[Alcídio Faustino]
A dado momento, um casal português que viajava comigo por terras gaulesas abre o roteiro turístico que trazia consigo. Pela terceira vez consecutiva, a mulher volta a indignar-se com o que vê e insiste:
— Mas por que raio é que nada vem em português?!
Lá vinham novamente as quatro línguas habituais: francês, inglês, espanhol e alemão.
O marido bradava ao vento, alegando que aquilo era um insulto à nossa língua, a quinta mais falada em todo o mundo.
— Ó Quim, lá estás tu! Não é a quinta, é a sexta língua com mais falantes.
— Já discutimos sobre isso. É a quinta!
— É a sexta!
— É a quinta!
…
Bom, a quinta ou a sexta… tanto faz. O importante aqui é perceber que a culpa não recai sobre quem fez o dito roteiro; ou a carta de sobremesas da taberna La Kahena; ou diário de bordo do paquete…
A culpa é exclusivamente NOSSA, DOS PORTUGUESES.
Portugal nunca teve políticos que olhassem a nossa língua de forma séria. Nunca houve uma política do idioma credível. Diria mais, nunca houve nenhuma. [Read more…]
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