O António de Almeida, aqui no Aventar, escreveu que nunca foi ao Rock in Rio por não apreciar o conceito. Compreendo-o. Ontem, por causa dos Arcade Fire, fui pela primeira vez ao RiR. Andei anos a resistir. Até gosto do conceito “festivais” (Paredes de Coura e o Primavera são muito bons) e apenas não conhecia o RiR. Aquilo é uma espécie de “Disneyland Paris”.
Francamente, o RiR é totalmente diferente. Ontem fiquei na dúvida: ou o RiR não é para os Arcade Fire ou será que os Arcade Fire não são para o RiR? Independentemente da velha “guerra de números” destas coisas (a organização diz que eram mais de 47 mil almas a assistir, valor que só se for com IVA e já na taxa esperada para os próximos tempos pós TC, 25%), a verdade é que foram bem menos que nos outros dias, a acreditar nos tais números. Sinceramente, os Arcade Fire são uma banda para um “Primavera Sounds” ou “Paredes de Coura” e não para um festival como este. São públicos muito distintos e tirando os “ferrinhos” da banda, o resto da malta não é apreciadora do estilo nem tão pouco da forma.
O concerto foi bom. Não tanto, na minha opinião, como afirma Vítor Belanciano. Foi bom, ponto. Não foi excepcional. E o som não estava grande espingarda, sobretudo mais atrás (o vento não ajudou). Depois de umas horas passadas sobre o espectáculo, sou levado a concluir que os Arcade Fire não são para o RiR. No fundo, pelo que me apercebi, uma parte importante também não vai ao RiR pela música e não o escrevo como uma crítica negativa. Faz parte da filosofia da coisa. Não é por eu gostar mais do “Parque Warner” que vou afirmar que o “Disneyland Paris” é mau. São diferentes.
Por isso, contas feitas, soube a pouco para quem gosta destes fantásticos canadianos.
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