Declarações Grotescas

Pedro Soares acusou a direção do Bloco de ir à Ucrânia a convite de uma pessoa de “extrema-direita, com práticas neonazis”, numa delegação parlamentar que integrou representantes do PS, do PSD, do Bloco e da IL.
O massacre de Babi Yar foram cerca de 35 mil judeus assassinados a tiro durante uma semana. Em Babi Yar, o regime nazi teve o seu primeiro ensaio de grande envergadura de extermínio de judeus e de ciganos. Na gigantesca vala que foi escavada em Kiev, seres humanos de todas idades eram colocados em fila, recebiam uma salva de balas e eram de seguida cobertos de terra. Pouco depois chegava o grupo seguinte, que tinha ouvido perfeitamente o que se tinha passado anteriormente. Colocavam-se em fila, era disparada uma nova salva, eram cobertos de terra e assim sucessivamente. Durante uma semana a população das redondezas viveu ao ritmo das salvas e dos grupos de judeus que eram transportados até ao local.

Mas a história de Babi Yar não acaba aqui. Quando os nazis tomaram conhecimento da dimensão da indignação da povo polaco, depois de terem encontrado os corpos enterrados na floresta de Katyn dos 25 mil oficiais assassinados por Estaline, foi imediatamente decidido desenterrar todos os corpos do massacre de Babi Yar, sendo estes corpos queimados em gigantescas fogueiras para eliminar provas, caso a campanha da Ucrânia corresse mal aos nazis. É de sublinhar que esta prática de cremação de corpos acabaria por ser adotada mais tarde nos campos de extermínio.
Três dos irmãos do avô de Zelensky foram executados durante a Shoah. O seu avô serviu no exército vermelho e integrou o pelotão que libertou Auschwitz. A geração de judeus de Zelensky, é já uma geração russificada. Zelensky, mais que russificado, era um russófono e russófilo, que chegou a ganhar a vida a fazer espectáculos de variedades para Vladimir Solovyov e toda a corte putinista imortalizados pelas imagens das passagens de ano de 2013 e 2014 do canal Russia 1 (enquanto os seus compatriotas faziam a revolução na Praça Maidan), em que Solovyov é registado a fazer a dança do Batman imitando a personagem Vincent Vega de Pulp Fiction.
Os 35 mil seres humanos assassinados em Babi Yar, não estavam na tranquilidade do estúdio climatizado de Solovyov, não estavam à frente de um microfone ao qual se pode proferir qualquer barbaridade. Não, os 35 mil mortos de Babi Yar terminaram a vida em frente a um cano de uma espingarda ou morreram enterrados vivos enquanto outros seres humanos eram assassinados sobre os seus corpos.

(Zelensky na Passagem de Ano de 2013 no canal Rússia 1 atuando para Vladimir Solovyov e para a nata putinista)

Comments

  1. Luís Lavoura says:

    Não entendo o que é que as alegadas “práticas neonazis” têm a ver com o massacre de Babi Iar.

    Os guardas do campo de extermínio de Treblinka eram ucranianos, ou pelo menos são sempre assim descritos no livro de Jean-François Steiner. Houve muitos ucranianos pró-nazis.

    • Rui Curado Silva says:

      Não tem nada a ver Luís… Não foi o teu avô que foi executado pelos nazis, nem foi o teu avô que serviu o exército vermelho e que libertou Auschwitz, que se lixe, não é?
      Na sequência do acordo Molotov–Ribbentrop em que Estaline apertou a mão ao nazi Joachim von Ribbentrop, as tropas alemãs chegaram a dar formação aos soldados russos e a fazer exercícios militares comuns na URSS. Em toda a europa se formaram milícias nazis que combateram ao lado dos alemães, houve brigadas britânicas (e não eram nada pequenas), houve brigadas francesas e até russas (anti-comunistas). Curiosamente, os herdeiros em terceira mão dessas brigadas de colaboracionistas nazis são hoje todos fortemente apoiados pelo Putin: as Le Pens, os Orbans, os Salvinis e até numerosas milícias russas abertamente nazis (uma delas com contactos em Portugal com André Ventura).

  2. Paulo Marques says:

    Não estou a ver o grotesco, quando as ditas prácticas mencionadas incluem queimar livros, proibir culturas e linguagens, vários outros crimes relatados pela Amnistia Internacional (antes e depois), desaparecimentos e julgamentos sumários, banir qualquer oposição no parlamento, destruição de estátuas para erguer outras de colaboradores nazis, controlo dos média e censura, integração de elementos da extrema direita no poder, ou culto ao querido líder herói militar.
    Vai-se a ver e é liberalismo democrático. Estranhamente, ou talvez não, o raciocínio só é válido para Israel e agora Ucrânia, o ainda recente imperialismo no médio oriente, américa latina ou sudeste asiático não conta para fazer valer fechar os olhos ou, como já se disse, querer voltar a conquistá-los para o nosso lado.

  3. Zé Povinho says:

    Continuam a MENTIR sobre a verdadeira história , contra o inimigo mortal sim, dos corruptos e ladrões dos Bancos etc- Até sublinham “assassinados” o que o não fazem pelos nazis! Cambada de facciosos senão mentirosos criminalmente divulgadores de falsa história. Está-lhes metido na massa encefálica, os pobres!!!

    • Paulo Marques says:

      E se forem as duas estórias, quando não três, cheias de verdades e mentiras?

  4. João Mendes says:

    Desconhecia a face de entertainer de oligarcas russos do Zelenskyy.

    • Pimba! says:

      O Zelensky é multifacetado!
      Aliás, ele canta consoante o que o paträo do momento lhe paga. É muito “ecuménico”!

    • Rui Curado Silva says:

      É a outra vida do Zelensky. Ele era de uma zona russófona. Há pessoal que vai à Festa do Avante para ganhar a vida, ele atuava para a corte de propagandistas de Putin para pagar as contas ao fim do mês.

      • Paulo Marques says:

        Nisso deu sempre para os dois lados, que os milhões nos Panamá papers e as amizades com oligarcas de algum lado vieram.

  5. JgMenos says:

    Está tudo parvo!
    Vão na treta da esquerdalhada e andam atrás de fascistas e nazis!
    Os fascistas, como já se vai entendendo que são derivados de comunas – nacionalizações, autoritarismo, negação de liberdades – começam a dar lugar a nazis.
    Os nazis, que se diziam nacional-socialistas, seriam fascistas menos dados a nacionalizações e mais vocacionados à rapina, com predileção por fortunas de judeus. Mas sobretudo eram racistas, diziam-se arianos, desprezavam tudo o mais, com destaque para os eslavos entre os brancos, e a partir daí os judeus e ciganos no fim da linha.
    E passam o tempo atrás de nazis à voz do nacional-imperialista-oligárquico Putin e sua camarilha~, que sempre acabam a associar à direita e ao Ventura quando são os comunas que lhe defendem as acções!
    Está tudo parvo!
    Razão tinha o nazi chefe de propaganda que dizia algo como: deem-lhes merda bastante que eles comem merda.

    • Paulo Marques says:

      Tenho 5 anos, e para mim é profundo dizer que os meios são os fins, que a propaganda era a ideologia, e fazer de conta que o que acredito e defendo todos os dias pela internet fora é completamente diferente.

    • POIS! says:

      Pois bem…se está tudo…

      Vosselência também está, não é verdade?

      Aliás basta ler! Confere!

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading