Os Judeus e o largo de S. Domingos

O texto do João José Cardoso fez que experimente uma emoção que me assola sempre que vou ali para os lados do Rossio. Sabemos todos que naquele Largo, tivemos a Igreja de S. Domingos que ainda lá esta, no local onde hoje está o Teatro D. Maria estava a “Santa Inquisição” e seus calabouços e no largo a fogueira para limpeza de corpos e almas.

Acontece que por razões já muito bem conhecidas, num dia negro, alguem se lembrou de dizer que via uma imagem de um santo a brilhar, o que foi prontamente desmentido por um Padre que explicou que se tratava de um raio de sol que entrava pelos vitrais da Igreja e provocava aquele “milagre”. Grassava a peste em Lisboa, as almas andavam inquietas e logo ali se puseram a escorraçar e perseguir “cristãos novos”, tendo a turba morto um milhar e meio de pessoas.

Acontece que naquele largo foram à fogueira muitas pessoas e fico chocado que naqueles painéis apenas se homenegeie os Judeus.

Tenho pena que em vez de uma visão distorcida que pode levar as pessoas a pensar que só os Judeus foram vítimas, a Igreja católica, a Câmara e a Embaixada de Israel não tenham afinado pela justiça e pela equidade.

Para já não falar na estética que bem ficou a perder, bom teria sido se lá tivessem deixado sozinha, a oliveirinha vinda da Terra Santa…