Juncker e o charme do défice francês

1929 Innocents of Paris (Maurice Chevalier) 01Numa entrevista ao canal televisivo do Senado Francês, Jean-Claude Juncker declarou que a França não deverá ser sujeita a sanções, apesar de ter um défice superior a 3%, porque “é a França”. No texto da Reuters, utiliza-se, de modo quase não-jornalístico, o advérbio “candidly” (‘candidamente’) a propósito destas declarações.

Provavelmente, Juncker olha para o défice português do mesmo modo que José Cid olha para os transmontanos: o défice tuga é feio, desdentado, deixou crescer a unha do mindinho e coça o rabo. O défice francês tem a voz e o charme de Maurice Chevalier, cheira a perfumes caros e não entra em restaurantes sem duas estrelas Michelin. É claro que isto é apenas uma questão de aparências, porque, na realidade, ambos estão acima dos 3%. [Read more…]