“Feijóo quer reunir-se com Sánchez para que viabilize o seu Governo em Espanha“. Assim, não: “Durão Barroso vai casar em jJulho“.
Acreditar mais? Acreditar menos?
“Não acredito mais em Deus”, “Não acredito menos em Deus”; “Já não acredito em Deus”, “Ainda acredito em Deus”; e por aí fora. Ah! E ‘selecção’ ≠ ‘seleção’.
O Futebol Clube do Porto teve negativa?
Instado a comentar a época futebolística, Fábio Cardoso, jogador do Futebol Clube do Porto, declarou: “Dou nota oito à época, queríamos mais…”
Tendo em conta que o FCP foi campeão nacional e que ganhou a Taça de Portugal e sabendo que no sistema escolar português só existem duas escalas (1 a 5, para o Ensino Básico, e 0 a 20, no Secundário), poderíamos estar diante de uma avaliação negativa de um jogador tão exigente que o facto de o seu clube não ter ganho a Taça da Liga e a Liga dos Campeões é suficiente para que nem suficiente atribua ao seu clube. [Read more…]
Top
Premiar a música portuguesa no Dia da Língua Portuguesa é ‘Top’
Disse alguém nos Prémios da Música Portuguesa.
A legitimidade do projecto europeu
implica a ilegitimidade do projeto. O Acordo Ortográfico de 1990, efectivamente, não existe.
Tiros de pólvora seca – uma explicação aos “activistas” das redes sociais sobre três L: Linguagem, Ligações e Luta

Fotografia: MAYO
Teve lugar, ontem, na Universidade do Minho, uma manifestação contra o assédio. Depois de várias queixas e denúncias sobre um alegado agressor no campus da U.Minho, centenas de alunos saíram à rua, muitos deles segurando cartazes que diziam “mexeu com 1 mexeu com todEs”. Obviamente, e porque vivemos na Era do Clique, a manifestação e a causa da mesma passaram para segundo plano porque, hoje, de parte a parte, o que interessa é aparecer numa fotografia de cartaz na mão com uma frase impactante, se fores de um lado, ou ir para as redes sociais balbuciar contra os manifestantes, se fores do outro. Já não interessa a luta, já não interessa a realidade. Interessa, sim, aparecer. E se para aparecer eu tiver de escrever “mexeu com todEs”, eu vou escrever, porque sou “bué” inclusivo, sigo a tendência, revolucionário e uma vez até respondi “já vou!” à minha mãe quando ela me chamou para a mesa.
Primeiro, temo ter de explicar, ainda, que os plurais das coisas já englobam vários géneros. Quando dizemos “estamos todOs” ou “estamos todAs” “aqui”, não estamos, em linguística, a discriminar ninguém; estamos, simplesmente, e mediante, muitas vezes, o género do inter-locutor (muitas vezes, até, do género que predomina nos receptores), a indicar que as pessoas estão reunidas naquele mesmo espaço, tanto quanto as que deveriam estar. [Read more…]
A propósito das crianças portuguesas que falam “brasileiro”
A também nossa Paula Sofia Luz publicou recentemente uma reportagem que deu algum brado e fez sair muitos patrioteiros de tocas mal frequentadas: “Há crianças portuguesas que só falam ‘brasileiro'”. Desde portugueses enojados a brasileiros ressabiados, juntaram-se nos comentários do jornal e das redes sociais dezenas ou centenas de idiotas de ambos os lados do Atlântico, agarrados a estereótipos e a interpretações espúrias da História, ou melhor, de um conjunto de sentimentos e de preconceitos que alguns confundem com História.
O fenómeno da influência do português do Brasil na expressão dos jovens portugueses não é novo e pode (e deve) ser discutido, excluindo qualquer laivo de superioridade ou de inferioridade e incluindo linguistas e professores de Português, sendo que, neste último caso, há um afastamento indesejável entre ambos os grupos – polemizando já um pouco, e sendo eu suspeito, há alguns linguistas que imaginam os professores como meros receptáculos, mesmo quando o assunto é o ensino de uma norma linguística, por muito que este conceito contenha algo de demasiado artificial.
Assim, se é verdade que não faz sentido censurar (em qualquer dos sentidos da palavra) os conteúdos brasileiros, é importante pensar naquilo que se chama o “cultivo da língua”, expressão difusa que se pode prestar a usos elitistas desajustados e que poderá, muitas vezes, entrar em conflito com a natural circulação de palavras e de conceitos. [Read more…]
Duas inofensivas reflexões linguísticas acerca de Sócrates
By chance I met this same wine again, lunching with my wine merchant in St James’s Street, in the first autumn of the war; it had softened and faded in the intervening years, but it still spoke in the pure, authentic accent of its prime, the same words of hope.
— Evelyn Waugh, “Brideshead Revisited”But was there more to Socrates’s attitude to Sparta than vague and general admiration from afar?
— Paul Cartledge

Foto: Anadolu Agency/Getty Images (https://bit.ly/2PPQwv6)
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Provavelmente, em português actual, nunca teremos visto nem o singular *Sócrate (como ‘Socrate‘, em francês), nem o plural *Sócrateses. Provavelmente, repito. E isto vale quer para Sócrates com ‘S’ inicial e ‘s’ final, quer para Sócrates com sigma inicial (Σ) e sigma final (ς). Ora, sabendo que o plural Sócrates corresponde ao singular Sócrates e nunca a *Sócrate e que ao singular Sócrates corresponde o plural Sócrates, também sabemos que o plural lápis corresponde ao singular lápis e não a *lápi e que (para falantes de português europeu de Lisboa e arredores, pois eu digo ‘sapatilhas’) o plural ténis corresponde ao singular ténis e não a *téni (como já ouvi, por hipercorrecção).
A expressão, em inglês, através do “s’ genitive”, de uma relação possessiva em que Sócrates é o possuidor faz-se através de Sócrates’s e não através nem de *Sócrate‘s, nem de *Sócrates’, como se aprende quer nas melhores escolas e afins, quer numa ida a Londres (e.g., St. James’s Park).
Muito bem, Mendes. Muito bem, Maio.
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Nótula sobre o estado actual da relação entre o Governo da República Portuguesa e a língua portuguesa
I don’t know why.
— Kurt Cobain, “Stay Away”Se me não ponho a milhas lixo-me: não fica aqui
mais ninguém senão eu.
— António Lobo Antunes, “Memória de Elefante“
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O Governo gosta de mandar na forma como grafamos as palavras. E, só para não abdicar desse imenso e intenso prazer, até ignora pareceres de quem, ao contrário dele, percebe da poda. Outros, mais pequenos, mas com poder, são extremamente afoitos e, embora não saibam que uma rosa pegada pelos espinhos não é bem a mesma coisa que um touro pegado pelos cornos, mostram sem medo o mesmo apetite voraz dos muito poderosos pelo policiamento dos hábitos linguísticos dos falantes. Ia rematar este longo parágrafo com um breve comentário sobre o Manifesto 2014, mas convém que não nos desviemos ainda mais do assunto.
Em matéria linguística, o Governo lá vai andando, tem-te-não-caias, rumo a lugar nenhum. Por um lado, manda-nos grafar para em vez de pára, ação em vez de acção, maio em vez de Maio, diapnoico em vez de diapnóico, etc., tudo em nome do reforço do “papel da língua portuguesa como língua de comunicação internacional“. Por outro lado, o Governo manda-nos descarregar uma aplicação portuguesa com nome em língua inglesa (StayAway Covid). Provavelmente, o Governo da República Portuguesa prefere reforçar o papel da língua inglesa como língua de comunicação internacional. Assim sendo, há esclarecimentos a prestar.
Convém lembrarmo-nos deste triste episódio, quando membros do Governo voltarem a defender o Acordo Ortográfico de 1990.
Nótula: Luiz Fagundes Duarte dá-nos algumas ideias para pormos o vírus a léguas em português — e alguns dos comentadores têm feito aditamentos. A lista vai longa. Até agora, todas as propostas são melhores do que a promovida pelo Governo.
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A pouca-vergonha
leva hífen, caro presidente do PSD. Não costumo ler Rui Rio, mas sou leitor do Carlos Garcez Osório.
Haja quem cuide da nossa língua!
[Alcídio Faustino]
A dado momento, um casal português que viajava comigo por terras gaulesas abre o roteiro turístico que trazia consigo. Pela terceira vez consecutiva, a mulher volta a indignar-se com o que vê e insiste:
— Mas por que raio é que nada vem em português?!
Lá vinham novamente as quatro línguas habituais: francês, inglês, espanhol e alemão.
O marido bradava ao vento, alegando que aquilo era um insulto à nossa língua, a quinta mais falada em todo o mundo.
— Ó Quim, lá estás tu! Não é a quinta, é a sexta língua com mais falantes.
— Já discutimos sobre isso. É a quinta!
— É a sexta!
— É a quinta!
…
Bom, a quinta ou a sexta… tanto faz. O importante aqui é perceber que a culpa não recai sobre quem fez o dito roteiro; ou a carta de sobremesas da taberna La Kahena; ou diário de bordo do paquete…
A culpa é exclusivamente NOSSA, DOS PORTUGUESES.
Portugal nunca teve políticos que olhassem a nossa língua de forma séria. Nunca houve uma política do idioma credível. Diria mais, nunca houve nenhuma. [Read more…]
Problema de expressão: Open Conventos
Devia ser como no cinema
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguémCarlos Tê
Há uns tempos, escrevi sobre o Pordata Kids. Recentemente, descobri que uma outra iniciativa igualmente meritória foi baptizada e lançada no mundo com o nome Open Conventos.
Se o objectivo é chamar o turista estrangeiro, o que está ali a fazer, desavergonhada, uma palavra portuguesa? Se o alvo é o português, para quê uma palavra inglesa? “Conventos abertos” ou “Abrir os conventos” ou “Conventos desconhecidos” seriam disparates? Tu, leitor, sentir-te-ias menos cosmopolita e, ao mesmo tempo, menos português?
Enquanto se conhece o magnífico património arquitectónico, por que razão se desconsidera o linguístico? Será que somos tão saloios que não podemos participar em iniciativas anunciadas exclusivamente em português? Em vez de uma expressão que não está em nenhuma língua, não seria melhor publicar um anúncio com a mesma expressão em duas línguas, apelando ao indígena e chamando o estrangeiro?
Não sei, talvez já não seja o timing certo para fazer estas perguntas. Fico a aguardar o vosso feedback.
Obama vai ou vem?
O Expresso, que é um jornal publicado num país estrangeiro qualquer, diz que Obama “vai ao Porto”. O Jornal de Notícias, que é um jornal publicado em Portugal, diz que Obama vem ao Porto, que é uma cidade portuguesa. Quem fala verdade?
Interveio vs. Interviu – A um Presidente de Câmara
O desejo de escrever esta intervenção surgiu na sequência de uma outra publicada por um Presidente de Câmara Municipal, pessoa que respeito e por quem nutro algum afecto.
Todos nós – à excepção dos linguistas da casa e que todos conhecem – damos alguns «pontapés na gramática». Da mesma forma que eu gosto (ou melhor, não gosto, mas agradeço) de ser corrigida quando pontapeio a língua mater, que às vezes fica dolorosa, venho tentar aqui fazer um bocadinho de serviço público.
Vamos lá aos esclarecimentos:
Interviu não existe, uma vez que o verbo no infinitivo é Intervir. Como termina em «vir», aplica-se a conjugação daquele verbo (eu intervenho (Presente do Indicativo), ele interveio (Pretérito Perfeito), etc).
Tanto quanto sei, existe por vezes alguma confusão entre o verbo Intervir e o verbo Entrever. Neste último, sim, há a conjugação terminada em «viu» no Pretérito Perfeito, já que se trata de um verbo formado com «ver» (eu entrevejo (Presente do Indicativo), ele entreviu (Pretérito Perfeito), etc).
E por aqui me fico, já que há quem fale – e escreva – em muito melhor Português. Se me alongar, corro o risco de cometer erros e ser, eu também, chamada à atenção.
A sério que é à séria?
Isaac Pereira
É um erro habitual na forma de falar, sobretudo na região de Lisboa, e em especial, ali para os lados da Assembleia da República. Mas a forma de falar também já se transpôs para a escrita. Frequentemente faz a sua aparição nos jornais e nas têvês, e agora também nos sítios “on-line”.
Isto sim, é a língua no seu esplendor mais virulento.
A expressão “à séria“, possui requintes de modo “chique-burlesco”, e é tão risivelmente paroquial e provincial que até faz um asno cantarolar. É uma espécie de modinha ou coisa que o não valha, assim, como dizer, tão “fin de siécle”, não achas ó Ramalho Ortigão?
Só escrevo isto para que te previnas. Quando leres ou ouvires alguém dizer que “isto” ou “aquilo” é uma coisa “à séria“, passa um raspanete à senhora membrana auricular e, para não chorares, esfrega a retina dos teus meninos olhinhos.
Diga ‘expectativa’!
Prometi, ontem, que voltaria à expectativa, porque posso.
Vamos por partes, que é Agosto.
Os autores do chamado acordo ortográfico (AO90) valorizam aquilo a que chamam “critério fonético”. De modo simplista, isso quer dizer que devemos escrever conforme pronunciamos, o que, por sua vez, significa que não devemos escrever aquilo que não pronunciamos.
António Emiliano, entre outros, já explicou a impropriedade da expressão “critério fonético” e o disparate em que consiste. Mas deixemos isso, por instantes, porque a expectativa é grande.
Preocupados com o tal “critério fonético”, os autores do AO90 declaram basear-se numa certa e determinada norma culta. Confrontado com a dupla grafia da palavra “expectativa”, revisitei, mais uma vez, o Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, em busca da transcrição fonética da palavra. Como puderam ver mais acima, embora se admitam duas realizações possíveis para a primeira sílaba, o C pronuncia-se. [Read more…]
À séria
Começou por ser ouvida no mundo comentador, foi ganhando seguidores e hoje encontrei a expressão “à séria” num texto jornalístico.
O projecto Jovem Autarca segue os passos das eleições à séria. [P]
O artigo é sobre uma jovem de 15 anos que venceu a segunda edição da iniciativa Jovem Autarca, promovida pela Câmara da Feira. Talvez, dado este fundo de juventude, a autora tenha optado por uma linguagem coloquial. Pessoalmente, acho a expressão feia e tenho pena que vá ganhando terreno, inclusivamente na comunicação escrita.
Paralelamente a esta nota, aproveito para felicitar a jovem Margarida pelo resultado do que me pareceu ser uma campanha com toque profissional.

Imagem: Facebook da candidata
Não há cor-de-rosa sem espinhos
Nos últimos tempos, tenho-me dedicado a passear pela página que a Porto Editora dedica às dúvidas frequentes sobre o chamado acordo ortográfico (AO90). Confesso que tem sido instrutivo e não no melhor sentido da palavra. Dar-vos-ei conta deste meu périplo.
Certo dia, entrei pela pergunta O vocábulo cor-de-rosa tem hífenes?
Ainda antes de abrir, não pude deixar de estranhar que o vocábulo sobre o qual se pergunta se tem hífenes tivesse efectivamente hífenes e cheguei a imaginar que esta ligação conduzisse a um texto bem-humorado em que o leitor fosse levemente invectivado com uma frase como “Então não se viu que a resposta estava na pergunta? É claro que cor-de-rosa tem hífenes.”
Mas não. A resposta é muito mais engraçada. Ei-la:
O vocábulo cor-de-rosa é considerado uma exceção consagrada pelo uso à eliminação geral dos hífenes em locuções de uso geral no texto do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), Base XV, 6.º. Embora este vocábulo seja escrito com hífenes, segundo o vocabulário oficializado em Portugal – o Vocabulário Ortográfico do Português (VOP), a grafia sem hífen já é aceite como uma outra grafia possível, tal como acontece noutras combinações idênticas iniciadas por “cor de”, como cor de laranja e cor de vinho. Os critérios de aplicação das novas regras estão, portanto, conformes ao vocabulário oficializado.
Desvios, divergências e diversões
When you see a bird that you’ve never seen before, or that very few people have seen, there’s a special thrill.
Similar remarks carry over to the system of pragmatic competence, hence the capacity to use a language appropriately.
Esperava desejar um óptimo fim-de-semana com este vídeo (obrigado, Sir David Attenborough), divulgado hoje pelo Cornell Lab of Ornithology.
Contudo, estas imagens divertiram-me imenso e desviaram-me do meu objectivo inicial:
Factos:
1 – Na RTP, escreve-se e diz-se ‘desviado’;
2 – Um passageiro refere “um avião que foi desviado para o Porto”;
3 – No painel das chegadas do aeroporto, encontra-se ‘divergido‘.
Agora, sim.
Desejo-vos um óptimo fim-de-semana.

Remediado:
A ortografia “sei lá”
A questão ortográfica não é suficientemente importante para que faça sentido uma corrida ao armamento, mas é demasiado importante para que qualquer pessoa se permita emitir opiniões, especialmente se não se informar minimamente. É demasiado importante por variadíssimas razões que incluem, entre outras, o peso da escrita na sociedade actual, as relações complexas entre ortografia e fala ou a importância de aspectos etimológicos (úteis para a compreensão das palavras e para a relação com outras línguas).
Maria João Marques (MJM), membro do blogue Insurgente, cultiva uma imagem de leviandade que confunde com humorismo (e já não é a primeira vez que me dou ao trabalho de comentar aquilo que escreveu, o que me mereceu a duvidosa glória de ter tido um texto comentado pela Paula Bobone). Agora, estende a sua leveza a uma coluna do Observador, o que é um direito que lhe assiste, evidentemente.
Recentemente, resolveu emitir a sua opinião sobre o chamado acordo ortográfico, num texto ligeirinho, como convém, que a silly season é quando uma pessoa quiser. [Read more…]
Com o acordo ortográfico, as crianças perdem o contacto
O nosso Dario Silva encontrou a imagem que se segue. Trata-se de uma louvável publicação da responsabilidade da Quinta Pedagógica de Braga, entidade ligada à Câmara Municipal.
modernices (populares) da língua portuguesa
significado jurídico de contumaz: “todo o indivíduo que deliberadamente se negue a apresentar diante um juiz quando chamado por motivos de seu interesse. A contumácia é a desobediência deliberada manifestada na ausência, após convocação para presença num julgamento”
significado popular de contumaz: “fulano x tinha dívidas perante y e não obstante o calo deixado, passou os bens para a mulher, faltou à audiência e ficou cão do tomás”
Cão do Tomás, perguntei. Sim. Cão do Tomás.
consequência óbvia do neologismo popular: a expressão “ferrar o cão” – (do tomás) – o acto que cada indivíduo comete quando detém quando não cumpre uma prestação à qual está obrigado pela celebração de determinado negócio jurídico. dever algo a alguém. em linguagem informal: deixar o calo. deixar um calote. deixar fiado.
Food for thought

© Público/Pedro Cunha (http://bit.ly/1dgyuTw)
Matéria para todos reflectirmos: anteontem, José Sócrates criticou Pedro Passos Coelho por este, aparentemente (não vi esta entrevista) e num determinado contexto, ter adoptado o verbo ‘entregar’ como tradução portuguesa de ‘to deliver’. Não sei porquê, mas a associação do conceito ‘língua portuguesa’ aos nomes ‘José Sócrates’ e ‘Pedro Passos Coelho’ fez com que imediatamente me lembrasse da RCM n.º 8/2011 (promovida e criada pelo primeiro; herdada, não rejeitada e executada pelo segundo) e das consequências (aqui e ali). Esperemos que esta incursão pelo maravilhoso mundo da língua portuguesa (embora em registo prescritivo e moralista) seja uma indicação de que os políticos irão, por fim, começar a dedicar-se à leitura dos pareceres que solicitam e a seguir a direcção por estes apontada.
Um outro ponto interessante da entrevista do senhor primeiro-ministro foi quando ele falou — e mais uma vez utilizando também uma linguagem que se inspira nos anglicismos que ele adora… Diz ele que o Governo ‘entrega’ resultados. Quer dizer, em português, diz-se: “o Governo ‘apresenta’ resultados”. Mas, enfim, o verbo ‘deliver’ inglês é muito inspirador para o primeiro-ministro: ele acha que o Governo entrega resultados.
— José Sócrates, RTP, 15 de Dezembro de 2013
Post scriptum: As aspas [Read more…]
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