Que é da Democracia?

Um Primeiro-Ministro de um país declara, talvez demasiado tarde, provavelmente sem convicção, quase certamente por calculismo, que é necessário fazer um referendo para que os cidadãos desse país, independente, possam decidir sobre a sua vida, exercendo o conteúdo de uma palavra inventada pelos seus antepassados.

Num outro país com quem a Europa tem dívidas que nunca poderá pagar, um Primeiro-Ministro, que sempre preferiu ser Bórgia a ser Cícero, foi obrigado a sair do poder, após anos de escândalos, como, por exemplo, o de ser dono de jornais e de televisões e de um clube de futebol.

Um terceiro país desperdiçou a oportunidade da Democracia para se transformar numa pátria, depois de ter desperdiçado meio século a acentuar um atraso que ainda está a pagar.

A Europa, que já foi raptada por um deus grego, está hoje sujeita a gentinha sinistra como Merkel, Sarkozy ou Barroso, gente para quem a Democracia é um adorno, ou seja: pode-se usar, desde que não atrapalhe. Percebe-se, então, por que tanto aplaudem Primeiros-Ministros que não foram eleitos. Provavelmente, aplaudem porque não foram eleitos.

Os governos desses três países procuram cumprir à risca as ordens da gentinha sinistra, ignorando, naturalmente, os interesses dos cidadãos do seu próprio país, até ao dia em que estes acordem e se lembrem do verdadeiro significado de uma palavra inventada há mais de dois mil anos.