O Guerreiro e o “tio” Alexandre Soares dos Santos

O director do ‘Jornal de Negócios’, neste artigo, transformando em discurso colectivo aquilo que é opinião do próprio, escreveu:

Estamos saturados de manhosos, desconfiados de moralistas, estamos sem ídolos, sem heróis, estamos encandeados pelos faróis dos que saltam para o lado do bem para escapar à turba contra o mal.

Lido num ápice, sem cuidar de saber quem são os manhosos, desconfiados moralistas e dos ineptos de que Guerreiro fala, até seríamos levados ao automatimso de subscrever a mais comum das ideias expostas. Com atenção, verificamos, porém, que a guerra dele é contra Ana Gomes, António Capucho e outros que criticaram a transferência da sede da ‘holding’ Sociedade Francisco Manuel dos Santos (SFMS) para a Holanda, por interesses de ordem fiscal. E na elegia da patriótica e solidária atitude do “tio” Alexandre, o pedadógico Guerreiro argumenta:

Uma empresa tem lucro e paga IRC; depois distribui lucro pelos accionistas, que pagam IRC (se forem empresas) ou IRS (se forem particulares). Neste caso, a Jerónimo continua a pagar o mesmo IRC em Portugal (e na Polónia); o seu accionista de controlo, a “holding” da família Soares dos Santos, transferiu-se para a Holanda. Por ter mais de 10% da Jerónimo, essa “holding” não pagava cá imposto sobre os dividendos e continuará a não pagar lá. Já quando essa “holding” paga aos membros da família, cada um pagaria 25% de IRS cá – e pagará 25% lá. Com uma diferença: 10% são para a Holanda, 15% para Portugal.

[Read more…]