Quem diria que, lá dos longínquos tempos em que escreveu, António Botto nos deixava um tão expressivo retrato de uma coisa que nunca viu, a União Europeia – sobretudo a dos últimos anos -, que, pensada como uma deusa, veio a dar no que deu. Após a negociata de ontem, adivinhem quem são os chatos coçados e os fregueses que aproveitam.
(almas mais sensíveis, abstenham-se)
Balofas carnes de
balofas tetas
caem aos montões
em duas mamas pretas
chocalhos velhos a
bater na pança
e a puta dança.
Flácidas bimbas sem
expressão nem graça
restos mortais de uma
cusada escassa
a quem do cu só lhe
ficou cagança
e a puta dança.
A ver se caça com
disfarce de um chato
coça na cona e vai
rompendo o fato
até que o chato
de morder se cansa
e a puta dança.
Os calos velhos com
sapatos novos
fazem-na andar como
quem pisa ovos
pisando o par de cada
vez que avança
e a puta dança
Julga-se virgem de
compridas tranças
mas se um cabrito
de cornadas mansas
abre a carteira e
generoso acode
a puta fode.
ANTÓNIO BOTTO
Há excepções excepcionais, mas só para quem pode! (Que maneira estranha de pronunciar os “efes”…)
http://filterbypass.xyz/index.php?q=aHR0cHM6Ly93d3cueW91dHViZS5jb20vd2F0Y2g%2Fdj1JWU1YVzFxLVlyZyZhbXA7aW5kZXg9MSZhbXA7bGlzdD1SRElZTVhXMXEtWXJn