A imunidade do milhão de portugueses recuperados da covid

Fonte: The Lancet

A parte sublinhada diz uma coisa muito simples: “vários estudos epidemiológicos e clínicos, incluindo estudos durante o período recente de transmissão de variante predominantemente delta (B.1.617.2), descobriram que o risco de repetição da infecção por SARS-CoV-2 diminuiu em 80,5-100% entre aqueles que tiveram COVID-19 anteriormente”.

Dito de outra forma, recuperar da infecção é mais eficaz do que ser vacinado. Segundo o PÚBLICO, há cerca de 1 milhão de recuperados da Covid-19. 10% da população.  Dado que esta perspectiva não é notícia habitual (aliás, é notícia?) e nem parece ser considerada nos planos da DGS (recuperados só têm direito a certificado até 180 dias depois da infecção), a questão óbvia é até quando a DGS vai manter a cabeça de avestruz enterrada na areia.

Talvez se possa pedir a opinião do consultor da Direcção-Geral da Saúde, coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos, membro do Conselho Nacional de Saúde Pública e conferencista financiado pela Pfizer.

 

Adenda

Do mesmo artigo na The Lancet (tradução automática):

Algumas pessoas que recuperaram da COVID-19 poderão não beneficiar da vacinação do COVID-19. Na verdade, um estudo descobriu que a COVID-19 anterior estava associada ao aumento de eventos adversos após a vacinação com a vacina de mRNA Comirnaty BNT162b2 (Pfizer – BioNTech). Além disso, existem raros relatos de eventos adversos graves após a vacinação com COVID-19. Na Suíça, os residentes que podem provar que recuperaram de uma infecção por SARS-CoV-2 por meio de um PCR positivo ou outro teste nos últimos 12 meses são considerados igualmente protegidos como aqueles que foram totalmente vacinados.

Embora estudos de acompanhamento mais longos sejam necessários, os médicos poderão permanecer optimistas em relação ao efeito protector da recuperação de uma infecção anterior. A imunidade comunitária para controlar a epidemia de SARS-CoV-2 pode ser alcançada com a imunidade adquirida devido a infecção anterior ou vacinação. A imunidade adquirida pela vacinação é certamente muito mais segura e preferida. Dada a evidência de imunidade de infecção anterior de SARS-CoV-2, no entanto, os formuladores de políticas devem considerar a recuperação da infecção anterior de SARS-CoV-2 igual à imunidade de vacinação para fins relacionados à entrada em eventos públicos, negócios e locais de trabalho, ou requisitos de viagem.

Comments

  1. O texto refere algo que já se sabia, isto é, que a imunização natural é muito mais efectiva que a eventual a cargo das vacinas. Curiosamente ou talvez não, nenhum responsável alude mesmo que de passagem aos tratamentos preventivos ou curativos. Nem mesmo o conselho de notáveis do Infarmed que acaba de aconselhar as 5 medidas prioritárias, entende que os medicamentos para a cura e prevenção não fazem parte das 5 prioridades. Porque será????
    Segundo o Código de Nuremberga, a negação de tratamento adequado a pacientes que dele precisem, pode ser considerado um crime contra a Humanidade.
    Claro que as grandes farmoquímicas agradecem reconhecidamente esse esforço de convencer o people de que a “unica” solução é a pica, facto amplamente comprovado pelos números. A Europa, sendo a zona mais vacinada do mundo, é aquela onde os casos têm vindo a disparar todos os dias, comprovando portanto a excelente eficácia das vacinas quer no evitar da doença quer contendo a transmissão.
    Como já dizia Einstein, “loucura é repetir as mesmas acções e esperar resultados diferentes”. É por isso que Israel já administra a 4ª dose, depos virá a 5ª, a 6ª…sem fim à vista. Mas está tudo sob controlo, claro….

    • Paulo Marques says:

      O texto não diz nada disso.
      Não há tratamentos preventivos.
      Os tratamentos curativos são raros e dispendiosos, pelo menos nos próximos meses.
      Não é crime aquilo que não existe, nem que não se pode pagar.
      A eurolândia prefere continuar a pagar boas margens de lucro porque é a eurolândia e gosta de pagar bem aos criadores de emprego rentistas.

      • Paulo Marques says:

        E outra; para já, e não surpreende, os “preventivos e curativos” previnem o desenvolvimento de resistência; para quem não quer pagar a farmacêuticas, mais uma vez, ao lado.

      • Luís Lavoura says:

        boas margens de lucro

        Segundo li ainda este fim de semana, a vacina da Astra Zeneca está a ser vendida, tanto em países ricos como em países pobres, sem margem de lucro. Em boa parte por ela resultar de investigação realizada na Universidade de Oxford.

        Ou seja, nem todas as vacinas resultam em margens de lucro.

        • João l Paz says:

          Luis Lavoura! Duvido que seja verdadeira a sua última afirmação “nem todas as vacinas resultam em margens de lucro” mas, a ser verdade, porque nos OBRIGAM em Portugal (pelo menos) (através de muitas formas e de muitos rodriguinhos) a ser vacinados SOMENTE COM A Pfyser? Não acredito em coincidências, sabe?

          • Tuga says:

            Não é verdade. Eu fui vacinado pela vacina do fabricante do WCPato, uma mafia internacional muito maior do que a Pfizer

          • Paulo Marques says:

            Não há Moderna que chegue. Que, já agora, provavelmente continua a ser ligeiramente melhor, n sei porque se agarrou tudo a um único estudo.

          • Luís Lavoura says:

            Não se é obrigado a ser vacinado com a Pfizer. Eu fui vacinado com a Moderna, conheço outra pessoa que também foi, e outra que foi vacinada com a Jansen.

          • João l Paz says:

            Luis Lavoura, tanto quanto julgo saber nas fases anteriores de vacinação houve vacinação com outras vacinas dentro do lote das FINANCIADAS e sancionadas pela UE (Moderna, Jansen e Astra) mas NESTA fase, pelo menos em Coimbra, sÓ a Pfiser é administrada..

        • Paulo Marques says:

          Esquece-se que a investigação foi paga, como sempre, bem acima do custo. Se correu mal e ninguém que possa escolher a quer foi aleatório.

  2. Paulo Marques says:

    Tanta palavra, mas 95% continua a ser maior que 80.5%. E “alguns” é inútil como guia.

    • j. manuel cordeiro says:

      E 100% também é superior a 95%.

      Também podemos falar sobre o decaimento da protecção das vacinas. Uma delas até foi notícia em toda a linha cá no burgo.

      • Paulo Marques says:

        A questão é que a estimativa é demasiado larga, ao contrário do que deixei à dias.
        E, também mais uma vez, até citando este artigo, “It’s important to note that antibodies are incomplete predictors of protection. “

        • j. manuel cordeiro says:

          O argumento dá para ambos os lados.

          • Paulo Marques says:

            Dá, claro que não… Mas há dados estatísticos sobre as infecções, hospitalizações, e falecimentos, que já não dão. É essa a diferença, pelo menos, até hoje.

        • Democrata Cristão says:

          “do que deixei à dias.” >>>>>>”do que deixei hà dias.

    • Filipe Bastos says:

      Este estudo não é tão bom como outros estudos, né? Os bons estudos, quis o acaso, são aqueles de que v. gosta.

      Só deviam ser permitidos estudos que defendem mais vacinas, não acha? Duas ou três por ano, pelo menos.

      Aqui há tempos não eram permitidos estudos que atacassem o açúcar: só a gordura fazia mal. Felizmente, a ‘ciência’ nunca se engana e nunca se vende, né?

      • Paulo Marques says:

        Não, o estudo é, presumidamente, válido. Só que diz o que diz, não o que se quer que diga.

  3. j. manuel cordeiro says:

    Uma nota acessória: pouco importa quem decida se vacinar. Mas aborrece-me se eu a isso for obrigado sem necessidade. Até prova contrária e de acordo com o que vou lendo, ter recuperado da covid é melhor para mim e para os outros do que estar vacinado (como se sabe e agora está a ser patente, estar vacinado não impede a transmissão do vírus, mesmo que para o próprio se tenha menos sintomas).

  4. João Paz says:

    “E conferencista FINANCIDO pela Pfyser como não podia deixar de ser. Primeiro a Pfyser e os seus biliões. Depois as outras , muitas, vacinas e , se houver tempo e disposição para isso, os cidadãos. Quem manda em exclusividade através de muitas manobras de publicidade mascarada e reles ou de simples imposição é A Pfyser. O resto é paisagem.

    • Paulo Marques says:

      Sendo a Pfizer a mesma empresa que tem o medicamento mais eficaz e de mais fácil aceitação… ao lado.

  5. JgMenos says:

    Já te foste infectar?

    O novo padrão de combate à pandemia!

    • j. manuel cordeiro says:

      Até faço um desenho. Tive covid ainda não havia vacinas.

  6. Anasir says:

    O problema de preferir ser infectado a vacinar-se é, para o próprio, não saber como vai evoluir a infecção no seu caso. Há gente jovem e previamente saudável nos Cuidados Intensivos. Além de que é preciso ter em conta também o estado de esgotamento dos profissionais dos Cuidados Intensivos. Neste momento, pode não ser um problema em Portugal, mas a qualquer momento pode aparecer outra variante ainda mais patogénica. Vacinar-se é, também, um acto de solidariedade.

    • j. manuel cordeiro says:

      “O problema de preferir ser infectado a vacinar-se é, para o próprio, não saber como vai evoluir a infecção no seu caso.”

      Não é isso que está lá escrito nem é isso que defendo.

  7. Luís Lavoura says:

    Se um milhão de portugueses já está imunizado contra o vírus, então ainda sobram nove milhões de portugueses para imunizar. Ou seja, ainda estamos muitíssimo longe da imunidade de grupo.

  8. Elvimonte says:

    “New data suggests that fully vaccinated individuals are not just contracting COVID, but could be carrying higher levels of virus than previously understood, facilitating spread, my NBC News colleagues are reporting. New indoor masking guidance expected today [2021/07/29].” (Ken Dilanian, NBC)
    (link: não há, o asco mete não gosta)

    “Following NBC News’ bombshell report sourced from an unnamed government official that fully vaccinated individuals
    are not just contracting Covid, but are likely infected with higher levels of the virus, Dr Malone said that if this data is valid and accurate, then “we are in the worst-case scenario.””

    “This is crucial information, if true. Increased titers in previously vaccinated individuals is precisely what one would predict during the waning phase of the immunity post vaccination if antibody dependent enhancement was occuring.”

    “I don’t mean to sound alarmist, but what it seems to be rolling out is the worst-case scenario where the vaccine in the waning phase is causing the virus to replicate more efficiently than it would otherwise, which is what we call an antibody-dependent enhancement.”

    “The escape mutants that are escaping vaccine selecting pressure are most likely developing in the people that have
    been vaccinated, not in the unvaccinated, so, that’s just another convenient lie.”
    ((link: não há, o asco mete não gosta)

  9. Elvimonte says:

    “Imperfect Vaccination Can Enhance the Transmission of Highly Virulent Pathogens”
    (link: não há, o asco mete não gosta)

    “Our data show that anti-disease vaccines that do not prevent transmission can create conditions that promote the
    emergence of pathogen strains that cause more severe disease in unvaccinated hosts.

    Thus, anti-disease vaccines (those reducing in-host replication or pathogenicity) have the potential to generate evolution harmful to human and animal well-being; infection- or transmission-blocking vaccines do not [2–9].

    Note that the possibility of vaccine-driven virulence evolution is conceptually distinct from vaccine-driven epitope evolution (antigenic escape), in which variants of target antigens evolve because they enable pathogens that are otherwise less fit to evade vaccine-induced immunity. The evolution of escape variants has been frequently observed
    [4,10].”

  10. Elvimonte says:

    “SARS-CoV-2 infection induces long-lived bone marrow plasma cells in humans” (Nature)
    (link: ………nature……)

    “Long-lived bone marrow plasma cells (BMPCs) are a persistent and essential source of protective antibodies1,2,3,4,5,6,7. Individuals who have recovered from COVID-19 have a substantially lower risk of reinfection with SARS-CoV-2 8,9,10. Nonetheless, it has been reported that levels of anti-SARS-CoV-2 serum antibodies decrease rapidly in the first few months after infection, raising concerns that long-lived BMPCs may not be generated and humoral immunity against SARS-CoV-2 may be short-lived 11,12,13. Here we show that in convalescent individuals who had experienced mild SARS-CoV-2 infections (n = 77), levels of serum anti-SARS-CoV-2 spike protein (S) antibodies declined rapidly in the first 4 months after infection and then more gradually over the following 7 months, remaining detectable at least 11 months after infection. Anti-S antibody titres correlated with the frequency of S-specific plasma cells in bone marrow aspirates from 18 individuals who had recovered from COVID-19 at 7 to 8 months after infection. S-specific BMPCs were not detected in aspirates from 11 healthy individuals with no history of SARS-CoV-2 infection.

    We show that S-binding BMPCs are quiescent, which suggests that they are part of a stable compartment. Consistently, circulating resting memory B cells directed against SARS-CoV-2 S were detected in the convalescent individuals. Overall, our results indicate that mild infection with SARS-CoV-2 induces robust antigen-specific, long-lived humoral immune memory in humans.”

    • Paulo Marques says:

      A estrada da beira continua boa, mas, tal como o post, continua a não ser a beira da estrada.
      Já citar um tudólogo a prever o fim do mundo é fraquinho, espero mais de si. Afinal, se não vale para o aquecimento global, também não vale para a Covid19.

    • Tuga says:

      Caro sr Elvimente

      Afinal ainda conseguiu encontrar uns chips de memoria para nos massacrar outra vez com o seu copy & past

      E ainda por cima em dose tripla.

      Nunca lhe disseram que o que é demais é moléstia

      Tenha a decência ao menos de fazer a tradução

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  1. […] Mas tendo-se recuperado da infecção, não há razão para insistir na vacinação desse grupo (10% dos portugueses!) nem em tratá-los como não […]

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