A falência dos partidos: o caso do PS em Matosinhos

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O actual Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, o socialista Guilherme Pinto, desfiliou-se daquele que foi durante perto de 40 anos o seu partido, e anunciou que em Outubro concorrerá como independente. “Candidaturas dos partidos são desastrosas para as dinâmicas de desenvolvimento”, afirmou com coragem, enfrentando a ira dos homens do aparelho do PS, que se apressaram a acusá-lo de ter desrespeitado “as regras democráticas do PS”, e de  ter ofendido “a credibilidade dos esteios do Estado de Direito democrático”.

«(…) Entendo que os Partidos são essenciais às democracias. Mas não são exclusivos. (…)», escreveu Guilherme Pinto em carta endereçada ao Secretário-Geral do PS. «(…) Pretendo defender o que construímos (…) E impedir um desastre. (…) O que é incompatível com o contributo ao partido no qual ingressei aos 16 anos e que servi com empenho.(…). Queira por isso aceitar a minha desvinculação do PS. (…)»

Enquanto isso, António Parada, o candidato escolhido pelo PS para tirar Matosinhos a Guilherme Pinto (objectivo difícil de atingir, atendendo ao apoio que o actual presidente da Câmara parece ter de parte significativa da população), pediu ontem maioria absoluta, mediante o apoio de todos os presidentes de junta eleitos pelo PS – como se fossem eles os eleitores, num raciocínio abjecto, de política baixa, na linha daquilo que por estes dias justamente se combate, por não mais ser possível tolerar-se em Portugal as máquinas partidárias de fazer corruptos e mais subdesenvolvimento para as populações.

[actualizado às 18h00]