(pormenor da Ribeira Negra)
O verão entra hoje, lembrou a velha a comer um pedaço de pão. à porta da padaria.
Meio triste por vir tão cedo, meio contente por vir tão tarde, já que a primavera o deixa de mãos a abanar com este tempo sem tempo. Ainda agora caiu um aguaceiro que fez as gaivotas encolherem-se e o rio cobrir-se de um espesso véu.
O verão está à porta como a velha na padaria. Nem entra nem sai.
Também à porta passa o eléctrico na sua lenta e gemida marcha de outros tempos, que nada tem a ver com as velocidades de hoje. O tempo fora do tempo. [Read more…]
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