O homem é um animal bestialmente tribal

 

Um pastor norte-americano, cuja gravata não disfarça o troglodita que é, queima um livro, ciente de que, do outro lado da barricada, estão outros trogloditas para quem esse livro queimado é sagrado. Os trogloditas do outro lado, cujo turbante também não esconde a besta que os domina e que são, matam pessoas, procurando vingar um livro queimado. Para quem viu a Guerra do Fogo, o extraordinário filme de Jean-Jacques Annaud, basta estar com atenção para perceber que o homem se limitou a substituir peles de animais por fatos e a exibição dos caninos por poderio militar.

Todos os dias assistimos a estes comportamentos bestiais, ou seja, animalescos, e tribais. Há milhares de anos, os émulos de Sócrates e Passos Coelho estariam a bater com paus no chão, acompanhados dos respectivos membros da mesma tribo (e não deixa de ser um exercício curioso imaginar Francisco Assis e Miguel Macedo a urrar atrás dos respectivos chefes). Amanhã, será a mesma preocupação tribal com os símbolos do inimigo que poderá levar a que o ambiente do Estádio da Luz seja digno das cavernas mais primitivas em dia de confronto entre clãs.