Fui à página do partido Iniciativa Liberal para ler o programa com que concorrem às próximas eleições legislativas e, entre puxa para cima e para baixo para o encontrar no meio dos slogans, reparei neste em particular.
CORRUPÇÃO
- Diminuir o poder do Estado, para reduzir possibilidades de corrupção
- Mais transparência e mais escrutínio dos agentes políticos
Deduz-se que não existe corrupção no sector privado. Talvez seja a juvenilidade do partido a contribuir para a falta de memória mas, sem ir mais longe, deixam-se aqui três casos que somam prejuízos equivalentes a cerca de um terço do dinheiro emprestado pela troika: BPN, BPP e BES.
Talvez os senhores liberais possam explicar como é que menos regulação, ou seja, menos poder do Estado, tal como defendem, teria evitado estes buracos sistémicos.
BPN, BPP e BES. Não poderia ter utilizado melhores exemplos do compadrio entre o Estado com muito poder e os privados. Diga aí exemplos entre privados, sff.
Mais ainda, quem já trabalhou noutros países com Estados fortíssimos sabe bem que a corrupção é pior que cancro, SIDA e esclerose múltipla juntos.
Só quem vive no mundo da fantasia é que acha o contrário.
Países com Estado fraco (íssimo): Haiti, Nigéria, Somália
Países com Estado forte: Noruega, Suécia, Finlândia.
…
onde é que existe mais corrupc,äo?
Ah pois, lá foi o “arregumento liberalóide” à vida…
Sim, a corrupção entre estes bancos e o Estado foi. Gigante. Mas teria sido menor com menos Estado? De nada serve identificar a doença se a cura nada tem a ver.
Que tal, sei lá,o compadrio entre eles? Ou o mesmo compadrio na mesma altura em Wall Street para vender lixo como investimento? Que tal o compadrio para manipular o libor, não uma, mas duas vezes seguidas por bancos que levaram uma palmada? Que tal o compadrio para que o cum-cum e o cum-ex transferissem uma quantidade inimaginável de dinheiro para sabe-se lá onde? Que tal o compadrio das produtoras de automóveis da Alemanha para ver quem poluía mais? Ou o compadrio entre as maiores empresas de Silicon Valley para congelar os salários?
mas tem razão, sem estado não há corrupção, é tudo negócio,limpinho, limpinho.
Como dizia o outro: “Quinje a zero”!…
BPN, BPP, BES, SLN, Teccnoforma, submarinos, lâmpadas, “jobs for the boys”, “com primos”, e uma infinidade de outros casos que já passaram por aqui mesmo demonstram claramente que um Estado muito grande e com muita influência dá azo a que pessoas mal intencionadas tomem partido em benefício próprio sem que haja qualquer consequência.
Não são quizazero, são praticamente 40 anos a sermos enrarabados pelos do costume e alegremente andamos a dizer que quem pensa diferente é que está errado.
Você ou não percebe ou não quer perceber, ou é pago para não perceber.
O BPN, BPP, BES e quejandos emprestavam dinheiro aos donos dos outros para estes fazerem investimentos no que bem lhes apetecesse sem perguntas.
Que é que o estado tem a ver com o assunto?
https://www.jn.pt/economia/interior/14-bancos-multados-em-225-milhoes-de-euros-pela-autoridade-da-concorrencia-11283371.html
Vai fazendo de conta, vai. Estado grande era um estado que acabasse com a especulação toda e controlasse as fugas, mas isso já não te interessa, não é?
Exemplos entre privados? Os operadores de telecomunicações. Em Portugal, o custo das telecomunicações aumentou consideravelmente nos últimos anos, em contraciclo com a média europeia. Ou as comissões crescentes que a banca aplica às contas bancárias e movimentos. Há muita forma de corrupção.
O poder do Estado mede-se não pela regulação, que é obrigação própria, mas pelo emprego que cria e pelo dinheiro que distribui (que é sempre dinheiro que cobra no presente ou no futuro).
Aos mamões e aos ideólogos esquerdalhos é que lhes convém sempre dizerem que é a regulação e não a intrusão que está ameaçada.
Até dizem que o Estado Novo era liberal, apesar dos planos de fomento e o condicionamento industrial – os treteiros,
O que a regulação não precisa é de observatórios, comissões. institutos e toda a carga de coutos para acoitar serventuários.
O poder do estado mede-se por o quanto interfere na economia, seja para um lado, seja para o outro. Não é por agora no reinado de Berlim só valer intervenções a favor do capital, principalmente nas relações laborais, que deixaram de ter poder.
como reconhece o Costa, são escolhas.
“mede-se não pela regulação”
Ah esses amanhãs que cantam da auto-regulação dos mercados.
Sem ir muito longe, um nome chega: Lehman Brothers.
«não pela regulação, que é obrigação própria»
És iletrado ou falsário, treteiro?
Estes bancos faliram e os banqueiros estão presos? NÃO. Só em Portugal.
Não consta que alguém do casino americano ou do alemão tenha sofrido fim diferente.
Quantos banqueiros estão presos pelos bancos que faliram por mundo fora?
Apenas o Madoff?
Pois…
Há montes de países com estados fracos, ou mesmo inexistentes, tal como os Liberais dizem gostar: Haiti, Nigéria, Somália. Não me consta que estes países estejam imunes á corrupção.
Pois!
Para os liberaleiros, no setor privado, corrupção significa “Esperteza Negocial Aplicada” (vulgarmente conhecida por “ENA”(!)).