Mais de 30 anos de descontos e sem reforma

[Mário Gomes]

Venho relatar sucintamente o meu caso que está a atingir foros desesperados. Em termos sociais e para abreviar não recebo qualquer remuneração há 15 meses e se não fosse a minha mulher e os meus amigos já estava a viver debaixo da ponte.

Ao fim de 18 meses de ter pedido a reforma (11.01.2016) ao abrigo da lei dos trabalhadores desempregados de longa duração não tenho qualquer resposta concreta. Aliás a única “objecção” que obtive foi que não obedecia aos critérios uma vez que «a atribuição do subsídio de desemprego foi da competência ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior [MCT], não reunindo assim condicionalismo para a atribuição da pensão segundo a legislação em vigor, uma vez que não consta com prestações por desemprego pagas pela Segurança Social [ISS].» Assim mesmo, sem qualquer referência ao articulado da Lei, no fundo era como se o MCT fosse um ministério de um Estado estrangeiro. [Read more…]

E se os filhos de Mota Soares lhe fossem retirados para adopção?

À partida, declaro que votei a favor da IVG. Tratou-se de decisão, aliás, em que tive em grande conta a opinião dominante e sustentada de mulheres da minha família, de outras de relações de amizade pessoal ou de carácter profissional. Na maioria, jovens.    

Recusei, pois, encarar o aborto como tema da velha clivagem ‘esquerda-direita’. Entendi-o como questão fundamentalmente feminina, subordinada à visão, condições e princípios com que cada mulher se orienta nas grandes opções da vida.

Conceder às mulheres o direito de opção do aborto é, entendo também, uma questão de cidadania. Impor-lhes, de forma institucional e autoritária, a obrigação de abortar ou parir é acto de violência contra a liberdade individual feminina.

Tenho a convicção de que este governo, estruturado e vocacionado para a tecnocracia dos números, seja destituído de qualquer sensibilidade humana. Consequentemente, minimizar o número de nados-vivos e incrementar a morte de idosos – os dados da PORDATA, a qualquer instante, comprovam estar Portugal nesse caminho – são factores de facilitação das metas do dos ideais financeiros do OGE: um Estado Social mínimo ou, se possível, dizimado.

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