Acordo ortográfico: um desacordo

Segundo esta notícia, o Acordo Ortográfico irá ser aplicado nas escolas, a partir do próximo ano lectivo. O tema merece ser debatido, mesmo sabendo que se trata de uma discussão tantas vezes obscurecida pela contínua referência à circunstância de ser um facto consumado.

Deixo, para já, algumas notas breves, pondo absolutamente de lado qualquer obsessão nacionalista, que não é para aqui chamada.

Em primeiro lugar, é importante que nos informemos. Nada melhor do que começar por consultar, por exemplo, o texto do Acordo.

Para além disso, também não é má ideia ler as opiniões de especialistas que colocam reservas ao acordo, como são os casos de João Andrade Peres e de Francisco Miguel Valada.

Finalmente, um exemplo: será que se pode chamar acordo ortográfico a um acordo que se baseia, por exemplo, em desacordos fonéticos? Para que serve um acordo que poderá manter, por exemplo, “recepção” no Brasil e cria “receção” em Portugal, ou, pior, que admita a opção individual entre as duas alternativas, tendo em conta a pronúncia do falante? Para que serve um acordo ortográfico?