Quem se enganou? Passos não, SMS sim

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Do ‘Sol’, em primeira página, provém a luz e conclui-se: como Passos jamais se engana, quem enganou foi o SMS.

Trata-se, de facto, de demonstração inquestionável de que a lógica é a ciência do estudo formal dos princípios de inferência válida. Desde Aristóteles, em “Organon”, jamais se havia sido produzido um raciocínio de tamanho valor científico, no domínio da lógica. Nem mesmo Bertrand Russel logrou aproximar-se do mérito do ‘Sol’, sintetizado no título.

Sim, de facto, é recomendável restringirmo-nos ao título, porque o texto da notícia já não diz bem a mesma coisa:

Um SMS enviado pelo secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações ao primeiro-ministro, durante a discussão no Parlamento sobre o caso do duplo pagamento à Lusoponte, esteve na origem do erro cometido por Passos Coelho numa resposta a Francisco Louçã. «Se não fosse esse erro, o caso teria morrido ali», diz ao SOL uma fonte governamental.

Caso se fundamente no título, o Ministério Público poderá instaurar um processo ao SMS. Se avançar mais longe na leitura, concluirá que o erro  foi cometido por Passos Coelho… e, então, o melhor é ficar parado e calado.

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