¿Por qué te callas, Joacine?

Hoje, na TVI, Miguel Sousa Tavares fez as perguntas que ninguém se atreveu a fazer nos nossos meios de comunicação social. Em especial a pergunta que dirigiu a Joacine Moreira:

“O que temos aqui é o negócio que é a venda de gás natural no Norte de Moçambique para o qual o governo de Moçambique chamou grandes multinacionais, como a Total, garantiu a segurança dos estrangeiros que trabalhavam para o negócio e quanto à população local não só foi desalojada das suas terras gratuitamente, alguns pescadores foram desalojados das suas zonas de pesca, não recebem um tostão pela exploração do gás natural e em troca recebem morte, insegurança e fome. Como já tinha acontecido antes, quando Moçambique concedeu a empresas de celulose portuguesas grandes áreas de exploração de eucalipto e as populações foram retiradas de lá. Moçambique é um país rico vítima dos seus próprios dirigentes políticos e nós assistimos a isto em vários outros países africanos e faz-me impressão e numa altura em que a narrativa dominante é questionar-mos o nosso passado colonial e só aquilo que ele teve de mau, eu pergunto-me: E estes países, a Guiné Bissau, por exemplo. O Presidente da Guiné Bissau, no primeiro ano do seu mandato fez 50 viagens ao estrangeiro, privadas e oficiais, a receber 1.350 dólares por dia e 50 mil dólares em despesas de representação por cada viagem, num país miserável como a Guiné Bissau e eu não oiço a Joacine Katar Moreira, que é originária da Guiné Bissau, que tanto crítica Portugal, país de acolhimento, ter uma palavra sobre a Guiné Bissau”.

Podem ver e ouvir toda a intervenção de Miguel Sousa Tavares AQUI.