ÚLTIMA HORA

O deputado Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal, acaba de convocar uma conferência de imprensa para condenar as declarações do deputado Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal.

Galamba bem!

Todas as condições?
Galamba é PERFEITO para participar neste governo.

À chapada

Já tivemos populares a bater em gajos do PS. Já tivemos gajos do PS a ameaçar bater em populares. Parece-me óbvio que, mais tarde ou mais cedo, iríamos ver gajos do PS a bater em gajos do PS.

Parece que o ditado sempre fez sentido: quem se mete com o PS, (dá ou) leva!

Era uma vez uma história com 25 anos

Fez ontem 25 anos que os anti-fascistas de Coimbra arrancaram pela raíz a tentativa do “neos – núcleo de estudos oliveira salazar” celebrar a data de nascimento do ditador, na Sé Velha, em Coimbra. No ano seguinte mudaram para a Igreja de Montes Claros, mas também aí foram confrontados por outra manifestação. A mesma réplica aconteceu em Lisboa, igualmente com protestos. Nunca mais voltaram a tentar tal provocação. O fascismo não se pode ignorar, tem que ser combatido de frente, em toda a parte, a toda a hora, por todos os métodos que se revelem necessários. Vale pela efeméride e, como não podia deixar de ser, lembrar o João José Cardoso, não só por ser dele a recolha dos noticiários acima mas porque ele próprio foi um dos envolvidos na mobilização.

Lula da Silva e o Ocidente virtuoso

“É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz. Pa’ gente poder convencer o Putin e o Zelenskyy de que a paz interessa a todo o mundo e a guerra só está interessando por enquanto aos dois.”

Foi esta a declaração de Lula da Silva que causou indignação cirúrgica, sobretudo entre a direita radical. Para a extrema-direita terá seguramente sido indiferente. O grosso dos seus aliados, como Orbán, Salvini ou Le Pen, sempre foram próximos de Putin e até receberam financiamento do Kremlin para a sua actividade política. E o circo já estava a ser montado. Já Montenegro foi cauteloso, e teve, a meu ver, sentido de Estado. Porque sabe, ao contrário dos restantes, que existe uma forte possibilidade de ser o próximo primeiro-ministro de Portugal. E, como tal, percebe a importância das relações diplomáticas com o Brasil. [Read more…]

Será que André Ventura os tem no sítio?

André Ventura não gosta do Papa Francisco. É natural. Francisco tem alertado para a ameaça que representam a instigação do ódio e a instrumentalização da fé católica para fins políticos, duas das especialidades de um político que por várias vezes se assumiu como enviado ou escolhido por Deus.

A táctica de autopromoção de Ventura, contudo, obriga-o a não hostilizar o Papa, como de resto não hostiliza padres pedófilos. No entanto, atendendo a que o Papa Francisco afirmou, há dias, que a guerra da Ucrânia está a ser alimentada pelos interesses de vários impérios, e não apenas pelo interesse do império russo, o mínimo que Ventura e os funcionários da sua unipessoal podem fazer, depois da vergonha a que ontem submeteram a Assembleia da República, é convocar nova manifestação para as Jornadas Mundiais da Juventude, acusar Francisco de servir Putin, insultá-lo e insultar todos os que o seguem. Seria giro de ver, se André Ventura os tivesse no sítio.

Fun fact: não tem.

49 do 25 no Porto

Milhares de pessoas reuniram-se hoje no Porto para celebrarem os 49 anos da Revolução de Abril.

Crianças, jovens e idosos em comunhão para nos lembrarem todos do mesmo: a Liberdade conquistada em 1974 é um dos marcos mais importantes da História de Portugal, marco esse que é preciso nunca esquecer, zelando pelos valores de Abril, especialmente nos dias de hoje em que o bafio fascista dos tempos antigos parece querer assolar o nosso bem mais valioso – a Democracia.

E essa, a nossa Democracia, continuará a ser o pior de todos os regimes, com excepção de todos os outros. Não a percamos, pois então. Celebremo-la.

25 de Abril sempre. Fascismo nunca mais.

 

Fotografias: João L. Maio

“Esperar tantos anos, torna tudo mais urgente”

“Aí
Só há liberdade a sério
Quando houver
A paz, o pão, habitação, saúde, educação
Só há liberdade a sério quando houver
Liberdade de mudar e decidir…
………………………
Esperar tantos anos, torna tudo mais urgente”
(Sérgio Godinho)


Os 49 anos da revolução são, infelizmente, de desencanto. Sentimo-nos despojados de um ideal que conquistámos, mas que ficou incompleto no trajecto – o tal PREC (Processo Revolucionário em Curso) que podia ter servido para o progresso social, se bem escoltado por gente decente – porque hordas – chusmas – de políticos, muitos deles nados e criados em linhas de montagem das juventudes – leia-se madraças – partidárias, estropiaram quase todos os sonhos de Abril, da longa Madrugada libertadora.

Perpetuar esta conquista vai a caminho de ser gerido por quem não faz a mínima ideia do que foi viver em Portugal antes de Abril. Que não tem a ínfima noção do que os seus pais e avós passaram em África, na Índia, em Timor. Porque os seus pais têm de esconder dos filhos o que sofreram, preferindo arrostar em silêncio a vergonha de se verem usados, maltratados, esquecidos os seus ossos no mato, as suas pernas na picada, os seus braços nas minas, os stresses de guerra, a incompreensão, a ingratidão. Por isso eu leio todos os dias, em páginas de antigos combatentes, essa revolta permanente, de quem se sente a mais, ainda que sempre tenha dado tudo por um valor a que chamavam pátria, e em nome desse valor esfacelaram-lhe as mentes em tropas especiais, ensinando-os a matar, a matar, a matar! Ou empurraram-nos, à tropa macaca, para o matope, para barracões de zinco e tijolo no mato, para bombardeamentos sem hipótese de defesa, para trilhos minados, para emboscadas de morte ou martírio, e sequelas para toda a vida. [Read more…]

Não passarão!

Grande discurso do Rui Tavares, hoje, na Casa da Democracia.

25 de Abril SEMPRE, fascismo nunca mais!

Tanto mar

«Por causa das novelas percebemos perfeitamente o português do Brasil, mas o que temos mesmo pena é de não falarmos com o vosso sotaque”, disse António Costa.», “Público”, 24-04-2023

 

No dia em que Chico Buarque, um dos meus compositores favoritos, recebeu o Prémio Camões, soube que o primeiro-ministro do meu país, numa cerimónia oficial, confessou ao chefe de Estado do Brasil que nós, portugueses, temos pena de não falarmos com sotaque brasileiro. Pelo que ouço dizer, há brasileiros que defendem que o português correcto é aquele que é falado em Portugal, o que quer dizer que há muita gente a dizer disparates dos dois lados do mar. Pelo pouco que sei, o Brasil tem sotaques que nunca mais acabam, mas António Costa deve estar a pensar naquele que é usado nas telenovelas.

Entendamo-nos: eu e o meu país somos circunstâncias que acontecemos um ao outro, para sorte e azar de ambos. Não me acho nada de especial por eu ser eu e por eu ser português. Isto de ter uma nacionalidade é um casamento de conveniência que pode parecer de amor, mas é só um acaso, como é o caso do amor, a não ser para quem acredite no destino ou num deus que tenha tudo planeado, incluindo o momento em que havemos de tropeçar nos braços que queremos abraçar.

O Brasil, falado, cantado e escrito faz parte da minha vida. Tenho horas de músicas, dias de filmes, semanas de telenovelas, meses de livros, anos disto e daquilo. Nos últimos anos, tenho tido dezenas de alunos brasileiros, calorosos, engraçados, simpáticos, com direito a debates vivos sobre o ouro que roubámos ou não, com divertidos confrontos sobre pronúncia e escrita. Há muitos anos que não é possível ser-se português sem se ser brasileiro. E americano. E inglês. E francês. E italiano. E espanhol. [Read more…]

Grândola, uma autarquia que atraiçoa os valores de Abril

Michael Hagedorn*

“Grândola, Vila Morena, Terra da fraternidade, O povo é quem mais ordena, Dentro de ti, ó cidade” – a canção mais simbólica do 25 de Abril voltará em breve a sair às ruas, por ocasião dos festejos do Dia da Liberdade.

Zeca Afonso escreveu a letra em 1964, após uma visita à Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, reduto da oposição à ditadura. Setenta anos depois, que significado tem a canção na realidade actual? O que encontramos hoje, se formos em busca desse espírito de luta popular e fraternidade em Grândola?

Em cada rosto igualdade, Grândola vila morena, Terra da Fraternidade

Com a sua Costa Azul de 45 km de comprimento, o município de Grândola tornou-se um centro de especulação imobiliária, com estâncias de luxo para celebridades e multimilionários de todo o mundo. O município, governado por uma maioria da CDU (PCP e PEV), promove proactivamente a venda e o licenciamento desta paisagem dunar natural única.

São nove, os resorts de luxo actualmente planeados ou já em construção, com uma capacidade de mais de 30.000 camas (população local: 13.000 habitantes). Incluem quatro campos de golfe com relvados verdejantes sobre o solo arenoso, hotéis, moradias, piscinas, espaços co-work, zonas comerciais, clínicas médicas, etc., arrasando milhares de hectares de habitats raros e sensíveis, ricos em biodiversidade, com várias espécies de flora protegida, com endemismos locais que constam da Directiva Habitats /Rede Natura 2000, no último troço de costa selvagem do país. [Read more…]

Luta dos professores – um vídeo do Ricardo Silva

Mais uma vez, vale a pena ouvir a voz esclarecida e apaixonada do Ricardo Silva.

Apesar de o vídeo ser muito mais interessante do que qualquer coisa que eu escreva, não posso deixar de notar a minha dificuldade de compreensão.

Não compreendo a que sítio esconso se vai buscar uma pergunta em que se insinua que a emotividade possa ser um problema, como se fosse possível uma pessoa ter razões para se revoltar, ficando impassível ou como se sentir ou mostrar emoções nos retirasse necessariamente a razão.

Não compreendo como é que é possível a maior confederação de pais e de encarregados de educação do país estar contra a luta dos professores. Note-se que ‘compreender’, aqui, significa ‘considerar inaceitável’. A CONFAP tem razões que o coração desconhece.

Ide ver o vídeo, ide, que há razão e coração em doses perfeitamente equilibradas.

Manuel Pinho, mais uma volta ao bilhar grande

Lisboa, 23 abr 2023 (Lusa) – A defesa do ex-ministro Manuel Pinho quer a nulidade da decisão instrutória no caso EDP por a considerar inconstitucional, argumentando que o arguido não teve uma efetiva oportunidade de defesa nesse processo, segundo um recurso apresentado.

Segue para bingo, mais uma rodada. Além de tudo o que já nos custou, este senhor continua a sair-nos caríssimo, num processo que irá chegar ao fim no dia de são nunca à tarde ou tarde demais. Aguentar este espécime na entrevista dada recentemente à RTP com vozinha mansa a armar em coitadinho por estar a ser investigado há 11 anos, é uma prova de força interior, não dele, como afirma, mas nossa.

Portanto agora a Juíza considerou que há indícios de ter sido corrompido por RS/BES. Concede agora o espécime que sim, lá acordo com o espécime RS existiu, e deu-lhe uma série de direitos e prémios; e diz ele que,  quando foi para ministro, disse assim para o colega : “vamos fazer aqui as continhas”;  Ouviram bem ? “vamos fazer aqui as continhas”, diz um ex-ministro da Economia, transbordante de significado, mas com fala de taberneiro; Continhas, 500 mil euros, mais a tal avença de 15.000 euros da qual se esqueceu, não se esqueceu mas não percebeu que continuava a receber avença,- pois, é que era uma conta offshore; “não vamos dramatizar aqui a questão dos offshores”, “era uma conta no estrangeiro”.  Um problema fiscal, diz o espécime, uma coisa sem qualquer importância que não é para dramatizar, apesar de ser um ministro da Economia a burlar o próprio país à grande e à portuguesa.

Portanto só viu passado um ano e mandou parar, não se preocupou mais… E até podia ter recebido 5.000 euros por semana, foi um prémio do passado, foi a forma que combinámos. E ademais altruísta, decidiu servir o país para ser ministro, onde é que isto já se viu!!! Jornalista: “MP fala em favorecimento nos projectos de interesse nacional, fala da Herdade da Comporta, do Pinheirinho, no caso da Herdade da Comporta, até anuncia que foi um PIN mesmo antes de haver uma decisão… “eu era livre de fazer o que quisesse”…  Jornalista: foi visto em eventos com Ricardo Salgado; mas não era próximo! “não tinha proximidade, não tive e não tenho”. A minha mulher é uma mulher extraordinária… Então rejeita ser um agente infiltrado do Grupo Espírito Santo? Rejeito e provarei isso um a um. Teme em julgamento ser condenado? Não, não temo.

Atão sr. Espécime, vá lá provar em julgamento, quer recurso para quê, mais uma valsa para deixar correr tempo e nos custar os olhos da cara que já nos arrancou?

Pode alguém explicar-me por que raio há cá esta coisa da instrução, que é como um julgamento, só para atrasar tudo e deixar estes espécimes incólumes e a gozar o resultado das continhas que fizeram?

Não há maneira de perceber como o povo português aceita tudo isto. Não há maneira.

Papa da Silva

Excerto retirado de uma notícia da TVI.

Lula da Silva veio a Portugal e foi bombardeado com perguntas acerca da sua posição em relação à guerra na Ucrânia.

Uma posição que é mais difícil de explicar e defender (e também de entender), porque pressupõe uma real tentativa de alcançar a paz (que em qualquer guerra é sempre o mais difícil de alcançar), ao invés de, à boa maneira da avestruz, enfiar a cabeça na areia e papaguear simplesmente que “a Ucrânia tem direito a defender-se” (e é claro que tem e nunca ninguém disse o contrário), como se a postura belicosa e o prolongamento ad aeternum da guerra fossem, de forma mágica, resolver o problema. E gritar aos sete ventos que “a guerra só acabará quando a Ucrânia sair vencedora” é – para além de um grito cínico – pura romantização da guerra.

Enquanto isso, a guerra continua e estará para durar, a Ucrânia vai ficando cada vez mais depenada, as sanções à Rússia não estão a fazer surtir o efeito pretendido, a dívida externa da Ucrânia aumenta, os Estados Unidos e a Rússia esfregam as mãos e já se preparam novas formas de pôr os imperialismos todos a medir pilas (olá, China!). Enquanto isso, a guerra não acaba.

Por isso, senhores jornalistas e comentadeiros do chavascal, comecem já a preparar os microfones, pois vem aí o Papa que, ao que parece, tem uma posição semelhante à do presidente do Brasil, esse sacana pró-Putin que propõe que, em vez de se andar a apontar armas enquanto alguém lucra com a venda das mesmas, se sentem todos a uma mesa e haja uma saída limpa para as duas partes (e, depois disso, sim, poderemos começar a discutir de que forma a Federação Russa do abominável neo-fascista de cera poderá vir a pagar as reparações que são devidas à Ucrânia do fantoche de oligarcas sequestrado – desde a sua eleição – pelas forças neo-nazis que “protegem” o país).

Ps. Parece que o totó com óculos que é presidente da Câmara Municipal de Lisboa foi visitar o Papa… olhem, foi uma oportunidade perdida para lhe [ao Papa da Silva] fazerem as tais perguntas!

Adorei!

boas-vindas aos turistas para anunciarem que Portugal é lindo para visitar mas maltrata a classe docente

Aleluia, parece que foram obrigados a perceber!

Seca extrema e severa no sul leva Governo a impor já restrições no uso da água

Ministros admitem interdição de uso de água para a rega em algumas zonas do país e querem proibir instalação de novas culturas permanentes e novas estufas no Alentejo e Algarve.

Anda uma pessoa há anos de coração apertado e a mente revoltada a ver o aumento desnaturado do regadio no Algarve e Alentejo e pensa que estes governantes querem estoirar o país e pronto.

Isso será secundário para eles, mas parece que não dá mesmo para continuarem a fechar os olhos para a realidade. A ver, a ver, se de facto proíbem novas monoculturas e estufas. E depois falta suspender os resorts de luxo por todo o lado (Comportas, etc.)., os campos de golf e por aí fora. E vão para o caraças com as vossas dessalinizadoras que vamos nós pagar primeiro e depois no preço da água, para não falar no impacto das salmouras (para cada litro de água potável produzido, gera-se em torno de 1,5 litro de líquidos poluídos com cloro e cobre) e no elevado consumo de energia.

Poupar, tratar, reutilizar, há muitas coisas a fazer. Mas chega de nos iludirem, a parte de leão é da agricultura, bem mais de 70% e nem sabem quantos furos há que não entram nas vossas contas. Escusam de falar em gota a gota, o problema é a quantidade desmesurada.

Não faço ideia como conseguem dormir em paz, com tanta destruição que andam a provocar.

Aqui está aqui o parecer em falta

Antes que seja, também, vítima de lavagem cerebral, aqui deixo o meu parecer sobre toda esta marmelada da TAP.
Sou de parecer que os Senhores Ministros das Finanças e o das Infra-estruturas deveriam ter sido imediatamente demitidos por triste e má figura pelo despautério ético de demitir dois gestores públicos numa conferência de imprensa transmitida, em directo, por váriios canais televisivos.

Tal destrate é, de todo, insensato por descabibo, uma vez que poderiam facilmente comunicar verbalmente com os referidos gestores ou, inclusivamente, escrvever.

Os bufos de Budapeste

Na Hungria, governada pelo virtuoso Orbán – antigo parceiro do PSD e do CDS no PPE, hoje farol de André Ventura e da sua unipessoal – o governo neofascista de Budapeste passou uma lei que incentiva os “cidadãos de bem” a denunciar famílias homossexuais. No fundo, a versão húngara dos bufos da PIDE.

Pena que a extrema-direita portuguesa se tenha lembrado de Salvini e não do principal aliado e infiltrado de Putin na União Europeia. Se era para trazer um putinista mauzão ao congresso, Orbán era uma escolha mais acertada que o cheerleader italiano. E perfeito para um workshop sobre como perseguir e retirar direitos civis aos homossexuais. Lá teremos que esperar que Ventura chegue ao governo para ver como a coisa funciona.

Marxismo liberal

Da exposição: os 50 anos do Partido Socialista.

O Partido Socialista (PS) foi marxista por um breve período da sua História.

O socialismo democrático ou, se quisermos simplificar, a social-democracia clássica morreu no PS no dia em que decidiram que, por puro tacticismo eleitoral, o melhor seria ceder à ideia de Bloco Central e se tornaram no extremo-centro que hoje representam (e ocupam).

Da social-democracia clássica ao social-liberalismo de hoje, impulsionado pela ideia de Terceira Via introduzida por Tony Blair (e que é um favor ao neo-liberalismo europeu – já o dizia Margaret Thatcher) foi um instante.

A Juventude Socialista ainda tenta, por breves momentos, ressuscitar o PS de esquerda da fundação, sobretudo como estratégia de captação de jovens para as suas fileiras, mas rapidamente se transformam em tecnocratas neo-liberais quando lhes cheira a poder (quem é que, no seu perfeito juízo, denominaria como “socialistas” políticos como António Costa, Sérgio Sousa Pinto, Fernando Medina, Francisco Assis ou António José Seguro?). É pena, perde a esquerda e perde o país, envolto neste engodo de socialistas que não o são.

Consequência de tudo isto, não é admirar que os programas políticos do Bloco de Esquerda ou do PCP – Partido Comunista Português sejam, hoje, de cariz essencialmente social-democrata, pois vieram, com o tempo, ocupar um espaço que estava desocupado com a viragem do PS à direita.

Não nos TAPem os olhos

O governo fechou-se sobre si e recusa entregar os pareceres jurídicos que estiveram na base do despedimento de Christine Ourmières-Widener à Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso TAP. Há quem prefira napalm, mas eu aprecio muito o cheiro a arrogância autoritária pela manhã. E nunca me canso de agradecer àqueles que contribuíram para uma maioria absoluta do Partido Socialista.

Mas a pergunta que importa fazer é esta: porque é que o governo está a vedar o acesso a esta documentação, exigida pelos representantes do povo português que se sentam no hemiciclo? O que esconde? Que nova tramoia estará ali oculta? São perguntas que, nesta fase, não se limitam a revelar desconfiança. Revelam uma certa habituação aos casos, casinhos e casões que são o quotidiano deste governo. Sobretudo os casões que custaram milhões, como foi e é o caso da TAP. [Read more…]

O Estado da Nação

No Comment.

Censura má, censura boa

Decorre este mês, em Vila Nova de Gaia, a Bienal Internacional de Arte.

Entre os vários artistas que ali expõem o seu trabalho está o cartunista Onofre Varela. Até aqui, tudo normal.

Acontece que o mesmo, depois de várias pressões por parte dos curadores da exposição e das críticas que a Comunidade Israelita de Lisboa lhe endereçou, decidiu retirar um dos seus cartoons em exposição. E que cartoon é este? Trata-se de uma obra que retrata o ditador nazi, Adolf Hitler, de suástica no braço e estrela de Davi ao peito, com o seguinte texto a acompanhar: “ISRAEL TRATA OS PALESTINOS COM O MESMO DESRESPEITO COM QUE HITLER TRATAVA OS JUDEUS.” (cartoon em baixo)

Primeiro, urge perguntar: por que é que uma comunidade de Lisboa se insurge contra uma obra exposta em V.N. de Gaia?

Segundo: percebe-se que a obra possa chocar; mas não é essa, também, um dos objectivos da arte, especialmente da arte de intervenção política e social?

Em terceiro lugar, mas mais importante: as críticas são perceptíveis – a verdade costuma aleijar. Não creio que o artista Onofre Varela tenha tido por objectivo “desvalorizar o nazismo” mas, por contrário, deixar a nu a brutalidade do regime neo-fascista de Israel e, consequentemente, chamar a atenção para a limpeza étnica levada a cabo pelo extremismo sionista e para o apartheid imposto aos palestinianos.

À censura imposta pela Bienal a pedido da Comunidade Israelita de Lisboa, a Câmara Municipal de Gaia diz não se rever em práticas censórias, mas aplaude a retirada do cartoon [sic].

A cartada do Holocausto, tão usada para justificar as atrocidades que o Estado israelita pratica nos Territórios Palestinianos Ocupados, já não cola (a não ser nos indefectíveis sionistas e nos incautos que acreditam que ter sofrido com o nazismo justifica práticas nazis por parte de quem sofreu com o nazismo).

Em suma, censurar tal obra, por contraditório que possa ser, coloca os censores mais perto dos nazis. E isso é um desrespeito para com os milhões de judeus espalhados pelo mundo.

A obra de Onofre Varela foi mandada retirar da Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Gaia, a pedido da Comunidade Israelita de Lisboa – aqui fica, para provar que atitudes censórias têm, por norma, o efeito contrário ao pretendido.

Rafael Leão e os fascistas

Nascido no Bairro da Jamaica, no Dia de Portugal, negro, poliglota, inteligente e mais bem-sucedido que toda a tralha fascista junta alguma vez será. O Rafael Leão
não é só o jovem jogador português com maior potencial da sua geração. É uma dor de cabeça para a narrativa da extrema-direita.

Amanhã, Vítor Gonçalves pode começar por perguntar a Santana Lopes:

«Ora bem, então, “agora facto é igual a fato (de roupa)”»?

Modrić e Mudryk (Мудрик)

FMV, Bruxelas, 18/04/2023 (Chelsea 0-2 Real Madrid)

Fugiu-lhe a língua para a verdade

Há quem tenha ficado surpreendido com o momento “ui que se me escapou uma pedofiliazita” do Dalai Lama. Eu não fiquei.

Quer dizer, fiquei surpreendido com o grau de obscenidade sem pingo de vergonha na cara. Alguém que pede a uma criança que lhe chupe a língua, com aquele à vontade, parece confortável com a perversão. E não parece estar a fazê-lo pela primeira vez.

Mas aquela surpresa-choque, sendo que falamos de um líder religioso, não senti. Se as instituições do Cristianismo e do Islão têm o historial que têm a abusar de crianças, com e sem pedofilia, porque é que haveria de ser diferente com o budismo tibetano?

Já para não falar nas companhias, e no facto da luta pela qual dá a cara ser frequentemente alvo de instrumentalização no âmbito da política externa de Estados pouco recomendáveis. E preparem-se: qualquer dia descobrimos que também andou pela ilha do Epstein.

EUA, China e Taiwan entram numa fábrica de semicondutores…

a ler.

Licença para Destruir Portugal: Simplex Ambiental

De forma virulenta, desapiedada e totalmente desprovida de escrúpulos, os actuais governantes estão em velocidade cruzeiro a chular e a destruir o território, o património e a população de Portugal. E se estes são assim, os que se vislumbra que virão depois, piores ainda serão.

Mais um exemplo do completo desprezo dos decisores pelo futuro deste país e do planeta é o chamado Simplex Ambiental, o decreto-lei que, apesar de todos os protestos individuais e colectivos da sociedade civil, foi promulgado, entrou em vigor e já produz efeitos desde Março. [Read more…]

O mérito dos CEO

Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins. Fotografia retirada do Jornal Económico.

Noticia o jornal Expresso:

“(…) presidentes executivos já ganham 36 vezes mais do que os trabalhadores.” 

Só se pode concluir uma coisa: continuam as campanhas anti-patrões e, agora, até o jornal Expresso já faz parte da entente socialista-comunista-vuvuzela-Cuba-do-Alentejo.

Faltará pouco para que vejamos Pinto Balsemão de boina e colete numa qualquer Festa do Avante, se este ódio aos grandes patrões continuar.

Mas alguém, no seu perfeito juízo, nos vem dizer que os CEOs das grandes empresas não trabalham trinta e seis vezes mais do que os plebeus que estão sentados nas caixas do hiper-mercado ou dos que lá fazem reposições? Balelas! Vão-me dizer que é mais fácil estar sentado no escritório 4h/dia a ver papéis e a beber um whiskey com gelo e, no resto do dia, frequentar os rooftops enquanto se fazem business e se criam networks de gin na mão a ver o sunset?! Seus invejosos!

Notícias como esta são um ataque directo ao direito que estes desgraçados têm de viver com dignidade nos seus palacetes de milhões. A verdade é que toda a gente tem inveja do sucesso inquestionável destes nunca pobres, mas coitados homens de bem.

Ps. Noutra notícia, na mesma senda: Pedro Soares dos Santos, da Jerónimo Martins, ganha cento e oitenta e seis (186!!!) vezes mais do que os trabalhadores do grupo. Em dez anos a remuneração dos gestores das grandes empresas subiu 47%, enquanto os salários dos seus trabalhadores caiu 0,7%. Já dizia o “outro”: não há almoços grátis.

Eça de Queiroz tinha razão: isto é uma “choldra ignóbil”

Eu, sinceramente, até nem tenho a certeza que o melhor caminho seja a dissolução da AR (tentarei explicar mais abaixo). Mas quer a perspectiva quer os argumentos que normalmente suportam a decisão de o não fazer, parecem-me supinamente hipócritas.

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