PPD/PSD: 50 anos de um ADN mal resolvido

O PPD surge no pós-25 de Abril, pela mão de, entre outros, outrora liberais da Assembleia Nacional. A dita Ala Liberal tolerada pelo Estado Novo. Como se tratasse de uma irreverência bem comportada, em nada semelhante à contestação merecedora de espancamento, prisão, deportação ou mesmo assassinato.

Não foi difícil que, em pouco tempo, começassem apelidos pouco elogiosos, como “guarda-chuva dos fascistas”. Um estigma que cedo Francisco Sá Carneiro percebeu que tinha de resolver. Tanto mais que o socialismo era a palavra de ordem.

Ao tempo, ser de Esquerda era ser de vanguarda e afinava pelo diapasão dominante. E nada como a Social-Democracia, para o PPD ser legitimamente de Esquerda com o carimbo PSD que, à época, ser liberal não seria bom caminho.

Já o PPD defendia – ou dizia defender -, então, o socialismo. E até tentou entrar para a Internacional Socialista. Mas, Mário Soares não andava a dormir.

Surge, então, em Outubro de 1976, o PSD (curiosamente o mesmo nome de um partido criado por Adelino da Palma Carlos, que não seguiu caminho), que se apresenta de Esquerda, na palavra dos seus próprios fundadores.

Ficou, apenas, a proclamação de baptismo e nada mais. Porque ao longo das décadas que se seguiram, o PSD foi tudo menos socialista. Nem sequer Social-Democrata. Pois que a Social-Democracia é coisa que só o Partido Socialista, de quando em vez, foi e vai sendo, naqueles raros exercícios de socialismo que pratica. É que, ao longo da maior parte da história da democracia portuguesa, o socialismo está para o Partido Socialista, como Clark Kent está para o Super-Homem.

Mas, voltando ao PSD, desde o modelo económico traçado durante o Cavaquismo, até à doutrinação Passista do “ir além da Troika”, feitas as contas, o PSD não é de Esquerda; não é socialista; tem medo de dizer que é de Direita; balança entre o conservadorismo e o liberalismo quer na economia quer nos costumes; face à ameaça do Chega na disputa do seu eleitorado, exercita uns passes de dança entre o popularucho e o conservadorismo saudosista; diz-se reformador e é profundamente messiânico.

Quem o viu e quem o vê: está na mesma.

3 Indignações sobre o caso Boaventura

(notícia de hoje no Dário de Notícias)

Ponto prévio. Este problema não é exclusivo do CES, nem da UC, nem da academia portuguesa. É um problema enraizado em sociedades cujas gerações conheceram o peso do patriarcado no quotidiano. A estrutura hiper hierarquizada do meio académico apenas fornece oportunidades em ouro a uma larga variedade de predadores. A grande diferença é que já existem instituições que criaram mecanismos credíveis e eficientes para lidar com estes problemas.

1- A UC deveria comunicar sobre este tema com muito mais clareza e sobretudo anunciar à comunidade UC o que já mudou, o que vai mudar, se ainda vai ouvir a comunidade (que tal um inquérito individual?), etc. Se não fica a sensação que a rede de conflito de interesses sobre este caso, rede esta que é mais extensa do que parece à primeira vista, está a conseguir travar e apagar com subtileza este caso da atualidade. É muito importante que a comunidade UC tenha confiança na instituição e que esta dê garantias que no futuro não se vão repetir os erros deste caso. Por exemplo a NASA providencia um serviço eficaz e independente que dá garantias de proteção de anonimato para apoio às vítimas de assédio. É um exemplo, existem outros;

2- O silêncio pesado sobre este assunto de quem à esquerda sempre se bateu pela justíssima causa do assédio moral e sexual. Não precisamos de discursos contendo acusações veladas ou explícitas, nem de nomes, muito menos de lavagem de roupa suja em público, precisamos de assertividade sobre este assunto, uma ou duas frases inteligentes que demonstrem uma posição clara e inequívoca;

3- Gurus de esquerda? Tenham juízo. Uma terra sem amos e sem gurus.

Zaporijjia e a segurança das Centrais Nucleares

No plano inicial do 11 de Setembro constavam 10 alvos, um desses alvos era a central nuclear de Inidian Point que fica a 60 km de Nova Iorque. Segundo a informação recolhida, a central nuclear foi retirada da lista de alvos porque foi considerado que as consequências poderiam ser muito mais nefastas do que o pretendido.

Até 2001, as estruturas das centrais foram projetadas para resistir ao embate de um pequeno avião de turismo, da categoria de um pequeno Cessna. Na altura julgou-se que o pior cenário poderia ter origem num erro de um piloto de um avião desta categoria que voa a mais baixas altitudes e que eventualmente se aproximasse demasiado de uma central. 85% das centrais nucleares existentes foram projetadas para este cenário. Depois do 11 de setembro de 2001, esse paradigma mudou. Um avião de linha poderia servir de projétil contra uma central. Realizaram-se simulações para tentar avaliar a capacidade das centrais existentes para resistir a um embate de um avião de linha, mas na esmagadora maioria dos casos os resultados não foram divulgados e muitos mostraram que em determinadas condições os danos causados nas centrais nucleares poderiam causar um acidente muito grave. Poucas foram as centrais que reforçaram as estruturas. Por exemplo, os reatores de Zaporijjia estão parcialmente protegidos por uma estrutura envolvente ao edifício de cada reator quase da altura da cúpula. Esta estrutura pode ser muito eficiente para um embate de um avião de linha ou um projetil de artilharia, mas pode ser facilmente contornada por um míssil com boa precisão.

No entanto, para que um acidente grave possa ocorrer não é necessário atingir o edifício do reator. [Read more…]

Legislativas 2024 – Sosseguem: isto ainda pode piorar

Nada ficará decidido hoje.

E será interessante perceber o que farão os protagonistas nos próximos dias.

O PS não quer acordos com o CH.

Montenegro disse que “não é não”.

Ventura já se fez à AD e até avisou, há dias, que tinha amigos no PSD. Apesar de se referir ao partido como “prostituta”.

Problema: se PS e AD se entenderem, a oposição fica entregue ao CH. E isso fará com que o CH cresça ainda mais.

Outro problema: se a AD fizer um acordo com o CH, perde a face e será penalizado no futuro.

Terceiro problema: o PS até pode ganhar, mas não tem ninguém com quem se entender.

Tenho o pressentimento que teremos novas eleições em breve.

Por isso sosseguem: isto ainda pode piorar.

Vá lá que o ADN não elegeu um chalupa. Mas faltou pouco.

 

Em 2019, o exército de perfis falsos do CHEGA foi financiado ilegalmente?

Em 2019, aquando da candidatura de André Ventura às presidenciais, do nada surgiram centenas de páginas facebook oficiais e não oficiais do CHEGA. Enquanto as páginas oficiais revelavam uma baixíssima atividade, comparável aos restantes partidos pequenos/novos, já os sites oficiosos do CHEGA pareciam inundados de apoiantes e imensamente profícuos em comentários. Como foi denunciado na altura em reportagem jornalística, o CHEGA teria criado cerca de 20 mil perfis falsos. E era nestas páginas oficiosas do CHEGA que eles faziam o seu trabalho, e aqui sublinho a palavra trabalho, porque era evidente que havia perfis que dedicaram meses de trabalho a tempo inteiro à criação de páginas, de conteúdos, de perfis falsos e à escrita de comentários das 8h às 24h. Um desses perfis, era esta Sophia Vilaverde ou “Vani para os amigos”. Era evidente que a Vani estava a fazer um trabalho remunerado, como é que se pode explicar que geria a página “CHEGA Portugal – Força Nacional” (encerrada entretanto pelo facebook) que produzia conteúdos da manhã à noite e tinha centenas de comentários em cada post. Quanto mais racista fosse o post mais comentários atraía. A Vani passava o dia a responder aos comentários dessa página bem como de outras páginas oficiosas do CHEGA.

Como foi paga a Vani? Quem pagou a Vani?

Esta é a grande questão. Mais do que analisar aqui os milhares de comentários de incitamento ao ódio racial, ao genocídio ou ainda aqueles em que se faziam ameaças explicitas à integridade física de minorias, de mulheres e de portugueses racializados. Quem e como pagou à Vani e às restantes dezenas de gestores de páginas oficiosas do CHEGA que se escondiam por trás de perfis falsos , quem pagou aos criadores de conteúdos e aos gestores dos tais 20 mil perfis falsos, que surgiram do nada de um dia para o outro, num partido pequeno e acabado de criar? [Read more…]

O Malhão sempre era reaccionário

A idade faz mal a todos, mas faz pior a uns que outros. Este, que já tocou acordeão para o Zeca, confirma agora que o seu malhão é mesmo reaccionário.

U2 – This is 40′

Foram 40 noites e 40 concertos em Las Vegas. Ou como alguns dizem, foram 40 noites no deserto.

A inauguração da Sphere foi o mote: a Sphere é a nova excentricidade de Las Vegas, uma espécie de pavilhão em forma de esfera construído para ser a melhor sala de espectáculos do Mundo. E a tecnologia da coisa não engana: um ecrã com quase 55 mil m2 que ocupa metade da esfera no seu interior (efeito 180°) e a totalidade da mesma no seu exterior, com uma qualidade nunca antes vista e o mesmo se diga em termos de som com as suas mais de 160 mil colunas de som. A capacidade ronda as 18 mil pessoas. Não existe nada igual ou parecido. E custou uma fortuna à MGM (os proprietários da Sphere), qualquer coisa como 2,3 biliões de dólares.

Para inaugurar a Sphere foram escolhidos os U2. E porquê estes irlandeses? O tempo deu razão à MGM: eram para ser só 8 concertos mas esgotaram em minutos. Passaram a mais 12 e a coisa repetiu-se. Não chegava para as encomendas e tiveram de ser 40 (e na verdade, talvez fossem precisos mais 40 para responder à procura). Vieram de todo o mundo e quando digo “todo o mundo” não estou a exagerar. Que o digam a BA, a Qantas, a Air Lingus, a Singapore Airlines ou as várias companhias aéreas da América Latina, da América do Sul ou da Ásia. Para Las Vegas foi excelente e para a Sphere foi a cereja no topo do bolo. E lá vamos outra vez a números: foram 40 concertos, mais de 700 mil espectadores e uma verdadeira fortuna ganha pela banda (4 milhões de dólares por concerto acrescido de uma percentagem sobre a bilheteira). Números de uma grandeza típica dos Estados Unidos.

A Sphere não são só números. Estes justificam apenas a “boa” loucura cometida pela MGM. Foi feita para preencher uma lacuna: ter uma sala de espectáculos pensada e construída para concertos de música e multimédia. Onde a qualidade do som e da imagem fossem excepcionais. E são. A qualidade da imagem é surreal e a excelência sonora é absolutamente incrível. Já fui a centenas de concertos e sempre me deparei com o mesmo problema: falta de qualidade do som. Não esqueço os fabulosos concerto que assisti em Portugal (e fora) de bandas como os U2, Sigur Ròs, Portishead, Placebo, Tindersticks, Bjork, Madredeus, Vetusta Morla, The National, Nick Cave entre tantos outros mas de nenhum deles posso afirmar que a qualidade do som era excelente. Nenhum. Até assistir a U2:UV na Sphere. Até a respiração dos membros da banda era perceptível. Como se estivesse a assistir com auscultadores nas orelhas. Absolutamente impressionante. E a qualidade de imagem? Nem numa sala de cinema IMAX.

Os U2 aproveitaram a “residência” para comemorar os 30 anos do seu álbum “Achtung Baby”, tocado na íntegra durante as duas horas de concerto (acrescido de alguns dos seus hits de outros trabalhos). Tudo isto acompanhado pela projecção espectacular de vídeos feitos para esta apresentação. Foram duas horas de tirar o fôlego a qualquer um em 40 noites que começaram no final de setembro de 2023 e terminaram esta madrugada (3 de Março 2024).

Se a Zoo TV Tour (1992) fez história nos anos 90 pela revolução que representou para o futuro dos concertos em estádio, a U2:UV Sphere Vegas marca o início de uma nova era para os grandes concertos do futuro. Existirá um antes e um depois, tal como aconteceu nos anos 90 e, uma vez mais, são estes irlandeses a dar cartas. Estes rapazes que caminham para os 50 anos de carreira (2026) e que agora, terminada a aventura em Las Vegas, rumam para o seu estúdio para terminar o novo trabalho (a apresentar no final deste ano) e preparar a World Tour 2025 (onde já se prevê uma paragem prolongada em Vegas num regresso à Sphere). A U2:UV Sphere terminou esta madrugada como devia terminar, ao som de “40” do álbum WAR:

Ficará guardado nas minhas memórias para sempre. Como ficará o grupo de Facebook “U2 at Sphere” onde mais de 22 mil pessoas se juntaram, de todas as partes do Mundo, ajudando quem queria ir ver o concerto partilhando informação e ajudando nas dificuldades. Fosse na aquisição de bilhetes, na escolha de voos sem esquecer aconselhamento em hotéis, restaurantes ou locais a visitar em Vegas. Uma verdadeira comunidade. E deixo aqui, para terminar, a foto de um grande fã português dos U2, o Sérgio Barbosa, um daqueles que nestas coisas dos U2 nunca falha:

A herança da 1ª AD foi a bancarrota de 83. A desta poderá ser pior

Durão Barroso apareceu ontem num comício da AD – e não saiu a meio, espantem-se – para nos recordar que foi o PS que nos atirou para a última bancarrota.

É verdade.

Como é verdade que foi precisamente essa a herança da AD anterior, que rebentou com as contas públicas do país e o atirou para a bancarrota e para o segundo resgate do FMI, em 1983.

Foi esse o legado da AD que agora se reedita.

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Tax the rich

É todos os anos o mesmo: Lá estão as elites económicas reunidas em Davos com os políticos, no Fórum Económico Mundial, o “Baile dos Vampiros” – para discutirem o estado do mundo e moldarem as “soluções”. Chegam nos seus jets privados e aproveitam o fórum da melhor maneira, para influenciarem os políticos que, de qualquer maneira, não sabem fazer mais do que lhes lamberem as botas.

As mega multinacionais chegam a alugar prédios inteiros e convidar os políticos para os seus eventos: por exemplo, o Grupo Meta abriu o seu próprio escritório de lobby em Davos e Sam Altman, chefe da empresa de inteligência artificial Open AI, oferece eventos em salas alugadas especialmente para o efeito.
Lá estão 14 das 20 maiores corporações do mundo, que detêm monopólios e asseguram vigorosamente a sua posição de poder, investindo muitos milhões de euros em lobbying. Monopolistas e poderosas como são, as Google, Amazon, Meta, Apple ou Microsoft não precisam se preocupar com a concorrência ou com medidas políticas – elas são praticamente “irreguláveis”.

E como também anualmente acontece, sai nesta altura o novo relatório da Oxfam, que consecutivamente denuncia mais uma brutal extremização da desigualdade. Nos últimos dois anos, os cinco homens mais ricos do mundo mais do que duplicaram a sua riqueza, ao mesmo tempo que cinco mil milhões de pessoas (60%), se tornaram mais pobres.

Há décadas que a economia neoliberal demonstra a sua letal capacidade para produzir desigualdade e destruir o planeta. Mas dado que serve os ricos e poderosos, continua a impor-se com o maior êxito e eficácia. Basta ver os Chegas, IL e AD a encherem a boca com reduções de impostos e o PS a dar borlas fiscais aos mais abastados. [Read more…]

AD????

Os fundadores da AD, a verdadeira Aliança Democrática, estão a dar voltas no caixão….

Para os “whataboutistas” que agora já não o são

@CNNPortugal

“Atão”? Onde está esse desejo tão, tão piedoso que rogava aos Ucranianos que se rendessem para evitar um “banho de sangue” e para que a paz pudesse regressar?

Nem que para isso, a Ucrânia tivesse de se submeter, aceitar resignadamente as ocupações consumadas e comprometer-se a desistir definitivamente de outras aspirações.

Porque e como “juravam a pés juntos”, só, só, mas mesmo só lhes interessavam a paz e o respeito pelas vidas humanas.

O mais interessante já nem é a completa ausência de qualquer coisa que se assemelhe com honestidade, dignidade ou coerência. A isso, vocês já nos habituaram. Não, o mais interessante é mesmo o facto ostensivo e incontestável de nenhum de vocês conseguir sequer ter um “mícron” de lucidez que vos permita perceber que a vossa cegueira ideológica já não é só patética. Passou (há muito) a ser anti-humanidade. Os gajos do “Chega” são uns “bem-intencionados” em comparação convosco.

E continuo, apesar de tudo, a opor-me à ilegalização dos partidos comunistas e coisas do género. Apenas defendo que sejam considerados sem atenuantes falsas e hipócritas, sem “double standards” e exactamente pelo que realmente são: a escória das escórias.

Os partidos comunistas não podem continuar a ser normalizados como ainda o são. E o mesmo se aplica aos outros vigaristas intelectuais que sendo “iguaizinhos” por dentro, agora se anunciam como sociais-democratas “desde pequeninos”.

Um desporto, dois sistemas

aqui falei sobre a violência policial que pudemos assistir nas imediações do Estádio de Alvalade no dia do clássico entre o Sporting e o FC Porto. Deixei aqui testemunhos de vítimas que relatam o terror que se viveu e acesso a links nos quais podem ver a brutalidade policial.

Ontem, recebi esta notícia. Além de ser uma mentira, é uma forma cobarde de sacudir a água do capote. A polícia que causou feridos e que mandou pessoas para o hospital, pessoas essas que estavam a celebrar, inclusive mulheres e crianças, como se pode ver pela imagem, passa ainda como elemento importante para acabar com confrontos. A mesma polícia que mete uma criança desesperada à procura do pai num cenário de guerra. Tudo por causa de confrontos que não existiram.

Como é que me vou sentir seguro nas imediações dos estádios, com os meus a comer, a beber, a cantar… Se corro o risco de ser agredido pela polícia sem ninguém me defender?

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Acordo UE-Mercosul: Felizmente, ainda não foi desta

Mais uma vez, saiu gorada a data prevista e conjurada para a finalização do acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul. E ainda bem, dizem sindicatos e ONGs, tanto deste, como do outro lado do Atlântico.

Há já 23 anos que a União Europeia (nessa altura constituída por 15 estados) e o Mercosul (que inclui a Argentina, o Brasil, o Paraguai o Uruguai, e ao qual a Bolívia acaba de aderir) o preparam. Em 2019, durante o governo de Bolsonaro no Brasil, os dois blocos chegaram a um “acordo de princípio” sobre a parte comercial, não tendo, no entanto avançado, devido à vigorosa oposição de países como a França e a Áustria, que invocaram razões ambientais e climáticas.

Quando, em 2022, Lula voltou ao poder, a ânsia dos dois blocos em finalizar o acordo reavivou-se: foram múltiplas as declarações oficiais dos dois lados em favor da conclusão do acordo, frequentes as viagens de altos representantes e, nos últimos meses, o ritmo das negociações chegou a ser semanal. A Presidência rotativa do Mercosul pelo Brasil, e a da UE pela Espanha, – ambos fortes apoiantes do acordo – abria, até ao fim de 2023, uma “janela de oportunidade única”. Em Setembro, no seu discurso “State of Union 2023″, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reiterava que as negociações deveriam ser concluídas até ao final do ano. [Read more…]

Repressão Policial? Terrorismo Oficial!

Segunda-feira, foi dia de Sporting vs FC Porto. Como sabem, eu sou portista. É um jogo quentinho, é um jogo que nos coloca a semana toda com uns sentimentos estranhos que vão do “é desta que goleamos os gajos” ao “vamos perder o campeonato aqui”. Coisas de adepto da bola que deixa a emoção sobrepôr-se à razão, mesmo reconhecendo por vezes.

Levo quase 10 anos de jogos de futebol. São muitos anos a levar com uma indústria altamente minada, com estádios sem condições para visitantes, com revistas abusivas, com policias desejosos por ter um alvo fácil. Tanto me cansei, que apesar de ter ido a Alvalade, aproveitei o facto de estar a viver em Lisboa para falar com um grande amigo meu sportinguista. Em vez de ir para aquele cortejo em que somos tratados como ovelhas, fui para as rulotes que estavam repletas de adeptos do Sporting. Fui tratado de uma forma irrepreensível. O ambiente estava incrível, típico de clássico. Umas tochas se abriam de vez em quando, muitos telemóveis a filmar, muita gente orgulhosa do ambiente que se vivia ali. Se me custou? Não, porque tenho mais de 15 anos e percebo o que vai naqueles corações. O amor ao clube pode ter cores diferentes, mas é entendido por quem partilha desta doença.

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Salvem as empresas, já!

Há uns dias, o Expresso presenteou-nos com uma reportagem sobre um fenómeno que, pelos vistos, era do desconhecimento de todos: o Ressenteeism. Parece que isto acontece quando um trabalhador não se sente feliz no local de trabalho, mas mantém-no por razões financeiras. Acho que é importante falarmos deste fenómeno. É uma realidade e não é nada positiva. Mas, como é óbvio, o grande foco desta obra jornalística não é o trabalhador que apenas mantém o seu trabalho por querer, vá, comer e manter uma casa. O foco são as empresas que têm visto a sua produtividade a descer. Temos empresas, principalmente as grandes, a tratar trabalhadores como carne para canhão, exploram pessoas fisica e emocionalmente, e admiram-se quando as bases estão desanimadas. O foco devem ser aqueles que necessitam de estar infelizes a trabalhar para terem um sustento, mesmo quando é bastante pouco. É para estes que devemos virar as atenções e procurar soluções. Porque se uma empresa fecha, outras se abrem e isso é menos prioritário do que a vida de pessoas que são forçadas a contribuir para uma cadeira que não querem, por nos encontrarmos num país em que as elites e o Estado estão entrelaçadas e escrevem as regras a seu favor. E depois a culpa é de quem se manifesta. A culpa é de quem faz greves. A culpa é de quem está oito horas a olhar para o boneco a pensar como poupará até ao fim do mês. A culpa nunca é de quem beneficia diretamente de um sistema desigual, que promove a desigualdade e que depois ainda vem de forma sobranceira perguntar “e depois quem cria postos de trabalho?”.

Só as elites, que estão delineadas em dinastias desde os tempos da monarquia, é que olham para isto e acham que podem ter alguma solução. Aqueles que nunca visitaram Castelo Branco, mas que sabem o que é melhor para essas pessoas, porque leram num livro qualquer de um self made man.

Era uma boa ideia começarmos a distinguir liberalismo de ser cão de guarda das grandes empresas que tudo podem, das elites que capturaram a economia, funcionam em cartel e usam as pessoas como peões. Ser liberal não é defender o contrário da esquerda. Ser liberal é defender o indivíduo antes de tudo e não as instituições que alimentam o nosso estilo de vida. Mas aí a esquerda tem razão. Aquela que se diz de direita vive capturada pelas empresas que querem jogar apenas com as suas regras. Se um liberal é liberal nos bons momentos e pedinchão nos maus, desconfia. Não é liberal, é parasita.

Na COP28, o lobo protege o galinheiro

Imaginem o PAN liderado por um toureiro. Ou o PCP por um latifundiário. Ou o CDS por um muçulmano. Imaginem a CGTP liderada pelo patronato ou a CIP pelo operariado.

Imaginaram?

Agora imaginem a COP28 liderada por Sultan Ahmed al-Jaber, o ministro designado pela monarquia absoluta dos Emirados Árabes Unidos para presidir à Adnoc, a petrolífera do regime.

Imaginem também mais uma cimeira de fachada, onde nada verdadeiramente se resolve ou sequer caminha nesse sentido.
Onde centenas de chefes de Estado e outros políticos, empresários e líderes de opinião chegam de jacto privado. [Read more…]

Viva Portugal, Viva a Restauração, abaixo da tralha fascista

Em 1640, os patriotas atiraram o traidor do Vasconcelos pela janela e mandaram os espanhóis para a terra deles.

Em 2023, Putins da Wish armados em patriotas vão a Madrid bater continência ao espanhol que exibe mapas de Espanha com Portugal anexado, e as únicas pessoas que mandam para a terra deles, mesmo quando a terra deles é Portugal, são emigrantes fragilizados e pessoas que não encaixam na sua paleta racista.

Viva a revolução de 1640, viva a Restauração e viva Portugal 🇵🇹

E que se f*da a tralha fascista ✊

Holodomor

“They tried to exterminate us – they failed”
“Нас намагалися винищити – не вдалося”
Volodymyr Zelensky, 2023.11.25

O 4º sábado de cada mês de Novembro foi instituído como o “Dia da Memória das Vítimas da Fome e das Repressões Políticas” ou “Dia da Memória das Vítimas do Holodomor”. Neste ano de 2023, aconteceu a 25 de Novembro. E, infelizmente, não mereceu muita atenção. Aliás como o próprio Holodomor.

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«Não te contaram a história toda sobre a tua liberdade»

Graças às grandes comemorações do 25 de Novembro, descobri a existência do Instituto Mais Liberdade, uma espécie de braço intelectual e propagandístico do chamado liberalismo português.

Na extensa lista de fundadores, temos Carlos Guimarães Pinto, Rodrigo Moita de Deus ou Pedro Mota Soares. Cecília Meireles é directora não executiva. João Miguel Tavares faz parte do Conselho de Curadores. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral é Adolfo Mesquita Nunes.

Entre outras actividades, o Instituto Mais Liberdade criou a exposição 25N, que estará presente em frente às câmaras de Lisboa e do Porto e em mais de 200 escolas. Se não estou em erro, a página 25n.pt também será da responsabilidade deste instituto.

A exposição tem como divisa «25N – A História que não te Contaram». A página exibe a frase «Não te contaram a história toda sobre a tua liberdade».

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F.C. Porto: Basta de Impunidade

Ontem foi escrita a página mais negra da história do meu clube, o FC Porto. E antes que alguns comecem a destilar bílis, fica já a minha declaração de interesses: sou sócio do FC Porto, nº 8.860 e não conheço o candidato André Vilas Boas de lado nenhum (a não ser, como qualquer outro adepto, de ter sido treinador do clube com mérito e êxito). Saber que sócios do meu clube viveram horas de terror, alguns deles chegando a ser agredidos, e ver, como vi nas redes sociais em tantos vídeos (alguns em circuito privado) tudo o que se passou, não só me envergonha como me revolta. 

E que crime cometeram os milhares que se deslocaram à AG do FC Porto? O crime de quererem discutir livremente e votar livremente a proposta de alteração dos estatutos do SEU clube. Uma espécie de “crime de desobediência” ao pensamento único que alguns, uma minoria, deseja impor a tudo e todos. Uma turba de delinquentes que não se inibiu de agredir mulheres e idosos. Um bando que todos, TODOS, na cidade do Porto e arredores conhecem mas que a Polícia Judiciária, a Polícia de Segurança Pública, o Ministério Público e as demais entidades públicas ignoram a sua existência. Isto a poucos meses de se celebrar os 50 anos do 25 de Abril é obra…

E como alguns só percebem a linguagem da cegueira clubística, a esses fica a explicação: ontem quem ganhou foi o Benfica, as comendadeiras de bola das televisões que nos destratam todas as semanas, os gajos d’ A Bola. Sim, esses que vocês dizem odiar venceram ontem por goleada e quem marcou os golos, todos na própria baliza, foram vocês. E Jorge Nuno Pinto da Costa, pelo seu silêncio cúmplice, pela mordaça notória do Porto Canal e pelas falinhas mansas d’ O Jogo, demonstra que já não lhe interessa o FC Porto, só salvar a sua pele. É muito triste assistirmos a este fim penoso daquele que foi o responsável pelas mais belas páginas da história do nosso clube. Ver esta caricatura ambulante é uma dor para todos nós e uma alegria imensa para todos os seus detratores. Porque o que aconteceu ontem é imperdoável.

O mal está feito, a vergonha sem nome executada e os culpados perfeitamente identificados. E agora?

Agora, enquanto sócio e adepto do FC Porto exijo que a actual direcção do FC Porto se demita, assim como todos os seus órgãos sociais, e se convoquem eleições o mais depressa possível, no cumprimento do estipulado nos estatutos do clube. E ao candidato André Vilas Boas exijo que tome medidas: exigir ao ainda Ministro da Administração Interna e ao ainda Secretário de Estado do Desporto que providenciem TODOS os meios para que a AG do próximo dia 20 de Novembro se realize em segurança e de molde a não serem cometidos mais crimes públicos, como os de ontem. E, se não confiam nas forças de segurança do Comando Distrital do Porto, que venham outros, de outras paragens. O André Vilas Boas se é mesmo candidato a Presidente do FC Porto não pode fazer de conta nem se esconder perante tudo isto e sabe, todos sabemos, que se não forem tomadas medidas drásticas e de imediato, vai voltar a acontecer o mesmo, se não for dia 20 será noutro dia. Basta de impunidade!

Por último: aqueles senhores todos que pertencem ao tal Conselho Superior, muitos deles autarcas, estão confortáveis com tudo isto? Já se demarcaram ou estão a fingir-se de mortos? Em especial, os autarcas, que batem com a mão no peito a falar de liberdade e democracia. Tenham vergonha. Eu preferia borrar a cara de merda…

Lítio, lítio, lítio, muito lítio

It is just that without stars there would be no atoms heavier than lithium in the periodic table, and a chemistry of only three elements is too impoverished to support life.
Richard Dawkins

What is wonderful is that when he is writing a piece of music and he gets to a point where he is running out of room, because he doesn’t have those extra notes, he manages so skillfully to rewrite the passage, so that someone who is unaware of the fact that there is a problem of range here that limits what he can do would never guess it.
Robert Levin

***

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Sobre a queda de António Costa

A queda abrupta de António Costa não é assim tão surpreendente.

O que surpreende, pelo menos a mim, é ver a justiça funcionar, tendo como alvo gente tão poderosa como Lacerda Machado ou Vítor Escária. Pena não acontecer mais vezes.

O funcionamento foi de tal ordem que António Costa se apressou a apresentar demissão, prontamente aceite por Marcelo.

E, é bom recordar, Costa planou sobre todos os escândalos do seu governo, incólume e fanfarrão, a ponto de ter destruído a coabitação com Belém para defender um secundaríssimo João Galamba. Se agora não hesitou, por algum motivo terá sido. Um motivo óbvio, parece-me.

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O embaraçoso Marcelo

Foi, no mínimo embaraçosa, a forma como Marcelo Rebelo de Sousa confrontou o diplomata palestiniano Nabil Abuznaid, no final da passada semana, na inauguração da iniciativa Bazar Diplomático.

Fiquei a imaginar se, ao invés de um diplomata palestiniano, Marcelo usasse o argumento “foram vocês que começaram” para advertir um diplomata israelita para o perigo da radicalização. Algo como:

  • Sim, o atentado do Hamas foi uma monstruosidade, mas foram vocês que começaram quando decidiram ocupar a Cisjordânia, expulsar milhares de palestinianos das suas casas e transformar a Faixa de Gaza numa prisão a céu aberto com 2,2 milhões de pessoas lá dentro. [Read more…]

A trafulhice feita ideologia

Foto: Esquerda.net

Se a trafulhice fosse só a fotografia propositadamente tirada de forma a dar ideia que estavam presentes muito mais pessoas do que aquelas que realmente estavam, enfim, era demonstrativo, mas não era grave.

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Conflito Hamas-Israel: um raro momento de sensatez

O Hamas lançou-nos uma armadilha, e esta armadilha é de máxima horripilação, de máxima crueldade. E assim, há o risco de uma escalada militar, de mais intervenções militares, como se pudéssemos resolver um problema tão sério quanto a questão palestiniana com exércitos.

Existe também uma segunda grande armadilha, que é a do ocidentalismo. Encontrámo-nos encurralados, com Israel, neste bloco ocidental que hoje está a ser desafiado pela maioria da comunidade internacional.

[Apresentadora: O que é o ocidentalismo?]

O ocidentalismo é a ideia de que o Ocidente, que geriu os assuntos mundiais durante cinco séculos, poderá continuar a fazê-lo silenciosamente. E podemos claramente ver, mesmo nos debates da classe política francesa, que existe a ideia de que, perante o que está a acontecer actualmente no Médio Oriente, devemos continuar a lutar ainda mais, em direcção ao que poderá assemelhar-se a uma guerra religiosa ou civilizacional. Ou seja, isolar-nos ainda mais no palco internacional.

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Guterres

Foto: Lusa/Observador

Querem compreender o que o Guterres realmente disse? Ainda por cima, estando eu convencido que isso foi deliberado quer pela tibieza que sempre demonstrou quer pela configuração ideológica que o sustenta quer ainda pela incapacidade de encarar seriamente o mundo árabe. É muito facil.

Substituam alguns elementos naquele discurso. Por exemplo, “condeno inequivocamente o holocausto nazi; mas o holocausto não surgiu do nada; a Alemanha foi sujeita a enxovalhos e humilhações durante mais de 20 anos”.

Compreendem o alijar de culpa que está implícito? Compreendem o repartir de responsabilidades que se pretende suscitar?

E não venham com considerações que não é possível comparar o 7 de Outubro ao holocausto. 7 de Outubro foi apenas um dia e além de ter implicado 1400 mortos, revelou um nível de bestialidade e selvajaria provavelmente superior à desumanidade nazi. O holocausto durou aproximadamente 5 anos.

A energia nuclear é segura? (parte I)

Chernobyl são mais de 10 000 km2 contaminados durante centenas de anos, 100 mil pessoas evacuadas, custos para lá dos 250 mil milhões de dólares, um sarcófago temporário (50 anos) para proteger o reator danificado que custou 2 mil milhões de euros (pago pela UE).

Fukushima foram 155 mil evacuados (atualmente 37 mil com estatuto de refugiados), 600 km2 contaminados durante décadas, 1,2 milhões de toneladas de água contaminada que serão largadas durante décadas para o oceano e onde os custos atuais de limpeza já ultrapassam os 200 mil milhões de dólares (2/3 do orçamento português).

Acidentes como o de Three Mile Island (EUA, 1979) necessitaram 2 décadas e mais 1,2 mil milhões de dólares para encerrar em concreto o combustível do reator 2 (em instalação provisória no Idaho). O acidente de Kyshtym (URSS, 1957) resultou em 10 mil pessoas deslocadas, 200 milhões de rublos (de 1957) de prejuízos imediatos e 4 décadas de limpeza. O acidente de Windscale (RU, 1957) já custou mais de 2 mil milhões de libras e o processo de limpeza está longe de estar concluído.

Efeitos da radiação de acidentes nucleares na população

Depois do bombardeamento de Hiroshima e Nagasaki foi criado o centro de investigação conjunto nipo-americano Radiation Effects Research Foundation (RERF) que estudou durante décadas os efeitos na saúde humana das populações irradiadas na sequência da explosão das 2 bombas nucleares. O RERF produziu um trabalho extenso e robusto sobre os efeitos da radiação na população. Outros desastres ajudaram a validar e consolidar os resultados do RERF: o acidente da explosão de Castle Bravo no Pacífico (população irradiada em ilhas a diferentes distâncias onde as doses foram bem medidas) e ensaios nucleares militares a cargo de Los Álamos (soldados a distâncias precisas e doses bem medidas). Uma das consequências destes trabalhos foi o tratado internacional de interdição de ensaios nucleares na atmosfera assinado em 1963. Os cálculos mostraram que a precipitação radioativa resultante destes ensaios produziriam cerca de 170 mil cancros mortais na população mundial durante um período de 50 anos.

Em 2005 foi organizado o Forum de Chernobyl [Read more…]

Uma sociedade instalada

Ao fim de mais de 19 meses de guerra, Putin nunca esteve tão perto da vitória como agora. Não no terreno porque aí não tem qualquer hipótese, a heroicidade dos Ucranianos e de Zelensky nunca poderá ser derrotada, mas no denominado Ocidente. No farol da liberdade e dos direitos humanos.

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Da Madeira nada de novo

Há quem fique admirado com o domínio absoluto do PSD na Madeira, mas ele não só não surpreende, como encontra paralelo no domínio quase absoluto do PS no país.

A Madeira é a região do país com maior risco de pobreza. Dados da Pordata, citados em peças do Observador e da RTP, revelam que 1 em cada 4 madeirenses vive em risco de pobreza. O desemprego é elevado, a taxa de analfabetismo é a segunda mais alta, o nível de instrução escolar é inferior à média nacional e a população envelhece a uma velocidade superior à do continente. [Read more…]

Um velhaco sem limites

Apesar de ter muita dificuldade em lhe chamar Primeiro-ministro porque sempre que me aparece à frente (só na TV, “cruzes, canhoto”), só consigo ver um impostor e um escroque, mas, e não tentam empurrar a nossa culpa para cima dos outros, este é o PM que merecemos.



Um verdadeiro FdP com níveis éticos inferiores aos de um qualquer carteirista ou vigarista de esquina. Para conseguir dizer o que ele diz neste vídeo, é preciso muito mais que apenas não ter “vergonha na cara”. É preciso desconhecer deliberadamente o que vergonha quer dizer.

“Ó trafulha dos trafulhas, se aumentaram os impostos foi porque o teu partido arruinou este País, pediu ajuda para compor a enorme “merda” que fizeram e foram obrigados a fazê-lo. Por única e exclusiva CULPA do teu partido e de um governo em que tu eras o nº2.
Pior, naquele brutal aumento de impostos, ao fim de 8 anos de miserável desprezo por este País, tu reduziste ZERO.
Ainda pior, àquele brutal aumento de impostos, pela calada e tentando sempre negar o que estavas a fazer, tu ainda acrescentaste uma data deles da tua lavra e agravaste uns outros tantos.”

Só com a ajuda de Camões consigo, minimamente, dizer o que sinto:

O dia em que” este governo nasceu” moura e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar;
Não torne mais ao Mundo, e, se tornar,
Eclipse nesse passo o Sol padeça.

A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça,
Mostre o Mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.

As pessoas pasmadas, de ignorantes,
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Cuidem que o mundo já se destruiu.

Ó gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao Mundo “o governo”
Mais “nojento” que jamais se viu!