O Esteves Coelho

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Salazar, depois do atentado infelizmente falhado, deixou de ter agenda, nas poucas visitas governamentais que lá tinha de ir fazendo. Ganhou com isso a alcunha de o Esteves, já que os jornais noticiavam que o chefe do governo (como se dizia e desde Cavaco se voltou a dizer) esteve ontem aqui ou esteve ontem a inaugurar acolá.

Passos Coelho, ao visitar a cidade onde nasceu em quase clandestinidade como hoje faz, começa a merecer o mesmo epíteto, o Esteves Coelho.

Salazar sobreviveu muitos anos assim, as ditaduras conseguem manter no poder alguém que teme o seu próprio povo. Quanto a este seu herdeiro, chegado a este ponto, assunto encerrado: é um fantasma do seu próprio cadáver político quem ainda nos governa. Em democracia não precisaremos de esperar por uma abençoada cadeira para nos livrarmos deste emplastro.