O que é uma boa escola? – a iluminação de Manuel Queiroz

Manuel Queiroz, tal como muita opinião publicada, e a propósito da recente polémica das escolas com contrato de associação, resolveu explicar o que é uma boa escola, usando as duas doses do costume: pouca informação e muita generalização.

Depois de reconhecer que há boas escolas privadas e boas escolas estatais, afirma que “as escolas privadas dão mais segurança aos pais, têm normalmente um ambiente mais familiar e uma liderança mais clara que as públicas.” Ora, na realidade, a grande vantagem das privadas, em termos de segurança, está na possibilidade de seleccionar alunos, para além de poderem sempre convidar os casos problemáticos a sair, algo que as públicas terão muito mais dificuldade em conseguir, graças a um Estatuto do Aluno que serve, entre outras coisas, para ajudar a falsear as estatísticas de indisciplina e de abandono escolar.

Após a sensata afirmação de que há bons professores em ambos os sistemas, Manuel Queiroz descobre que a diferença está no “contexto”, passando a explicar: “E com isso deviam aprender as escolas estatais, que têm sempre melhores resultados quando têm lideranças fortes, claras e ambientes mais controlados. Mas na maioria delas um director que dá ordens é um fascista e criar condições para fazer coisas fora do horário é uma complicação e um atentado aos direitos, porque tudo – ou quase – tem de ser decidido a nível central, em Lisboa, às vezes sendo precisar decifrar instruções contraditórias do ministério.” [Read more…]

i agora?

O diário i do grupo Lena já escolheu um novo director interino (ver AQUI). A saída de Martim Avillez Figueiredo foi um pouco, simpatia da minha parte, conturbada. Ele até pode ter milhares de razões. Acredito que se sinta desiludido e frustrado mas tornar públicas mensagens internas e privadas de uma empresa não lhe ficou bem. Nada bem.

Foi um acto vingativo ou um tremendo erro? Em qualquer dos casos fica um sinal de perigo para os empresários desta área: a partir de agora, cuidado com o que escrevem em privado aos seus directores. Nunca se sabe se os escritos não vão parar, como por artes mágicas, à primeira página do jornal da concorrência.

i agora? Agora é a vez de Manuel Queiroz arrumar a casa, procurar sarar as feridas e sanear financeiramente o diário. Boa sorte!