Numa entrevista ao canal televisivo do Senado Francês, Jean-Claude Juncker declarou que a França não deverá ser sujeita a sanções, apesar de ter um défice superior a 3%, porque “é a França”. No texto da Reuters, utiliza-se, de modo quase não-jornalístico, o advérbio “candidly” (‘candidamente’) a propósito destas declarações.
Provavelmente, Juncker olha para o défice português do mesmo modo que José Cid olha para os transmontanos: o défice tuga é feio, desdentado, deixou crescer a unha do mindinho e coça o rabo. O défice francês tem a voz e o charme de Maurice Chevalier, cheira a perfumes caros e não entra em restaurantes sem duas estrelas Michelin. É claro que isto é apenas uma questão de aparências, porque, na realidade, ambos estão acima dos 3%.
A obsessão do tecto do défice é uma das causas para os vários problemas sociais e económicos vividos por muitos europeus, que são apenas pessoas, entidades com menos direitos que muitos conceitos económicos.
Qualquer pessoa sensata sabe que não deveríamos imitar os luíses montenegros deste mundo e que, portanto, a vida dos cidadãos deveria pesar mais nas decisões de Bruxelas e de todas as outras capitais da União Europeia.
Desejando, assim, que todos os países estejam a salvo desta mentalidade que pune as gentes, é importante lembrar que Jean-Claude Juncker faz parte de uma pandilha que aproveita o poder para exigir mais a uns países do que outros, tendo o descaramento, e não a candura, de o afirmar em público.
Aproveitemos para lembrar que os meninos do PSD e do CDS estão ao lado de Juncker. Parecendo que não, faz alguma diferença.
O que se espera deste corrupto?
Quantas empresas fraudulentas negociaram acordos secretos com Juncker quando ele era o 1º ministro do Luxemburgo e fugiram aos impostos em muitos outros países?
Já houve reacção do governo ou do papagaio Presidente da República à declaração deste mafioso?
Não me apercebi.