E agora, sem governos civis, como vamos sobreviver?

Um terço dos governadores civis demitiu-se hoje depois de Passos Coelho reafirmar que iria extinguir os respectivos governos.  Indignados governadores como António Galamba (candidato a deputado pelo PS não eleito pelo círculo de Lisboa em 2009) e Sónia Sanfona (candidata derrotada à câmara municipal de Alpiarça em 2009) renunciaram aos seus cargos de consolação e aproveitaram para prestar serviço ao partido que os nomeou a troco de saírem uns meses antes dos restantes.

Galamba, por exemplo, evoca no seu pedido de demissão, que publicou no Facebook, competências como as da “Segurança Pública” e da “Protecção civil” para os governos civis. Mas colocou a sua demissão à frente destas funções, apesar de dizer que continuarão a “assegurar a gestão do governo civil de Lisboa com particular atenção para as questões da segurança e da defesa da floresta”. Ou o governo civil em nada contribui para estas competências ou estas não precisam do cargo de governador. Pelo que resta a questão de sabermos porque lhe haveríamos continuar a pagar o salário.

Finalmente, é de sublinhar que estes demissionários governadores, agora tão escandalizados, não tiveram pejo em aceitar os cargos em 2009 depois do PS ter em 2001 e 2004 prometido em campanha eleitoral acabar, precisamente, com os governos civis. Rai’s’parta a memória.

Nota: Como se pode ler, Galamba segue as linhas de orientação do seu partido, não escrevendo conforme o acordo ortográfico aprovado pelo seu partido (cf. programa eleitoral do PS em 2011, escrito nesse mesmo português arcaico)

Adenda: parece que o número já vai em sete demissões.