A Fábrica Letal
O trabalho assassino continua. Segundo o jornail “i”, ocorreu mais uma morte na Foxcoon. A vítima, desta vez, foi um engenheiro de 27 anos. A família atribui a morte à sobrecarga de trabalho do jovem técnico.
A Foxcoon, como já escrevi aqui, é uma empresa chinesa, propriedade de um coreano, e produz equipamentos para a Apple, Dell, HP, Nitendo, Nokia e Sony – não me canso de repetir – com o recurso a operários pagos ultimamente a 120 / 130 euros mensais, para 12 horas diárias em 6 dias de trabalho por semana.
A OIT – Organização Internacional do Trabalho integra 183 países-membros, entre os quais a China. Teoricamente, através de Declaração pública e internacionalmente aceite, a citada organização e respectivos países-membros estão vinculados ao compromisso de fazer cumprir princípios e direitos fundamentais no trabalho – só teoricamente, porque na prática não se aplica.
Sabe-se lá quantas Foxconn’s e respectivos governos gozarão de impunidade semelhante por esse mundo fora? Mas, citando Joseph Stiglitz, “o modelo global sem governo global” lá vai produzindo iniquidades e, neste caso, até a morte de trabalhadores.
A teoria do mercado, tão ao gosto dos liberais e do próprio FMI, é que o trabalho também se insere no jogo “da oferta e da procura”. Isto, porque consideram as energias do ser humano equivalentes a mercadoria; e ainda que uns desgraçados morram e as multinacionais prossigam na insaciável conquista de poder e lucros globais e crescentes, a própria vida de quem trabalha é matéria irrelevante.
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