Londres, em 2005.

Sorte a nossa, Portugal escapou. Talvez porque os terroristas não viram em Durão Barroso mais do que aquilo que ele foi: o mordomo da Cimeira das Lajes. [Read more…]

Paulo Rangel e o equívoco de Madrid

E assim, de repente, vejo o Professor Doutor Paulo Rangel na televisão portuguesa aos berros num inenarrável castelhano em plena manifestação das direitas espanholas, em Madrid. Porquê?

O Partido Popular espanhol ganhou as últimas eleições legislativas espanholas. Contudo, não conseguiu a maioria absoluta. Nem somando os deputados eleitos pelo VOX. Ao todo, entre PP e VOX, 11 milhões de eleitores votaram na chamada “direita” e assim elegeram 169 deputados. Por sua vez, o PSOE e o SUMAR, as “esquerdas” somaram pouco mais de 10,7 milhões de votos e 153 deputados. Porém, o somatório dos partidos chamados “independentistas” que vão da Catalunha ao País Basco passando pela nossa bem conhecida Galiza, conseguiram mais de 1,5 milhões de votos. Ou seja, as esquerdas, em conjunto com os independentistas, conseguiram atingir a maioria absoluta e, dessa forma, o PSOE e o SUMAR formaram governo, recentemente empossado e representando mais de 12,5 milhões de eleitores. Eu não vou nem aqui nem agora discutir a “bondade” ou “maldade” da decisão. Em Espanha, a exemplo de Portugal, existe uma democracia e, de quatro em quatro anos, no mínimo, os eleitores são chamados a votar e decidir. Permitam-me apenas um pequeno esclarecimento, muito pequeno: tenho visto muitos comentadores televisivos, em Portugal, a dizer que o acordo com os independentistas foi uma surpresa para o eleitorado espanhol. Vivo em Espanha há mais de sete anos, antes disso estudei em Espanha e, tanto por questões familiares como até profissionais, sempre tive uma grande proximidade e um razoável conhecimento da realidade espanhola. Ora, afirmar que foi uma surpresa é, no mínimo, atrevimento. No passado, até o PP se aliou com os independentistas da Catalunha e do País Basco e, mais recentemente, o PSOE governou com o apoio de todos eles. A surpresa, a ter existido, foi o PP não ter conseguido ter maioria absoluta, nem somando os seus deputados aos do VOX…

Porém, o meu artigo não é sobre o resultado das eleições espanholas. É sobre um outro facto: o de ter visto Paulo Rangel, vice-presidente do PSD, a discursar numa manifestação muito particular realizada em Madrid no passado fim de semana. Não se confundam, não era um comício do Partido Popular – e, mesmo que fosse, já teria muitas reservas em concordar – foi uma manifestação convocada por associações “cívicas” espanholas ligadas à direita e à extrema direita espanholas com o apoio do PP e do VOX. Vou repetir, organizada por associações cívicas de direita e de extrema direita. E a extrema direita espanhola é muito peculiar. Uma parte, muito pequena, do PP e mais robusta do VOX olha para Portugal de uma forma pouco….como direi….agradável. Não é a primeira vez, nem a segunda, tão pouco a terceira que surgem textos, panfletos ou cartazes dessas “direitas” em que no mapa de Espanha está incluído como parte integrante desta o nosso país. Quem está atento a algumas páginas de Facebook destas “direitas” espanholas onde estão alguns, poucos, militantes do PP e muitos do VOX e imensos membros de algumas das tais plataformas “cívicas” que organizaram a referida manifestação, sabe que o “apetite” pela integração plena de Portugal como região de Espanha não é nem escondido nem tão pouco disfarçado. Obviamente, os mais desmiolados da turba até advogam o uso da força se necessário. Mas “tolinhos” existem de ambos os lados. Só isto já deveria criar desconforto suficiente para um vice-presidente do PSD não se misturar em semelhante. 

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4 de Maio de 2021 – A noite de horror dos Pablos

É preciso algum cuidado na análise aos resultados de ontem, em Madrid, de Isabel Ayuso. A sua vitória esmagadora não é uma vitória esmagadora do PP. Não. Nem é apenas uma derrota esmagadora de um Pablo, o Iglesias. O 4 de Maio ficará para a história da política espanhola como a noite de horror para dois Pablos. O Iglesias e o Casado. Por razões diferentes.

A cosmopolita Madrid derrubou de forma implacável um dos seus representantes. Pablo Iglesias é um produto dessa Madrid cosmopolita, moderna e jovem. Foi a partir de Madrid que Iglesias partiu rumo à conquista da esquerda espanhola. E foi em Madrid que se transformou naquilo a que hoje o apelidam muitos dos que acreditaram na banha da cobra que lhes vendeu, o “podemita”. E ser um “podemita” em Espanha é tudo menos positivo. Ser um “podemita” não é ser um militante ou apoiante do Podemos. Não. É ser alguém que traiu os seus eleitores, que traiu o ideal que, supostamente, defendia e representava. É o “podemita” que se transformou no inquilino de um luxuoso condomínio habitacional dos arredores de Madrid, que vivia no meio daqueles que tanto criticou, cujos vizinhos alimentam o voto franquista do Vox. É ser tudo aquilo que antes tanto criticou aos seus adversários.

A mesma cosmopolita Madrid que votou Ayuso mas não vota Pablo Casado. Porque lhe falta a ele o que ela tem para dar e vender: carisma e “huevos”. Isto escrito por alguém que não vai muito “à bola” com a senhora. Continuo a ter muitas dúvidas na estratégia de Ayuso na gestão da pandemia (a mesma estratégia, confesso sem qualquer hesitação, que lhe permitiu construir este resultado histórico). Aliás, ao dia de hoje, Madrid continua a ser um barril de pólvora quanto ao número de infectados e ao número de doentes nas UCI. Porém, mal ou bem (o futuro o dirá), Ayuso fez algo que em política é essencial mas que se tornou raro: escolheu um caminho e foi por ali fora sem pestanejar. Escolheu manter Madrid minimamente aberta, decidiu colocar-se ao lado dos comerciantes da sua região e dizer que não se pode combater uma pandemia matando com a cura. Enquanto que nas restantes regiões de Espanha o comércio estava fechado e as regras de recolher obrigatório eram (ainda são) duras, em Madrid eram flexíveis. Se nas Baleares fechava tudo (ou quase) às 17h, em Madrid fechava às 23h (ou mais). São opções. Que só o futuro dirá qual a mais correcta.

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Crónicas do Rochedo 45: Aqui está o efeito Ayuso

No passado dia 17 de Abril escrevi uma crónica com o título “A carteira é quem mais ordena ou o efeito Ayuso“. A crónica mereceu uma audiência surpreendente e eu, enquanto seu autor, levei porrada de criar bicho na respectiva caixa de comentários. E porquê? Porque escrevi que Isabel Diaz Ayuso iria esmagar a concorrência e ter um resultado histórico.

Um anónimo com nome de apóstolo comentou que eu não era sério na análise. Um outro acabou por ir em “Paz”. Nem voltei a falar no tema. Eu sabia que bastava esperar por hoje. Afinal… Ayuso conseguiu ter ainda mais votos do que aqueles previstos em Abril. A fazer fé em todas as sondagens à boca das urnas publicadas às 19h de hoje, Ayuso sozinha vai ter mais deputados que toda a esquerda junta e terá mais de 43% dos votos (numa das mais participadas eleições de Madrid). O segundo partido mais votado é o PSOE com 18%. Em terceiro o Más Madrid com 16%, em quarto o VOX com 9,2%, em quinto o Podemos com 7,9% e por último o Ciudadanos com 3%. Se isto não é esmagar… Ayuso foi buscar votos ao Ciudadanos (depois de quase desapareceram na Catalunha, repetem o feito em Madrid) e ao PSOE. As razões já estão explicadas no meu outro post (link acima).

A minha opinião sobre Isabel Diaz Ayuso não é a melhor (como referi há muito num dos PodAventar) mas não reconhecer que é corajosa e arrojada seria pouco sério da minha parte. O problema é que o efeito Ayuso não se fica por Madrid. Nalgumas comunidades autonómicas existem movimentos que querem a mesma gestão da crise pandémica que Ayuso seguiu. O que está a tornar complicada a vida para o PSOE em comunidades como as Baleares, por exemplo. Quem ficou, também, com a vida mais complicada é o actual presidente do PP. Ayuso vale mais votos que ele. Já Pablo Iglésias cometeu um erro tremendo. Estava confiante que Madrid o receberia de braços abertos e conseguiria evitar uma vitória de Ayuso e da direita em Madrid. Pode regressar ao seu “chalet” de 700 mil euros num dos bairros mais exclusivos de Madrid e, quem sabe, escrever as suas memórias políticas enquanto olha para os seus vizinhos, eleitores de Ayuso e do VoX. O “Pablo Podemita”, como lhe chamam por aqui, representou o pior da esquerda caviar em todo o seu esplendor.

Crónicas do Rochedo 44: A carteira é quem mais ordena ou o efeito Ayuso

Nas próximas eleições autonómicas de Madrid, a candidata do PP e actual presidente da Comunidade Autonómica de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, prepara-se para esmagar eleitoralmente a concorrência e ter o dobro dos votos obtidos nas anteriores. Nas anteriores o PSOE tinha ganho, mas a coligação pós eleitoral PP/Ciudadanos e o silêncio do VOX foram suficientes para governar. Os espanhóis chamam-lhe “o efeito Ayuso”. E porquê?

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PaF não é Madrid

Sim, não somos a Grécia, mas poderemos ser como Madrid? Quem teve mais votos? Quem governa?

O Dia Seguinte…

visao-porto

 

O jornalista Miguel Carvalho fez uma reportagem sobre a cidade do Porto (Como o Porto conquistou o Mundo) para a revista Visão. Já aguardava ansioso pela dita desde julho/agosto, altura em que entrevistou Melchior Moreira (Turismo do Porto e Norte de Portugal) na esplanada do Porto Cruz e no restaurante do Hotel Carris.

 

As minhas expectativas eram, confesso, elevadas. O Porto está mesmo na moda, o Miguel Carvalho conhece bem a cidade (é um tripeiro) e basta percorrer as ruas do Porto para perceber a quantidade enorme de turistas. Gostei, gostei bastante. E fiquei a saber que me falta conhecer tanto desta minha cidade. Tanto!

 

O problema será “o dia seguinte”.

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Dentro de ti, ó cidade

A orquestra Solfónica, do movimento 15M, toca “Grândola Vila Morena” na Plaza del Sol. Foi ontem à noite, no coração de Madrid.

via Que se lixe a troika!

Sem legendas

Para ouvir e sentir.

6000 manifestantes em Madrid, diz o governo

Por isso 1400 polícias devem chegar.

Foto do El Pais.

Milhares nas ruas de Madrid

Polícias, bombeiros, professores, funcionários da administração central – cerca de dois mil funcionários públicos manifestam-se neste momento no centro de Madrid, contra os recortes anunciados pelo governo e a supressão do subsídio de Natal.

Depois das imagens das cargas policiais de há dias, parece que há agora elementos da UIP (Unidad de Intervención Policial) a juntar-se aos manifestantes e a cantar “lo llaman democracia y no lo es”.

Como de costume, por cá ainda não se sabe nada.

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Até iluminar o Sol

chegaram à Praça do Sol. Acompanhe a noite mineira de Madrid em directo.

Foto Luis Martínez Méndez

Em Madrid


Os mineiros já estão em Madrid. E sim, a classe operária ainda existe.

Leitura muito recomendada: Goldman Sachs acumula carbón colombiano en Asturias.

Este ainda vai estudar para Paris

Ministro espanhol avisa que a “troika” não entra em Madrid.

Maruja

adão cruz

Furioso, João entrou na livraria e só lá dentro se deu conta de que era uma livraria gay, de literatura erótica. Não tinha disposição para nada, muito menos para aquilo. Deu duas voltas à sala, cumprimentou e saiu. Madrid estava fria como o seu coração, e sentia uma lagrimeta no canto dos olhos. Atirou-se para a cadeira de uma esplanada em frente e pediu uma fabada asturiana. [Read more…]

Santiago de Compostela-Madrid em menos de cinco horas

Clique na imagem para ver o vídeo promocional

La Palabra, La Obra. LAV Ourense – Santiago – A Coruña – Adif

E já em 2012, com a introdução de novos comboios híbridos, todo o noroeste da península ficará a menos de cinco horas de Madrid. Entretanto, da Corunha à fronteira portuguesa, já quase toda a linha é nova, moderna, rápida…

Comboio Internacional Porto-Madrid

Entre finais do séc. XIX e meados da década dos Beatles, existiu um comboio regular entre o Porto e Madrid via Linha do Douro (acredito que com interrupções durante as guerras mundiais e a guerra civil de Espanha); esta fotografia terá mais de 100 anos e mostra um desses comboios, descarrilado, na estação de (Caldas de) Moledo, poucos quilómetros a jusante da Régua. Por exemplo, em 1968 o horário em vigor era este.

José Mourinho nu em Madrid…

…era capaz de encantar muita(o)s fãs.

Basta-lhe seguir os passos de Maradona e vê-lo-emos em pelota na Praça de Cibeles festejando títulos.

Já se Carlos Queirós prometer despir-se e desfilar nu no Rossio, deixo aqui um aviso: mal por mal, prefiro que Portugal não seja campeão. Livra!

Espanha adia TGV

Para a humilhação ser total só faltava que fosse a Espanha a tirar o tapete aos nossos “estadistas” e, com isso, negarem-lhes o derradeiro argumento. Temos um compromisso com Espanha!

Só que os governantes do outro lado da fronteira já perceberam o problema que têm em mãos e como gente séria que são, embora incompetente, já fizeram o que o interesse nacional lhes exige. Ouvir! Ouvir o que políticos e gestores, associações e sindicatos lhes explicam, uma e outra vez. Não há dinheiro, não há palhaço!

Mas o nosso governo, diz hoje uma coisa e amanhã outra, se está a falar na TV diz uma coisa , se for em Bruxelas diz outra.

E, como se percebe, Sócrates vai dar outra lição ao mundo! Vamos ter uma linha de TGV entre o Poceirão e Caia, que recomeça em Madrid!

F.C. Porto – FutAventar #15: Um recital em Madrid

No regresso do Aventar, o meu FCP deu um recital de bom futebol em Madrid. Hoje a Cibeles é nossa! E seu lá tivesse ido, festejava com sangria e uma tábua de pata negra. A Madrid que tanto amo hoje está toda de Azul e Branco! Olé, Olé, Olé!

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